agosto 16, 2024
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Ações de siderúrgicas sofrem com importados e queda nos preços | Siderurgia

Ações de siderúrgicas sofrem com importados e queda nos preços | Siderurgia
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A queda dos preços do minério de ferro ao longo deste ano, associada à entrada desenfreada de produtos siderúrgicos chineses no mercado brasileiro, causou uma tempestade perfeita nas finanças das siderúrgicas com ações negociadas em bolsa. Tempestade, não; A julgar pelo que aconteceu com o preço das ações da Usiminas, CSN e Gerdau na B3, o cenário é mais parecido com um tornado.

De janeiro até o final de julho, as ações mais negociadas da Gerdau caíram 9%, as ações mais líquidas da Usiminas perderam 35% do seu valor, enquanto as ações da CSN caíram 39,7%. Para efeito de comparação, o Ibovespa, índice formado pelos títulos mais negociados na B3, teve uma retração bem menor, de 4,87%, nesses sete meses.

Os balanços das empresas siderúrgicas de capital aberto são uma imagem clara deste cenário. A Usiminas viu sua receita cair 7,8% no segundo trimestre do ano, para R$ 6,35 bilhões, na comparação trimestral. O resultado final do período foi um prejuízo de R$ 99,7 milhões, revertendo o ganho que a empresa havia obtido de abril a junho de 2023, de R$ 287,4 milhões.

“O resultado reportado pela Usiminas trouxe números fracos, pressionados pelo desempenho abaixo do esperado no segmento siderúrgico, cuja rentabilidade operacional reverteu a melhora apresentada no trimestre anterior e voltou a deteriorar-se”, diz Mary Silva, analista do BB Investimentos, em relatório lançado em 26 de julho.

“Nem mesmo a recuperação parcial dos resultados do segmento de mineração foi suficiente para compensar a queda de 41% (trimestral) no EBITDA ajustado consolidado, que ficou em R$ 247 milhões, e elevou a margem para apenas 3,9% (queda de 2,8 pontos em trimestre)”, diz Mary, que tem recomendação neutra para as ações da Usiminas. Segundo ela, o volume de vendas de aço da empresa permaneceu estável no trimestre, em grande parte devido ao aumento de 5,9% nas vendas para o mercado interno.

“Devido à decisão de desativação da área de laminação há dez anos, a Usiminas hoje tem grande parte de sua laminação de placas exposta a terceiros, e isso impacta seus custos, já que parte é importada e tem efeito cambial”, afirmam. estado. Yuri Pereira e Arthur Biscuola, analistas do Santander.

Segundo eles, a empresa teve melhorias de eficiência na operação do alto-forno 3, em Ipatinga (MG), mas não o suficiente para fazer frente ao aumento de custos. Pereira e Biscuola também têm recomendação neutra para as ações da Usiminas. São unânimes em afirmar que a importação de aço chinês foi o principal fator para o desempenho da empresa no trimestre.

Na Gerdau, a queda na receita líquida foi ainda maior, de 9%, para R$ 16,6 bilhões. O resultado, ainda positivo, foi um lucro líquido de R$ 867 milhões, embora bem abaixo dos R$ 2,1 bilhões do ano anterior. Conforme divulgado pela companhia na apresentação do balanço, a produção de aço bruto da companhia encolheu 5,3% no trimestre, para 2,9 milhões de toneladas. As vendas de aço totalizaram 2,7 milhões de toneladas, queda de 7,5% em relação aos mesmos meses do ano passado. “A alta penetração de produtos importados continua afetando o volume de vendas no mercado interno dado que o sistema de cotas implementado pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento e Comércio) ainda não teve impacto relevante no mercado siderúrgico nacional no 2T24”, escreveu a empresa.

O sistema de cotas foi implementado em maio a pedido de empresários do setor como forma de impedir a entrada de aço importado da China. As importações de aço no Brasil cresceram 23,9% no primeiro semestre do ano, enquanto o consumo aparente de aço cresceu apenas 6%. A tarifa média imposta pelo sistema, dependendo do produto, é de 11%. Para os analistas do Santander, a sobretaxa não deverá conter a entrada de importações, mas sim retardar a sua evolução, o que já beneficia o setor.

Além do aumento das importações de aço, o preço do minério de ferro no mercado internacional impulsionou o fraco desempenho das empresas do setor. De cerca de US$ 130 por tonelada no início do ano, hoje o mineral é negociado por cerca de US$ 105 por tonelada.

Pereira e Biscuola lembram que as atividades da Gerdau nos Estados Unidos representaram 52% do EBITDA da empresa no trimestre. “As margens estão crescendo nas operações nos EUA, enquanto no Brasil estão caindo.” A razão é que o mercado americano já está protegido contra as importações de aço desde 2018, com tarifa de 25%. “Outras razões são que se desfez do negócio de vergalhões e de fábricas menos eficientes nos EUA, e grande parte da produção é destinada à construção pesada, que é bastante resiliente”, acrescentam. Eles recomendam comprar as ações.

A CSN encerrou o segundo trimestre com receita líquida consolidada de R$ 10,9 bilhões, queda de 1% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, as vendas de aço aumentaram 7% no trimestre, para 1,124 milhão de toneladas, impulsionadas pelo aumento de 8% nas vendas no mercado interno. A empresa reportou um crescimento no Ebitda trimestral de 31%, para R$ 2,53 bilhões, mas o resultado final do balanço foi um prejuízo de R$ 223 milhões, revertendo os ganhos de R$ 283 milhões do ano anterior.

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