Voepass é da Latam? Entenda o que é codeshare | Empresas

Compartilhamento de código ou “código compartilhado”, é um acordo entre duas ou mais companhias aéreas que permite que um voo operado por uma delas também seja vendido sob o código da outra. No Brasil, esse acordo é regulamentado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por meio de resoluções, explica Victor Hanna, da área de Aviação do Goulart Penteado Advogado.

• Como funciona: No codeshare, uma companhia aérea vende passagens de um voo que será operado (ou seja, que de fato realizará o voo) por outra companhia aérea, como é o caso da Voepass (que realizou o voo) e da Latam (que vendeu a passagem). ).

O conceito surgiu globalmente na década de 1960, ganhando força nas décadas de 1980 e 1990 com o aumento da alianças entre companhias aéreas e a necessidade de expandir redes aéreas sem gerar altos custos operacionais em novos mercados. No Brasil, o modelo começou a ser implementado na década de 1990. 1990 e 2000.

Com regulamentações específicas e o crescimento de alianças internacionais, as companhias aéreas brasileiras passaram a firmar acordos para esse tipo de operação com empresas estrangeiras, especialmente para facilitar conectividade internacional, diz Leo Rosenbaum, advogado especializado em direito de passageiros aéreos.

“Isso permite que o passageiro compre uma passagem única para viajar entre uma pequena cidade e um grande hub internacional, mesmo que o trecho regional seja operado por outra empresa”, aponta o especialista.

O compartilhamento é usado em:

• Voos internacionais, onde as empresas nacionais fazem parceria com empresas estrangeiras para oferecer uma gama mais ampla de destinos globais;
• vôos domésticos, com parcerias entre empresas maiores, que atuam em grandes centros, e empresas regionais;
• Voos regionaisem que grandes companhias aéreas formam parcerias com companhias aéreas regionais para servir destinos menores, onde não é viável operar diretamente.

Esse tipo de operação traz benefícios para empresas, que podem expandir a rede aérea, reduzir custos e aumentar a competitividade no setorexplica Leo Rosenbaum, especialista em direito de passageiros aéreos. Para os consumidores, há mais opções de destinos e conexões.

Como posso saber se meu voo é codeshare?

Algumas das regras definidas pela agência nacional de codeshare estão em Resolução ANAC nº 400/2016que obriga a empresa a informar os passageiros quando um voo é operado em regime de codeshare, explica Rosenbaum.

Esta informação deverá ser fornecida no hora da compra e indicado no bilhete, aparecendo normalmente nó código de voo.

Código do voo: Geralmente é uma combinação de letras e números que identifica aquele voo, como “AA1234”.

“As letras representam a companhia aérea contratada [por exemplo, “AA” para American Airlines]mas se o voo for operado em regime de codeshare, o bilhete também indicará a empresa que efetivamente operará o voo. É importante verificar essas informações tanto na passagem quanto nas comunicações da companhia aérea”, destaca.

Identificação da Empresa Operadora: Na passagem e na confirmação da reserva, a empresa que efetivamente irá operar o voo costuma estar indicada ao lado ou abaixo do código do voo. Os passageiros devem ficar atentos a esta informação para saber qual empresa prestará o serviço e para identificar onde fazer check-in e onde será realizado o embarque.

Parceria entre Latam x Voepass

A parceria entre as duas companhias aéreas começou em 2014 com um acordo de codeshare, mas, segundo o Valorfoi em 2024 que o acordo ganhou maior proporção, com a Latam obtendo aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para emitir debêntures conversíveis pela Voepass.

Essas debêntures dão à Latam o direito de converter seu investimento em até 30% das ações do grupo Voepass, sendo o restante da participação destinado à família Felício. Os valores da negociação não são públicos.

Em perceber enviado ao Valor, a Latam disse que “acordos de codeshare comercial são frequentes na aviação brasileira e global” e que a empresa mantém esses acordos com companhias aéreas de todo o mundo, incluindo a Voepass. A companhia aérea destacou ainda que “não se trata, portanto, de uma “transferência” ou “terceirização” de operações”.