Tradicional e bienal, a comemoração continua com roda de samba e farto jantar até sábado (17). Mulheres que integram a Irmandade da Boa Morte, durante festa na Bahia Jomar Lima/Divulgação A tradicional e bicentenária Festa de Nossa Senhora da Boa Morte começa nesta terça-feira (13), em Cachoeira, no Recôncavo baiano. A programação do evento, que é patrimônio imaterial do estado desde 2010, segue até sábado (17). O evento homenageia a Irmandade da Boa Morte, formada por mulheres negras, é uma irmandade religiosa afro-católica brasileira que, por muito tempo, foi responsável pela alforria de inúmeros escravos negros. NOTÍCIA: Faça parte do canal g1 Bahia no WhatsApp A festa da Boa Morte acontece sempre no mês de agosto, mês dedicado a Nossa Senhora, reunindo cultura e religião, em manifestações de fé, respeito e solidariedade, para lembrar o lutas e resistências do povo negro. Todos os anos, as festividades atraem turistas do Brasil e do mundo. Programação Festa da Boa Morte, em Cachoeira, Bahia Jomar Lima/Divulgação As festividades começam nesta terça-feira (13), dia dedicado às irmãs falecidas. Nestes dias, as irmãs vestem-se de branco e saem em procissão carregando a imagem fixada num andaime em direção à Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Rosário. Na quarta-feira (14), com a imagem de Nossa Senhora da Boa Morte, as irmãs saem da sede da Irmandade em procissão noturna, carregando velas, cantando canções proferidas pelo caminho, mencionando a dormência de Nossa Senhora. Quinta-feira (15) será dedicada a Nossa Senhora da Glória. A procissão sai pela manhã da sede da Irmandade, acompanhada por bandas filarmónicas locais. Eles trazem flores, carregam a estátua de Nossa Senhora da Glória até a Igreja Matriz, onde é celebrada uma missa, e quando os cargos são transferidos, a nova comissão do partido toma posse. A festa segue até sábado (17), com muito samba de roda e um farto jantar durante os cinco dias de festa. Irmandade da Boa Tarde da Boa Morte na Bahia Jomar Lima/Divulgação Não há data precisa do surgimento da irmandade. Pesquisadores apontam que os primeiros indícios do grupo datam de 1810, em Salvador, entre mulheres escravizadas de países africanos. O grupo, que trabalhava para libertar escravos, foi extinto devido à perseguição, que obrigou algumas irmãs a irem para Cachoeira, cidade que, na época, gozava de uma economia próspera. Em 1840, retomaram a irmandade no Recôncavo. O nome da irmandade foi escolhido porque quando os negros eram maltratados – o que era comum nos séculos passados, eles sempre pediam para ter uma boa morte. Muitos pediram para que Maria atravessasse, para morrer ao lado dela. O grupo hoje conta com 150 integrantes, com cargos passados de geração em geração. Apesar do número relativamente grande, essas mulheres tiveram que lutar para adorar um santo católico, sem deixar de lado a ascendência negra. Celebravam o santo católico, mas também cultuavam os orixás. Nem todos os padres foram generosos e alguns não abriram as portas das igrejas às irmãs, e não as aceitaram como negras, nem a matriz religiosa que herdaram. Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista vídeos do g1 e da TV Bahia
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