Caso as expectativas se confirmem, ao final de hoje o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciará um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros para vigorar a partir de amanhã. Se não houver surpresas, de 19 de setembro a 6 de novembro a Selic ficará em 10,75% ao ano.
As reuniões do Copom são sempre aguardadas com muita expectativa. Isso porque, na maioria das vezes, eles alteram a taxa de juros.
Desde 2007, em 35% das vezes a decisão foi pela redução da Selic. Em 28% das reuniões, o Copom decidiu aumentar a alíquota. E em 37% das reuniões a decisão foi manter as taxas de juro estáveis. É uma retrospectiva equilibrada que alimenta apostas em resultados possíveis.
O gráfico abaixo mostra os ajustes realizados desde 2007.
Em 26% das vezes houve um corte de 0,5 ponto percentual ou mais. Em 23% das vezes, o ajuste foi um aumento de 0,5 ponto percentual ou mais. Ajustes mais contidos, reduzindo ou aumentando 0,25 ponto percentual, foram menos frequentes.
O papel do Banco Central (BC) na fixação das taxas de juros sempre foi relevante. Esta é uma das razões pelas quais as decisões e explicações sobre as razões das escolhas tarifárias são monitoradas de perto.
Em tese, o BC aumenta os juros quando a economia está muito forte e o excesso de demanda pode provocar um aumento generalizado dos preços. Na situação inversa, quando os negócios estão lentos e há excesso de oferta, o BC reduz os juros para estimular o consumo.
Na prática, porém, o BC acaba dando importância relevante às expectativas de inflação.
Isso porque se os preços começarem a subir, a tendência é que haja pressão para aumentar os salários. Com salários mais elevados, o poder de compra volta a aumentar e a inflação de preços não reduz a cesta de consumo das famílias. Se a economia estiver, de facto, a funcionar com um excesso de procura, novos ajustamentos de preços irão novamente empurrar a inflação para cima.
Se este ciclo não for interrompido, o resultado será uma espiral inflacionária que poderá ser difícil de conter. Por isso, no jargão dos comunicados das autoridades monetárias, frequentemente destacam a importância de o Banco Central permanecer “vigilante”.
No entanto, se o “vigilância” Se isto for excessivo, a economia não crescerá, porque as condições financeiras serão sempre apertadas. Significa que juros excessivamente elevados podem inviabilizar investimentos no setor produtivo e deixar a economia estagnada.
Um dos principais fatores que orientam as expectativas de inflação para o futuro são as variações de preços no passado. A ideia é que, na ausência de melhores estimativas, o que aconteceu tende a ser um bom guia para o futuro.
O BC tem como objetivo manter a inflação dentro de uma meta e dentro de uma determinada faixa de tolerância. Partindo da premissa de que a inflação passada impacta a expectativa de inflação futura, um ajuste simplificado seria o BC reajustar os juros toda vez que a inflação dos últimos 12 meses estiver fora da faixa de tolerância da meta desejada.
O gráfico abaixo compara a inflação dos últimos 12 meses com a meta de inflação perseguida pelo BC desde 2007. A faixa de tolerância utilizada foi de mais ou menos 1,5 ponto percentual.
Historicamente, 49% das vezes em que a inflação ocorreu nos últimos 12 meses esteve dentro da faixa de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos em relação à meta. 41% das vezes estava acima da faixa e apenas 10% abaixo.
Apesar disso, a frequência com que o Banco Central reduziu, manteve ou aumentou as taxas de juros, conforme mostra o primeiro gráfico, foi praticamente a mesma.
A conclusão é que se a decisão de aumentar os juros hoje for quase consensual, a tensão continuará nas próximas reuniões. Por isso é importante entender as análises que serão divulgadas pelos membros do Copom.
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Aumento pós-Selic hoje é praticamente certo | O blog de Marcelo d’Agosto apareceu primeiro no WOW News.