O primeiro debate entre candidatos a prefeito do Rio de Janeiro não teve grandes vencedores e foi “morno”, segundo analistas e políticos ouvidos pelo Valor. Sem grandes atuações ou surpresas, encontro foi marcado por concentração de críticas ao prefeito da cidade Eduardo Paes (PSD)e a dobradinha entre os bolsonaristas Alexandre Ramagem (PL) e Rodrigo Amorim (União Brasil).
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O titular chegou à sede da Band, organizadora do debate, já sabendo que seria o centro do embate. Em conversa com jornalistas, antes do início do encontro, Paes optou por minimizar os ataques que sofreria. “Eu ficaria surpreso se eles estivessem me elogiando”, disse ele.
Segundo interlocutores, o principal objetivo do prefeito não era morder a isca dos adversários, principalmente dos ligados ao ex-presidente. Jair Bolsonaro (PL)e manter um discurso focado nas entregas da sua gestão. Por ser o mais experiente em debates, já que está em sua quinta eleição majoritária —e a quarta para o Executivo carioca—, Paes soube aproveitar bem o tempo de palavra e manteve a calma, apesar de parecer um pouco nervoso no início do pleito. primeiro bloco. da reunião.
Por ser um candidato que já ocupa o cargo em disputa, tem ampla margem de vantagem nas pesquisas eleitorais e boa avaliação de sua gestão, a saída de Paes em “0 a 0” é mais positiva do que negativa. Ele “não perdeu”, segundo aliados, mesmo não tendo tido uma atuação brilhante —o que, desde o início, já era esperado. Ele não foi ao debate para “selá-lo”, diz fonte próxima.
“Paes não ficou desconcertado, mesmo quando o associaram a [o ex-governador do Rio] Sérgio Cabral. Portanto, penso que a sua candidatura às eleições não foi afectada. No máximo, achei interessante que ele não gaguejou quando questionado sobre vir para o governo do estado em 2026. Ele reafirmou que pretende completar o mandato”, disse a cientista política Mayra Goulart.
Um ponto destacado por aliados foi a fala de Paes ao pedir direito de resposta quando associado ao governador condenado no Operação Lava Jato. Em vez de aproveitar o tempo para se esquivar da acusação, optou por defender a Transbrasil, via expressa do BRT na Avenida Brasil, alvo constante de ataques da oposição.
Para Goulart, o debate teve um clima morno, pois repetiu tudo o que já havia sido previsto, sem grandes notícias ou fatos que pudessem alterar a intenção de voto dos telespectadores.
“Foi morno no sentido de que nenhuma preferência mudou devido ao debate. De alguém que esperava uma atuação mais técnica, que é o caso de Eduardo Paes, foi isso que conseguiu. Daqueles de quem se esperava uma atuação mais polarizada, como é o caso de Rodrigo Amorim, também foi isso que se conseguiu”, afirmou.
Em relação a Ramagem, o bolsonarista apareceu bem preparado em sua primeira participação em um debate eleitoral. Na avaliação dos políticos cariocas, tanto aliados do deputado federal quanto opositores, o candidato do PL mostrou que estava feliz em debater a cidade, mas tinha problemas de comunicação. Segundo um interlocutor, o nervosismo atrapalhou, fazendo com que ele ficasse confuso em alguns momentos.
“Ramagem, que precisava do debate para impulsionar sua candidatura, não teve um excelente desempenho. Ele tentou se apresentar como um bolsonarista limpo, mas acho que teve alguns momentos de destaque”, diz Goulart.
“Isso ficou claro na pergunta sobre vacinas [contra a covid-19]. A forma como se manteve dentro do espectro do bolsonarismo, defendendo o legado [de Bolsonaro]mas não defendendo o negacionismo. Ele contorna a situação, não fala mal da vacina. Mas também não responde à pergunta feita”, acrescenta.
Neste momento em que falamos em vacinação contra o coronavírus, o candidato do Psol Tarcísio Mottatem um momento de destaque, fazendo críticas irônicas a Ramagem e, ao mesmo tempo, acertando Amorim. Em discurso único, ele chama o deputado estadual de linha auxiliar do parlamentar federal e cita o inquérito da Polícia Federal que investiga o envolvimento de Ramagem no suposto esquema de espionagem ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
“Imagino que a teoria da conspiração que você mais gosta é aquela que tem chip espião na vacina. Porque você entende de espionagem ilegal (…). Agora parece que você tem até o apoio do padre Kelmon do Rio, para continuar fazendo essas dobradinhas”, disse, mencionando o candidato anão do PTB nas eleições presidenciais de 2022 e que serviu de palanque para Bolsonaro nos debates daquele ano.
Além de Paes, Tarcísio também era quem tinha mais experiência em debates; todos os outros competidores eram novatos. Porém, errou e caiu na pilha de Amorim, quando o bolsonarista deu declarações falsas dizendo que o Psol tinha ligações com o tráfico de drogas e defendia o consumo de crack.
O candidato do Psol pediu direito de resposta, o que não foi concedido. Ele então aproveitou uma nova pergunta para responder que seu partido era a favor da legalização das drogas e defendeu que o assunto fosse tratado como uma questão de saúde pública, e não de segurança. Apesar da justificativa sóbria e professoral de Tarcísio, a fala do candidato acabou servindo de matéria para as redes de Amorim.
Por fim, o candidato do PP, Marcelo Queirozfoi quem mais saiu do debate. O deputado federal procurou retratar-se como alguém experiente, já tendo ocupado cargos em diferentes gestões do Executivo municipal e estadual. Ele também tentou trazer para si a imagem de um “candidato fofo”, levando ao debate sua cadela Rufina e calçando tênis com imagens do personagem Milhouse dos Simpsons e seu nome; Os dois são muito parecidos fisicamente. Porém, a avaliação dos políticos que acompanharam o debate é que faltou carisma a Queiroz e que ele, assim como Ramagem, também foi vítima de nervosismo.
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O pós Debate do Rio fez Paes fugir de provocações e Ramagem nervoso, avaliam analistas e políticos | A política apareceu primeiro no WOW News.