O Ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, negou, nesta segunda-feira (12), que o Palácio do Planalto influenciou o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino suspender o pagamento das ligações “Mudanças no Pix”. Padilha falou sobre o assunto ao ser questionado sobre possíveis retaliações de parlamentares do Congresso, que veem o “digital” do governo petista nesta decisão.
“Não há nenhuma impressão digital do governo em uma decisão da Suprema Corte. Qualquer nova decisão [do STF]o governo cumprirá. Não cabe ao governo influenciar as decisões do STF”, afirmou o ministro.
O tema é delicado porque, nesta semana, o Congresso fará um esforço concentrado, quando diversas propostas forem colocadas em votação mais rapidamente. Isso significa que deputados e senadores teriam a possibilidade de derrotar o governo, como mensagem à gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desastres e obras públicas em andamento
A desconfiança dos parlamentares vem da proximidade entre Lula e Flávio Dino, ex-ministro da Justiça indicado para o Supremo. Na prática, Dino manteve a suspensão das alterações do Pix que não atendem a todos os critérios de transparência e rastreabilidade – uma vez seguidas, as transferências podem ocorrer, conforme decisão do ministro. Contudo, Dino autorizou transferências em caso de calamidade e obras públicas em cursoembora também abranja a transparência na utilização dos recursos.
A decisão de Flávio Dino ocorreu nesta quinta-feira (8), na ação movida por PGR questionando a constitucionalidade Emendas Pix – modalidade de emendas individuais para transferir dinheiro diretamente para estados e municípios, sem estar vinculado a um projeto ou atividade específica. Portanto, sem finalidade específica, os recursos pertencerão aos municípios ou estados no momento do repasse financeiro.
Dino manteve o teor semelhante da decisão tomada na ação proposta pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), mas deixando as regras mais flexíveis para implementação de alterações no Pix em casos de calamidade pública e obras em andamento. Desde a primeira decisão do Dino sobre as mudanças no Pix, Procurador-Geral da União (AGU) sugeriu ao Executivo uma espécie de bloqueio preventivo de recursos para evitar que transferências ocorressem fora dos critérios exigidos por Dino.
Durante reunião técnica no dia 6 de agosto promovida por Dino, órgãos de controle, Executivo e Legislativo consideraram que a decisão do STF poderia impedir a realização de obras importantes, como hospitais, e ações em locais em situação de calamidade pública, portanto, em decisão após a Na atuação da PGR, Dino deixou clara a execução nestes casos.
Por exemplo, no caso de obras já em andamento, para pagamento de medições, poderão ser efetuados repasses desde que apresentem certificado de medição, emitido por órgão definido pelo Poder Executivo Federal. No caso de calamidade é necessário o reconhecimento pela Defesa Civil e publicado no Diário Oficial.
Sobre isso, Padilha defendeu encontrar uma solução para obras que já estão em andamento. “O governo não pode parar estas obras, por isso vai defender que as obras em curso não podem ser interrompidas”, emendou.
O andamento da implementação das mudanças do Pix tem preocupado o Legislativo. O Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, se reuniram na quinta-feira (8) e, segundo informações colhidas pelo Valor, um dos temas foi a ação que discute mudanças no Pix. Procurado, Lira negou que as alterações do Pix tenham sido tema da reunião e disse ao Valor que a reunião era para discutir “assuntos institucionais”.
Na quarta-feira (7), a PGR ajuizou ação (ADI 7.695) solicitando que o STF considere inconstitucionais as alterações do Pix e solicitou liminar para suspender imediatamente o pagamento desses recursos até que o Tribunal analise o mérito da ação. Para Gonet, manutenção das alterações do Pix precisa ser suspensa devido ao período eleitoral.
Para a PGR, o modelo “não parece admissível, pois envolve perda de transparência e rastreabilidade dos recursos alocados”, além de ofender diversos princípios constitucionais, como o pacto federativo e a separação de Poderes.
Gonet argumentou ainda que, ao permitir o repasse direto de recursos federais a outros entes federados, as alterações do Pix violam a lógica estabelecida pelo Constituição preparar e executar o orçamento.
Para a PGR, o modelo reduz o papel do Poder Executivo na operacionalização do orçamento e representa a entrega de recursos diretamente aos Estados e municípios, sem possibilidade de monitoramento da utilização dos valores. “O valor simplesmente passa a ser propriedade do ente político beneficiário do ato de simples transferência”, afirmou.
Segundo Gonet, ao transferir valores federais diretamente para outros entes federais, as alterações do Pix excluem a competência do Tribunal de Contas da União (TCU) monitorar a utilização dos recursos, que são de origem federal. “A distorção do sistema republicano de monitoramento dos gastos públicos é clara”, disse ele.
As mudanças no Pix já são objeto de questionamento em outra ação que tramita no STF, apresentada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Na semana passada, o Ministro Flávio Dinorelator da ação, decidiu manter os repasses, mas impôs uma série de condições para garantir a transparência das alterações do Pix.
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