setembro 18, 2024
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Bioinsumos na produção de cana-de-açúcar: um caminho sustentável e econômico?

Bioinsumos na produção de cana-de-açúcar: um caminho sustentável e econômico?
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O mercado global de bioinsumos agrícolas foi avaliado entre 13 e 15 bilhões de dólares. Nos últimos anos, o uso de bioinsumos tem aumentado na produção agrícola brasileira, dada a percepção de uma maior necessidade de adoção de práticas mais sustentáveis, a fim de reduzir o impacto ambiental e, ao mesmo tempo, reduzir custos. Na cadeia produtiva da cana-de-açúcar, um dos pilares da economia agroindustrial brasileira, a adoção de bioinsumos surge como uma alternativa promissora aos insumos químicos convencionais. Contudo, para que esta tecnologia seja incorporada em larga escala, é essencial considerar os factores económicos envolvidos, incluindo custos, oferta, procura e impactos macroeconómicos. Em 2023, o mercado global de bioinsumos agrícolas foi avaliado entre US$ 13 e 15 bilhões, abrangendo segmentos como controle biológico, inoculantes, bioestimulantes e solubilizantes. A expectativa é que este mercado cresça a uma taxa anual de 13% a 14% até 2032, atingindo potencialmente um valor de 45 mil milhões de dólares, ou seja, triplicando o número actual. Os produtos de controle biológico representam a maior parcela desse mercado, com 57% do valor total, e devem continuar na liderança, principalmente com a crescente adoção de bioinsumos nos Estados Unidos, Europa e Brasil. Saiba mais taboola O mercado de bioinsumos no Brasil registrou crescimento de 15% na safra 2023/2024 em relação à anterior, totalizando R$ 5 bilhões em vendas aos agricultores. Nos últimos três anos, este mercado teve uma taxa média de crescimento anual de 21%, um desempenho notável que é quatro vezes superior à média global. A área tratada no Brasil com defensivos agrícolas, que abrange terras agrícolas onde são implementadas práticas de proteção de plantas contra pragas, doenças e outros fatores nocivos, tanto por meio de produtos químicos quanto biológicos, aumentou 15% na safra 2022/2023 em relação à safra 2022 /Safra 2023. anterior. Neste mesmo período, a utilização de bioinsumos agrícolas cresceu mais de 35% nesta área, atingindo uma participação total de 12% na safra 2022/2023. Entre as principais culturas que utilizam bioinsumos, destacam-se a soja, que representa 55% do total, seguida do milho, com 27%, da cana-de-açúcar, com 12%, e de outras culturas como algodão, café, frutas cítricas e frutas e hortaliças. (HF) que, juntos, totalizam 6%. Globo Rural O estado de Mato Grosso lidera a utilização de produtos agrícolas orgânicos no Brasil, representando 33,4% do total nacional. Em seguida estão Goiás/Distrito Federal, com 13%; São Paulo, com 9%; Paraná, com 7,9%; e Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, com 7,8% cada. A taxa média de adoção de bioinsumos por área aumentou de 22% para 23% entre as safras 2022/2023 e 2023/2024, abrangendo todos os segmentos. O uso de biofungicidas aumentou de 11% para 12%; bioinseticidas, de 19% para 21%; bionematicidas, de 24% para 25%; bioinoculantes, de 61% para 63%; e solubilizantes de nutrientes, de 3% a 4%. Dentre as culturas, destaca-se o uso de bionematicidas em algodão e soja; bioinseticidas em cana-de-açúcar e milho; biofungicidas em soja e milho; além de bionematicidas e biofungicidas em produtos hortícolas (HF). Custos: um desafio inicial com potencial de redução A adoção de bioinsumos na produção de cana-de-açúcar apresenta desafios significativos, principalmente no que diz respeito ao custo inicial de implementação. Esse custo pode ser maior em comparação aos insumos convencionais, devido à necessidade de adaptação de práticas agrícolas, capacitação de mão de obra e aquisição de novos produtos. Além disso, a produção em larga escala de bioinsumos ainda enfrenta desafios logísticos e tecnológicos que podem aumentar os preços, tornando o investimento inicial mais elevado para os produtores. Porém, estudos mostram que, a médio e longo prazo, os bioinsumos podem reduzir consideravelmente os custos de produção. Isso se deve à menor necessidade de insumos químicos, menores gastos com correção de solo e tratamentos fitossanitários, além de melhorias