Mesmo assim, os agentes do mercado reagiram positivamente e elogiaram o diretor ao ser nomeado o próximo presidente do BC. A expectativa é que Galípolo mantenha o tom técnico nas discussões sobre a condução da política monetária e não ceda a possíveis pressões governamentais.
Ativos do mercado de capitais não reagiram à confirmação do nome na tarde desta quarta-feira (28). A expectativa é que Galípolo assuma a presidência do BC a partir de 2025, e esse cenário – caso confirmado pelo Senado – já estava incorporado nos preços dos produtos de renda fixa e variável há meses.
“O principal ponto a destacar é que a sua nomeação já era bastante esperada. Portanto, as reações do mercado não têm aqui grande relevância, apesar de ter havido um ligeiro movimento de desvalorização cambial. Galípolo tem perfil mais político em relação ao recente ocupante do cargo, mas também é economista e tem experiência bancária, o que o mantém ligado ao mercado financeiro. Anteriormente, foi secretário-executivo e participou ativamente da campanha de Lula, o que acrescenta uma dimensão política ao seu perfil”, disse. ponderar. Evandro Buccinisócio e diretor de gestão de crédito e multimercado da Rio Bravo Investimentos.
Segundo Buccini, a atuação de Galípolo como diretor do BC foi marcada por dois períodos distintos: inicialmente, uma atuação mais pacifista (inclinando-se para a flexibilização das taxas de juros), durante o qual foi eliminado quando defendeu cortes maiores; e, mais recentemente, mais agressivo (preferindo aumentar o interesse), período em que foi, possivelmente, o membro que mais se pronunciou entre todos do colegiado.
“É provável que, para ganhar credibilidade, Galípolo vote a favor do aumento dos juros na próxima reunião, em linha com o seu discurso. Resta saber, porém, se essa postura será mantida, já que ele não segue os mesmos modelos da maioria no BC, mas rapidamente se adaptou à instituição e passou a falar a mesma língua dos demais membros. No curto prazo, não são esperadas grandes volatilidades ou surpresas. No entanto, a verdadeira avaliação do seu desempenho e do seu alinhamento com o novo governo ficará mais clara após um período. Acredito que só no final do próximo ano, ou cerca de seis meses após a nomeação, poderemos compreender verdadeiramente o seu impacto e as suas decisões“, acrescenta o sócio da Rio Bravo Investimentos.
Alexandre AndradeCEO de Swiss Capital Invest, acredita que Galípolo precisará adotar uma postura moderada como presidente do BC por dois motivos principais:
- Por um lado, enfrentará pressão do governo, que quer reduzir as taxas de juro para aumentar a oferta de crédito e impulsionar o consumo e o investimento. Contudo, esta abordagem pode aumentar o risco de instabilidade económica, gerando preocupação no mercado;
- por outro lado, deve considerar os interesses dos investidores e do mercado de capitais, que exigem cautela e um ambiente financeiro previsível. Portanto, é fundamental entender a visão que o Galípolo trará para a sua gestão.
“Embora acredite que haverá uma tendência de redução das taxas de juro, não acredito que veremos cortes significativos. Na minha opinião, uma pequena redução, algo em torno de 0,2%, seria mais provável. , seria significativo demais para o momento atual. Sua estratégia deve ser buscar um equilíbrio que beneficie tanto a economia quanto os investidores, evitando medidas radicais e focando em ajustes graduais para estabilizar o cenário econômico”, finaliza Andrade.
Reação no setor bancário
Isaac Sidneypresidente de Febrabanfederação que representa os bancos, emitiu nota ao mercado em tom elogioso e dizendo que o fato de Galípolo já fazer parte da diretoria do BC há mais de um ano lhe dava plenas condições para assumir a presidência da autoridade monetária.
“Além dos atributos que possui como economista, Galípolo somou toda essa experiência, principalmente em um período muito rico em intensos debates sobre a condução da política monetária”, afirmou Sidney. “Basta observar seus cargos públicos como diretor, nos quais demonstrou comprometimento com a condução da política monetária naquilo que é a essência de um BC independente: manter a estabilidade da moeda, condição necessária para garantir o poder de compra, bem como a previsibilidade e segurança para os agentes económicos tomarem decisões.”
O presidente do conselho de administração da Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappielogiou as qualidades técnicas de Galípolo, comprovadas em sua gestão como chefe do conselho de política monetária do município.
“Através de suas declarações e ações, Galípolo demonstra que é um homem de visão ampla, preocupado com o bem maior da economia e da Nação. E foram esses atributos que o levaram a ser indicado para ocupar o cargo de presidente do Banco Central do Brasil. Nossa expectativa é que ele consiga cumprir com sucesso sua missão principal de manter a inflação sob controle, mas com uma visão mais ampla das circunstâncias de um Banco Central que hoje ocupa um papel central na formação da estabilidade do mercado”, disse Trabuco em nota.
O CEO da BradescoMarcelo Noronha endossou a posição de Trabuco e afirmou que o processo de transição no comando do BC foi feito com segurança e tranquilidade. “Ele será o segundo presidente do Banco Central, autônomo e com gestão independente do mandato governamental.”
Por fim, o CEO da Itaú, Milton Maluhy Filhoafirmou estar confiante de que Galípolo dará continuidade “ao elevado nível técnico e à relevância global que tem marcado a gestão do Banco Central ao longo dos anos”.
Com informações do Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor Econômico.
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