“Lula já embarcou para o Rio. Ele sancionará isso em algum momento da agenda do Rio. É normal que ele sancione hoje”, disse Guimarães aos jornalistas.
Anteriormente, os deputados concluíram a apreciação do texto, apesar da forte obstrução dos parlamentares da oposição. A proposta foi enviada para aprovação presidencial.
Ontem, governantes corriam contra o tempo para aprovar a medida no prazo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que governo e Congresso formalizassem um acordo para manutenção do programa de desoneração tributária.
Em abril, o ministro Cristiano Zanin, do STF, suspendeu temporariamente os efeitos da isenção, o que restabeleceria imediatamente a cobrança sobre os setores afetados. Dias depois, porém, o juiz concedeu nova liminar, desta vez dando 60 dias para se construir um entendimento sobre as fontes de compensação da medida — decisão que foi confirmada pela turma do Tribunal. O prazo foi posteriormente prorrogado até ontem.
Com a obstrução, a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu na noite desta quarta-feira (11) ao STF e pediu ao juiz mais três dias úteis para que Lula sancione o texto. “Como termina hoje o prazo de efeitos prospectivos concedido por este Supremo Tribunal Federal, faz-se necessário conceder excepcionalmente prazo adicional de 3 (três) dias úteis, unicamente para a conclusão do processo legislativo em sua fase final de sanção/veto por o Presidente da República da República. Diante do exposto, solicita-se respeitosamente que o prazo para suspensão da ação e prospecção dos efeitos da decisão que suspende a eficácia da medida cautelar seja prorrogado por mais 3 (três) dias úteis, exclusivamente para fins de conclusão o processo legislativo na fase regulada pelo artigo 66 da Constituição (sanção/veto)”.
Na avaliação de Guimarães, o recurso acabou desmobilizando a base e impossibilitando a conclusão da avaliação na noite de ontem.
“Ele estava [um ponto que ajudou na desmobilização]. Meu objetivo era votar o assunto e conseguimos. Eu nem discuti essa questão de pedir prorrogação de prazo. Recebi informação do Ministro das Relações Institucionais [Alexandre Padilha] que não haveria pedido de prorrogação”, explicou o petista.
O parlamentar petista destacou ainda que a votação poderia ter sido concluída ontem caso os parlamentares da base tivessem permanecido mobilizados, o que não aconteceu.
“Muitos fracassaram, não só no PT, mas outros [da base] também naquele momento. Mas eu estava em minha missão aqui. Nessas horas a base tem que estar junta, caso contrário não aprovaremos os materiais. Poderíamos ter acabado com isso. Não aconteceu, mas faz parte”, disse Guimarães.
Ontem, depois de a sessão ter terminado sem concluir a apreciação do projecto por obstrução, o líder do governo queixou-se não só da base, mas também lamentou a ausência dos seus apoiantes.
“Não vamos falar da base, vamos falar do PT. Restaram 25 que não votaram. Foi mais do que precisávamos [para garantir o quórum mínimo]. Eu até quero desabafar. Claro que ficamos trabalhando até aquele momento e vimos que muitas bancadas não vieram votar, é um desrespeito com quem está aqui. O que me incomoda é que os parlamentares não venham votar pelo sistema Infoleg [sistema de votação remota]”, disse Guimarães.
“Foi mais um descaso do PT, não vamos falar da base. Mais de 20 petistas não votaram. Eles estavam dormindo, não sei. Mas isso faz parte”, acrescentou ela.
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