na qualidade do solo e na produtividade das culturas. Por exemplo, o uso de inoculantes desenvolvidos pela Embrapa na cana-de-açúcar tem apresentado aumento de produtividade de até 20%, o que pode compensar custos iniciais mais elevados. Além disso, as práticas sustentáveis ​​associadas ao uso de bioinsumos têm o potencial de gerar economias adicionais ao longo do tempo, especialmente num contexto em que o mercado valoriza produtos sustentáveis ​​e as políticas públicas incentivam práticas agrícolas mais verdes, capazes de promover uma produção mais eficiente. e mais sustentáveis, o que pode ser vantajoso em mercados que exigem cada vez mais práticas agrícolas ambientalmente responsáveis. Leia mais opiniões de especialistas e líderes agrícolas Impactos econômicos: sustentabilidade e competitividade A adoção de bioinsumos na produção de cana-de-açúcar no Brasil tem potencial para gerar impactos macroeconômicos significativos, principalmente por fortalecer a competitividade do país no mercado global e promover práticas mais sustentáveis. Do ponto de vista económico, a substituição dos factores de produção químicos por bioinsumos não só reduz a dependência de produtos importados, mas também reduz os custos ambientais associados à produção agrícola, tais como as emissões de gases com efeito de estufa e a degradação do solo. . O Brasil, como maior produtor mundial de cana-de-açúcar, está em posição privilegiada para liderar a exportação de produtos agrícolas sustentáveis. A utilização de bioinsumos na produção de açúcar e etanol pode abrir novos mercados internacionais, especialmente em regiões onde há crescente demanda por produtos mais ecologicamente corretos. Além disso, a energia gerada a partir do bagaço da cana-de-açúcar, conhecida como bioeletricidade, pode ser uma importante fonte de energia renovável, com potencial para abastecer até 30% do país, se totalmente utilizada. A longo prazo, a internalização dos custos ambientais, como a redução das emissões de CO2 e a preservação dos recursos naturais, pode gerar benefícios económicos consideráveis. Isto acontece porque as práticas agrícolas sustentáveis ​​são cada vez mais valorizadas em todo o mundo e os produtos que as seguem podem atingir preços mais elevados nos mercados internacionais. O Brasil já tem vantagem competitiva no custo de produção do etanol, que é significativamente menor se comparado a outros biocombustíveis, como o produzido a partir do milho nos Estados Unidos. Além disso, políticas públicas, como o Plano Safra e outras iniciativas voltadas para a agricultura de baixo carbono, podem incentivar ainda mais a adoção de bioinsumos e a produção sustentável, aumentando a atratividade do Brasil como fornecedor global de biocombustíveis e açúcar sustentável. Esses desenvolvimentos não apenas solidificam a posição do Brasil como líder na agricultura sustentável, mas também contribuem para a criação de um futuro mais verde e economicamente mais viável para o país. Portanto, a adoção de bioinsumos na produção de cana-de-açúcar representa uma oportunidade significativa para o Brasil, tanto em termos de sustentabilidade ambiental quanto de competitividade econômica. Embora os custos iniciais de implementação sejam elevados, devido à necessidade de adaptação das práticas agrícolas e aquisição de novos produtos, a médio e longo prazo, estes insumos podem reduzir consideravelmente os custos de produção, melhorar a qualidade do solo e aumentar a produtividade. Para que esta transição seja bem-sucedida, é necessário um esforço conjunto entre produtores, governo e empresas, apoiado por políticas públicas adequadas, incentivos financeiros e investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Dessa forma, os bioinsumos têm potencial para transformar a produção de cana-de-açúcar em uma prática mais sustentável e economicamente viável, fortalecendo a competitividade do Brasil no mercado global, especialmente na exportação de açúcar e etanol sustentáveis, além de contribuir para a preservação ambiental. *Fernanda Cigainski Lisbinski, Leonardo Ferraz e Heloisa Lee Burnquist, pesquisadores do Cepea As ideias e opiniões expressas neste artigo são de exclusiva responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a posição editorial do Globo Rural

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