agosto 20, 2024
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MPF pede à Justiça demarcação de reserva indígena mais afetada pela extração ilegal de madeira no Pará

MPF pede à Justiça demarcação de reserva indígena mais afetada pela extração ilegal de madeira no Pará
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Uma área equivalente a 163 mil campos de futebol, em Goianésia do Pará, está reservada aos indígenas há quase 80 anos. A área tornou-se palco de conflitos e violações dos direitos do povo Amanayé. Demarcação da reserva Amanayé: ação do MPF pede atuação da Funai e da União O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública contra a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a União pedindo a demarcação da Terra Indígena Amanayé (TI), em Goianésia do Pará, região sudeste do estado. Desde 2020, a reserva indígena é o território indígena mais explorado para exploração madeireira no Pará. Entre agosto de 2020 e julho de 2023, foram afetados 2,9 mil hectares – são quase três mil campos de futebol. O documento do MPF foi encaminhado à Justiça Federal no dia 15 de agosto, onde o Ministério Público Sadi Machado também pede o pagamento de R$ 3 milhões em danos morais coletivos aos Amanyé, em razão das violações de direitos que os povos indígenas têm enfrentado. . na região. O MPF destaca também o alto risco de conflitos por terras entre agricultores e produtores de soja na região. Sadi Machado chamou a atenção, no documento, para a existência de 37 Cadastros Ambientais Rurais (CAR) sobrepostos à reserva indígena. – (assista ao vídeo abaixo). A área de 163 mil hectares (o equivalente a 163 mil campos de futebol) está reservada aos Amanayé desde 1945, por força de decreto do então interventor federal no Pará Magalhães Barata, mas mesmo depois de quase 80 anos a identificação, delimitação e demarcação do território. Por isso o local ainda é considerado reserva indígena e não TI. Duas portarias, uma de 9 de novembro de 1984 e outra de 19 de junho de 1998, já estabeleceram a criação de Grupos de Trabalho (GT) para trabalhar no estudo para a demarcação da TI, mas nada foi feito, como destacou o Ministério Público. A ação civil pública apresenta todo o histórico da reserva, destacando inclusive que em 2020 uma liderança indígena Amanayé protocolou, junto à Ouvidoria da Funai, pedido para a realização de estudos técnicos para delimitação da TI, pois a área estava ameaçada de invasão por agricultores e soja. Na época, a Funai respondeu ao líder Amanayé que não tinha recursos orçamentários nem pessoal para realizar o estudo técnico de demarcação do território indígena. “Não houve nenhuma medida efetivamente adotada, fazendo com que a Funai e a União nem sequer iniciassem o processo de demarcação administrativa”, afirma a ação. O g1 solicitou posicionamento da Funai e também da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre a ação do MPF que pede a demarcação da TI Amanayé, mas ainda não obteve resposta até a publicação da reportagem. Para o MPF, não há dúvidas de que o atraso no cumprimento das obrigações legais da União e da Funai gerou pressões econômicas, conflitos fundiários e danos ambientais significativos, além de resultar em desintegração e mudanças importantes nos costumes e modos de vida indígenas. vida. Acesse o canal g1 Pará no WhatsApp Segundo o MPF, o Instituto de Terras do Pará (Iterpa) detectou, em março de 2022, que na reserva indígena Amanayé existem coleções de lotes (porções de terras) destinadas ao Estado do Pará, alguns dos quais eles foram até transformados em títulos de terras privadas. Procurado pelo g1, o Iterpa informou que não atua em reserva indígena, sendo de responsabilidade do Governo Federal. Em relação aos cadastros ambientais rurais, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) informou que é responsável pela análise dos cadastros cadastrados, neste caso, com base em informações georreferenciadas da Funai. Segundo a Semas, as inscrições são canceladas caso sejam em territórios indígenas. A ação civil pública movida pelo advogado Sadi Machado pede o bloqueio dessas terras na área da Reserva Amanayé e estabelece prazo de 60 dias para publicação de nova portaria que institui o Grupo de Trabalho que elaborará o estudo técnico para a demarcação de a TI. O GT deverá apresentar o cronograma de atividades em juízo. Assista, a seguir, à reportagem que aponta a reserva indígena Amanayé como uma das áreas mais desmatadas devido à extração ilegal de madeira: Estudo do Imazon aponta aumento da área de extração ilegal de madeira no Pará VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará no g1 Para

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