agosto 30, 2024
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Inspirados em Rebeca, ginastas do Pará relatam sacrifícios e sonham disputar Olimpíadas

Inspirados em Rebeca, ginastas do Pará relatam sacrifícios e sonham disputar Olimpíadas
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ge visitou o Centro de Ginástica Norte para conhecer a rotina de uma ginasta paraense e ver o efeito que o sucesso dos atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos causou ali. Assim como Daiane do Santos foi inspiração para Rebeca Andrade, a ginasta de 25 anos deixará um legado para a próxima geração. Você não terá que esperar as próximas Olimpíadas para ver isso, basta perguntar a qualquer criança do Centro de Ginástica do Norte quem é seu ídolo. A resposta é unânime: “Rebeca!” Além de se tornar referência para crianças, adolescentes e até adultos, o “fenômeno Rebeca” fez com que a procura pelo esporte “crescesse 100%” no centro de ginástica localizado no bairro da Pedreira. O ge Pará visitou o local para conhecer a rotina de uma ginasta no Pará, ver o efeito que o sucesso dos atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos teve por lá e até tentar (sem sucesso) algumas acrobacias. Centro Norte de Ginástica ge Pará Antes do início das Olimpíadas, o Centro Norte contava com 400 alunos. Após a competição, mais de 150 crianças foram inscritas – 50 só na última semana. E não são só os pequenos que estão entusiasmados para praticar o esporte, segundo Maurício Santos, diretor da Federação Paraense de Ginástica. – A explosão das Olimpíadas aconteceu em todo o Brasil, então acabamos absorvendo isso no estado do Pará, revelando cada vez mais novos talentos e o Pará virou um celeiro de novas ginásticas. Todos os dias tem gente procurando aulas das mais diversas disciplinas no Centro Norte. A procura foi grande, temos aula aqui no sábado para adultos, e a procura foi de 100%. Tivemos esse crescimento no grupo adulto, apesar da pessoa ser um pouco mais velha, acabamos absorvendo talentos que estavam adormecidos e que agora surgiram depois das Olimpíadas. Apesar de não competir oficialmente, o Pará contou com uma integrante da seleção brasileira de ginástica que estava em Paris, a ginasta Andreza Lima, de 17 anos, que foi para as Olimpíadas como substituta. – O Pará está crescendo graças aos investimentos feitos, então acabamos observando, não só o Centro Norte, mas todas as equipes de ginástica do estado do Pará. Estamos crescendo muito, tivemos uma competição em Marabá com 150 crianças no total. Há grandes talentos sendo revelados – comenta Maurício. Brincadeira e “sacrifício” Para chegar ao nível de Rebeca Andrade, a criança precisa primeiro se apaixonar pelo esporte. Entre uma entrevista e outra, os pequenos atletas estavam sempre tentando uma acrobacia, não apenas como parte dos treinos, mas apenas por diversão. Ginasta Mário do Centro Norte Beatriz Reis/ge Dar essa liberdade e treinar o atleta de forma “lúdica” é proposital e um objetivo de Mário Antônio Júnior, atleta que já conquistou nove vezes o Troféu Romulo Maiorana. Agora ele repassa o que aprendeu para jovens atletas. – Eu procuro muito introduzir uma aula, uma metodologia com jogos, um treino mais lúdico para eles, para que eles vejam a ginástica não só como um esporte, não só como uma obrigação, mas como algo que é divertido, algo que os afasta de sério. a rotina deles, tanto a rotina de estudos quanto aquela questão familiar que todo mundo enfrenta. Na maioria das vezes as crianças vêm aqui em busca de refúgio, elas nos abraçam muito, então a gente tem muito contato. Introduzimos o desporto nas suas vidas não apenas para competição, mas como algo que vai mudar. Apesar da diversão, há também o “sacrifício”, que também é introduzido desde cedo na vida dos pequenos atletas de ginástica. – Estamos começando a introduzir isso inicialmente para que quando chegarmos à idade adulta não seja tão sacrificial desistir. Não saímos muito em períodos de competição, não podemos beber álcool, então festas, aniversários de família, tudo isso é uma abdicação, mas para nós que somos atletas, como amamos esporte, isso acaba não acontecendo. Nem sequer se tornou um grande problema. abdicação. Sacrifício não é apenas abrir mão de alguns momentos, mas também suportar as dores e lesões que podem ocorrer ao longo do caminho. Tomar cuidados como dormir bem, alimentar-se adequadamente e não ingerir bebidas alcoólicas é importante para manter o nível elevado e evitar lesões, fato que faz com que muitos atletas abandonem o esporte. – É muito difícil porque, na maioria das vezes, uma lesão leva à desistência, porque para estar treinando, sentindo dor, a gente quer se esforçar, para chegar no nível, mas uma lesão, a dor do dia a dia, se for constante , acabam não nos deixando atingir o nível desejado. ge visita centro de ginástica para acompanhar rotina de atletas paraenses. Abdicar de festas, datas importantes e também lidar com a dor faz parte da vida de um atleta de ponta, como Rebeca, atleta que admira Mário, que já conquistou tanto. Ele também passa por isso e, assim como o medalhista olímpico, é exemplo para os jovens, como Hiel Estavão, ginasta de 14 anos. -Mário é minha maior inspiração, ele também tem vários atletas, mas me inspiro mais nele do que nos outros. Ele é minha inspiração, faz elementos que sempre quis fazer. Apresentações e Notas Jovens atletas de ginástica competem em competições desde cedo. A treinadora Tainá Dantas explica como funcionam as apresentações para eles. – Depende muito do nível da competição, porque dos 9 aos 15 anos temos uma série que é obrigatória. A partir dos 15 anos, que já é adulto, é uma série gratuita. O atleta agora pode somar séries mais difíceis com a ajuda do treinador. Como menciona Tainá, o atleta pode decidir como será seu desempenho a partir dos 15 anos. Cada ginasta atua com um teto de dificuldade, é o que explica Maurício Santos, que também é árbitro. – Na ginástica começamos em 0,10 e subimos até um ponto. Temos os elementos 0,10; 0,20; 0,30 e aumenta conforme o grau de dificuldade. Varia com cada movimento e cada dispositivo. O salto para baixo da mesa é de um ponto, o salto da Rebeca foi cinco e então temos essa variação para cada aparelho. Mário Antônio fala sobre desempenho em competições de ginástica Durante as Olimpíadas, muitos torcedores não concordam com as notas dadas pelos árbitros, alegando que atletas brasileiros foram prejudicados, o que virou até meme. – Então o povo tem o seu preferido, claro que apoiamos a Rebeca Andrade, dos Estados Unidos; da Simone, mas a parte técnica tem que se destacar de acordo com o que a ginasta fez. Assim, cada pontuação que o árbitro dá é controlada por um júri superior e este júri superior também avalia todas as pontuações no final de cada competição.

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