O Brasil é o maior importador mundial de fertilizantes, adquirindo 87% do que consome de países como Canadá, Rússia, Bielorrússia, Israel e Alemanha. Segundo o Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert), o país importa 75% de fosfatos, 85% de nitrogênio e 95% de potássio. Em 2022, a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos publicou o Plano Nacional de Fertilizantes 2050 (PNF 2050), para estimular a produção nacional do insumo. A meta é chegar a 2050 com uma produção nacional capaz de atender de 45% a 50% da demanda.
Bernardo Silva, diretor-executivo do Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert), estima que para alcançar esse resultado o país receberá R$ 150 bilhões em investimentos. “Teremos que produzir cinco vezes mais do que produzimos hoje”, comparou.
Aos poucos, as contribuições começam a decolar. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), as empresas de fertilizantes que atuam no Brasil já anunciaram US$ 5,58 bilhões em investimentos para o período de 2024 a 2028. O andamento dos projetos, porém, é prejudicado por fatores como atrasos no licenciamento e judicialização de licenças ambientais.
Um exemplo de investimento que começa a decolar é o Potássio do Brasil, da Brasil Potash, em Autazes (AM). As reservas da região são estimadas em 170 milhões de toneladas de cloreto de potássio. A planta industrial deverá produzir 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio por ano a partir de 2029, potencialmente triplicando o volume no longo prazo, disse Adriano Espeschit, presidente da Potássio do Brasil. Os investimentos totais são estimados em US$ 2,5 bilhões. A Brasil Potash prepara uma oferta pública inicial de ações na Bolsa de Valores de Nova York para captar parte dos recursos.
Há muitos projetos que dependem de licenciamento”
-Marcelo Silvestre
“Conseguimos 21 licenças para execução do projeto, com 333 condicionantes vinculadas a questões socioambientais que estão sendo rigorosamente seguidas”, disse Espeschit. A Potássio do Brasil obteve licença ambiental prévia do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) em 2015, mas o projeto foi questionado na Justiça em relação aos riscos socioambientais e ficou paralisado por anos.
Em fosfatos, a Galvani Fertilizandos planeja investir R$ 3 bilhões até 2027 para dobrar a capacidade de produção na Bahia em dois anos, para 1,2 milhão de toneladas de fertilizantes por ano, e construir uma fábrica no Ceará, em parceria com as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) em 2008, que ainda aguarda licenças de construção. “Existem muitos projetos que dependem de licenciamento ambiental. Falta previsibilidade no licenciamento”, afirma Marcelo Silvestre, CEO da Galvani Fertilizantes. Em Santa Quitéria (CE), a capacidade de produção será de 1 milhão de toneladas de fosfatos por ano e 220 mil toneladas de fosfato dicálcico por ano.
No nitrogênio, a Yara espera começar a produzir amônia de baixo carbono no Brasil em outubro, em parceria com a Raízen. A previsão é produzir 15 mil toneladas de amônia verde, o equivalente a 2,5% da sua produção anual. “A combinação de transição energética e segurança alimentar é um caminho de desenvolvimento interessante para o Brasil”, disse Daniel Ubner, vice-presidente de soluções industriais da Yara.
empréstimo pessoal do banco pan
simulador de empréstimo de caixa aposentado
empréstimo consignado para assalariados
O posto Licença Ambiental interrompe produção de fertilizantes | A mineração apareceu pela primeira vez no WOW News.