Jejum intermitente: fazer todas as refeições entre 7h e 15h ajuda a emagrecer; entenda

Seguir uma dieta com restrição de tempo está associado a maior perda de peso, melhora da pressão arterial e do humor. A alimentação com restrição de tempo, uma espécie de jejum intermitente, potencializa a perda de peso, além de melhorar a pressão arterial e o humor. Segundo estudo publicado na revista científica JAMA Internal Medicine, os benefícios foram observados para uma janela de 16 horas de jejum e 8 horas de alimentação, mas com o período de alimentação restrito ao horário das 7h às 15h. O estudo é o mais recente em um crescente conjunto de pesquisas que avaliam o impacto da alimentação com restrição de tempo. A lógica da estratégia que limita o horário de alimentação às primeiras horas do dia e defende o jejum durante o resto do dia baseia-se no pressuposto de que a sensibilidade à insulina atinge o pico pela manhã e que mais energia é utilizada para processar uma refeição. quando é consumido neste período. em comparação com o final do dia. Isso ajuda a aumentar a queima de calorias. Pesquisadores da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, recrutaram 90 voluntários obesos, com idades entre 25 e 75 anos. A maioria dos participantes eram mulheres (80%), com idade média de 43 anos e índice de massa corporal (IMC) de 39,6, o que representa quase o pior grau de obesidade. Todos foram submetidos a dieta hipocalórica (equivalente a entre 1.000 e 1.500 calorias por dia, dependendo do gasto energético individual em repouso) e atividade física. A diferença é que metade dos participantes teve que fazer todas as refeições em até oito horas, começando às 7h e terminando às 15h. Antes ou depois disso, eles não tinham permissão para comer. Enquanto para outros não havia limite de horário para as refeições. Os resultados mostraram que as pessoas que estavam no regime de alimentação precoce com restrição de tempo (eTRE) perderam cerca de 2,3 kg a mais de peso, em comparação com aquelas que comeram por 12 horas ou mais. Eles também tiveram pressão arterial mais baixa durante um período de 14 semanas. O impacto da alimentação precoce com restrição de tempo foi equivalente à diminuição da ingestão em 214 calorias por dia. “A intervenção eTRE pode ser um tratamento eficaz para a obesidade e a hipertensão”, escreveram os autores. Acrescentam ainda que este tipo de alimentação melhora o humor, reduzindo o cansaço e a sensação de depressão e desânimo e aumentando o vigor. Pessoas que seguem esse plano alimentar também perdem mais gordura corporal e do tronco. Por outro lado, não houve alteração na maioria dos fatores de risco cardiometabólicos durante o jejum. Os participantes foram instruídos a seguir este plano alimentar pelo menos seis dias por semana. Cerca de 41% dos pacientes disseram que planejavam continuar seguindo esta dieta após a conclusão do estudo. Isto é considerado positivo pelos investigadores, pois mostra que é uma estratégia viável a seguir. Apesar dos resultados, os autores enfatizam que mais estudos são necessários para confirmar se a alimentação precoce com restrição de tempo é mais eficaz para perder gordura especificamente. “Os futuros ensaios clínicos precisarão incluir amostras muito maiores – até aproximadamente 300 participantes – para determinar se o jejum intermitente afeta a composição corporal e a saúde cardiometabólica”, disseram os autores. As limitações do estudo incluem duração, número maior de mulheres do que homens, número pequeno de participantes e autorrelato para medir a atividade física. Antes de iniciar um plano alimentar com restrição de tempo, o ideal é que ele seja feito sob acompanhamento médico, principalmente para pessoas que já possuem algum problema de saúde, como diabetes. Nos últimos anos, um crescente conjunto de evidências relacionou o jejum intermitente à perda de peso, longevidade e redução do risco de doenças relacionadas à idade. Mas este ainda é um campo controverso. Outros estudos concluíram que a maior parte da perda de peso associada à alimentação com restrição de tempo pode ser atribuída a uma simples redução na ingestão total de calorias e não a qualquer mecanismo metabólico específico associado à estratégia de jejum intermitente. No entanto, esta continua a ser uma estratégia popular, que tem um número crescente de seguidores, incluindo celebridades como as atrizes Jeniffer Aniston e Nicole Kidman e o ator Benedict Cumberbatch.

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