agosto 6, 2024
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Novos investimentos prometem avanços tecnológicos | Inovação

Novos investimentos prometem avanços tecnológicos | Inovação
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Os investimentos públicos e privados começam a trazer mais recursos para inovação no Brasil. Além disso, a recém-criada Iniciativa Nacional de Projetos Tecnológicos de Alto Impacto visa concentrar esforços e preparar o país para desafios de interesse nacional como o hidrogênio verde (H2V), a biotecnologia, a Amazônia e a inteligência artificial (IA), aproveitando grandes volumes de dados , como os do Sistema Único de Saúde (SUS).

O caminho foi sugerido pelo Conselho de Desenvolvimento Socioeconômico Sustentável (o “Conselho”) para capacitar o país em ciência de ponta por meio da integração de diversos atores, com possibilidade de recursos de até R$ 500 milhões em investimentos públicos e outro valor do banheiro de iniciativa. “A concentração permite saltos para áreas onde já existem competências”, diz Glauco Arbix, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP). O próximo passo é definir os projetos com maior potencial de aprovação presidencial.

Enquanto isso, está em andamento o Plano Mais Produção, eixo de financiamento da Nova Indústria Brasil (NIB), que prevê R$ 300 bilhões até 2026. Dos R$ 66 bilhões direcionados à inovação e digitalização neste período, R$ 41 bilhões já foram destinados. disponíveis: R$ 21 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o restante da Agência Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Em 2023, o BNDES aprovou cerca de R$ 3 bilhões para inovação e o orçamento de 2024 chega a R$ 8,4 bilhões, afirma José Luiz Gordon, diretor de desenvolvimento produtivo, inovação e comércio exterior do banco.

O fim do contingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNCDT) em 2023 garantiu a execução do orçamento de R$ 9,8 bilhões da Finep, e o plano de investimentos para este ano chega a R$ 12,7 bilhões.

Os destaques do financiamento da Finep em 2023 incluem R$ 546 milhões para recuperação de 47 parques tecnológicos, R$ 837 milhões em 151 projetos de IA, R$ 19 milhões para 499 startups e mais de R$ 560 milhões para defesa, com destaque para o reator multiuso, instalado no próximo ao Centro Experimental Aramar, da Marinha, em Iperó (SP), e que deverá apoiar a autossuficiência em radiofármacos.

Para cadeias agroindustriais foram contratados empréstimos no valor de mais de R$ 6,7 bilhões, com contrapartida de empresas de R$ 1,2 bilhão. Outro foco é aliviar as assimetrias regionais. Além de destinar 30% das licitações de infraestrutura para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, em junho foi publicado edital de mais R$ 300 milhões com o mesmo objetivo. Em julho, três destinaram R$ 305 milhões à agricultura familiar e R$ 210 milhões a projetos na Amazônia. “Eles ainda não resolvem o problema, mas criam mais chances”, diz o presidente da Finep, Celso Pansera, sobre os editais regionais.

A redução da desigualdade regional começa a despontar na Lei do Bem, que incentiva a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação (PD&I) nas empresas. Estudo realizado pelo GT Group, especialista na área, mostrou que em 2022 houve um aumento nacional de 16% nos pedidos de inclusão na Lei do Bem, ante 27% na região Centro-Oeste. Segundo o diretor de inovação do Grupo GR, Cristiano Vicente, em 2022 o volume investido via Lei do Bem atingiu R$ 35 bilhões, 31% superior a 2021.

Pansera, da Finep: editais regionais ajudam a amenizar assimetrias — Foto: Divulgação

Um dos desafios estaduais é a abrangência nacional da maioria dos editais, afirma Alberto Peverati Filho, gerente executivo do Conselho Nacional de Secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), que firmou parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento ( BID) e Fundação Getulio Vargas (FGV) para criar um ranking estadual de inovação. Outra está ligada aos orçamentos das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs), que recebem recursos dos tesouros estaduais.

Das 27 FAPs do país, 19 têm compromissos orçamentários que variam de 0,3%, na Fapespa (PA), a 2,5%, na Fapes (ES). “Mas nem todos os Estados cumprem a lei”, afirma o presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e da Fapergs (RS) do Rio Grande do Sul, Odir Dellagostin.

Os recursos totais das FAPs giram em torno de R$ 4 bilhões anuais. Destaca-se a Fapesp (SP), com uma constituição estadual que lhe destina 1% da receita. Do orçamento médio anual de R$ 2 bilhões, metade foi destinada em 2023 à recuperação da infraestrutura de pesquisa. A fundação também apoia centros de pesquisa fora do Estado, graças a recursos acumulados no passado quando responsável por registros de domínios de internet, e 27 centros de engenharia de pesquisa (CEPs) em parceria com empresas. O centro mais recente é o Future Air Mobility (CPE-MAF), com a Embraer, um investimento de R$ 100 milhões em dez anos, dos quais R$ 59 milhões são da empresa.

O programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), por sua vez, já apoiou 1,8 mil empresas em 27 anos, das quais 1,2 mil estão ativas. Para ampliar o apoio, foram destinados R$ 150 milhões para fundos de investimento de participação (FIPs) como o Criatec 4 e o fundo BNDES para internet das coisas (IoT), que receberão R$ 30 milhões cada, e outros dois fundos para apoiar startups focadas em inovações científicas complexas (também com R$ 30 milhões para cada uma), detalha Carlos Américo Pacheco, presidente do conselho técnico-administrativo da Fapesp. Dois fundos de investidores anjos e uma chamada para fundo de crowdfunding deverão ficar na faixa de R$ 10 milhões cada.

Há três anos, a Fapemig, de Minas Gerais, recebe 1% da receita do Estado apurada pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TC-MG). Este ano, são R$ 503 milhões. O diretor de ciência, tecnologia e inovação, Marcelo Gomes Speziali, destaca programas com parcerias com empresas privadas, como Vale, e Hub Minas, com desafios para empresas e startups, colocados pelo setor público. O programa Cientista Empreendedor ajuda a transformar a pesquisa em negócios futuros e o Cientista Pesquisador na Empresa concede bolsas da fundação com apoio privado.

No Ceará, primeiro colocado do Nordeste e oitavo no ranking geral de inovação elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ceará (Funcap) deverá receber 2% da receita tributária até 2027, conforme determina dá o TC-CE. Hoje, o Índice Estadual de Inovação da Fiec está em 1,7%, com previsão de R$ 178 milhões para 2024. A fundação investe em acadêmicos com programas como Pesquisador Empreendedor, voltado para spin-offs acadêmicos, e Cientista Chefe, para atender 27 secretarias estaduais. , que já envolveu mais de 2,5 mil bolsistas e 500 orientadores e virou lei em 2021 – um exemplo é do próprio TC-CE, com aplicativo para monitoramento de obras como rodovias por meio de imagens no celular.

Outros programas visam cadeias e parcerias, como o Conecta, cofinanciamento de PD&I em empresas públicas ou privadas e clusters econômicos, com avaliação de demandas e vocações de empresas das 14 regiões do Estado para serem levadas a startups. A H-Tec tem como objetivo proporcionar formação profissional em energias renováveis, com meta de atingir 12 mil pessoas e investimento de R$ 34 milhões do governo do estado.

Na esfera municipal, o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) 2023, criado pela Endeavor e produzido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), destacou Florianópolis (SC) como primeira colocada em termos de inovação. O secretário executivo de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Juliano Richter Pires, cita ações como os quatro centros de inovação e o programa de capacitação em inovação Floripa Mais Tech, que já atendeu 25 mil pessoas. Nas escolas, trabalha para conscientizar jovens de 14 a 16 anos e seus pais sobre as oportunidades da tecnologia. O evento anual Floripa Conecta busca espelhar o SXSW norte-americano e inclui o Startup Summit, com cerca de mil startups e 12 mil participantes.

O segundo lugar em inovação ficou com Limeira (SP), cuja Fábrica de Inovação reúne poder público, academia e setor privado. A cidade é um dos polos industriais de autopeças, com marcas como Iochpe-Maxxion e ZF TRW, e reduziu pela metade o ISS das empresas do segmento de tecnologia, atualmente em 2%. Depois de promover discussões sobre inovação, agora avalia os próximos passos, afirma o secretário de Desenvolvimento, Turismo e Inovação, Tito Amaral.

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