Imóveis a partir de R$ 1,5 milhão bateram recorde de vendas no país no primeiro semestre deste ano, com 5,7 mil unidades vendidas — 10,6% acima do volume do mesmo período de 2023. É o que aponta o estudo “Mercado imobiliário nacional — 1º semestre 2024”, da consultoria Brain — Strategic Intelligence. O VGV acumulado nos seis primeiros meses do ano nesta faixa de preço foi de R$ 17,2 bilhões: aumento de 10,8%.
A consultoria Brain categoriza produtos de alto padrão em luxo (de R$ 1,5 milhão a R$ 3 milhões) e superluxo, a partir de R$ 3 milhões. O desempenho atesta a capacidade dos dois segmentos de evoluir mesmo em um cenário econômico nada inspirador, analisa Fabio Tadeu Araújo, CEO da consultoria. “A decisão de compra de clientes com alto poder aquisitivo é norteada pelo desejo de mais conforto e sofisticação.”
Não que as taxas de juros e de câmbio não afetem as vendas. Segundo Marco Tulio Vilela, presidente da Esquema Imóveis, “qualquer indício de redução da Selic cria uma perspectiva positiva, com efetivo aumento da demanda”. O desempenho da companhia no período confirma esta tese: crescimento histórico de 56% na receita operacional — mesmo ritmo de aumento observado no VGV. O volume de negócios aumentou 20%.
Para a economista Paula Reis, do DataZAP, nem a alta do câmbio nem a reforma tributária teriam influência direta nos resultados do setor. Segundo ela, o câmbio do dólar afeta o preço dos insumos, mas demora para ser percebido, e o impacto da reforma tributária nos resultados depende do texto final. “A probabilidade de aumento de novos impostos sobre o setor é um facto, mas o segmento topo de gama é aquele que tem maior capacidade de absorção destas transferências e deve continuar a provar a sua resiliência”, aponta.
No top 3 do ranking de capitais com maior preço médio de imóveis de luxo estão Vitória (ES), João Pessoa (PB) e São Luís (MA). Entre os imóveis superluxo, São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS) lideram a lista, com valores acima de R$ 5,5 milhões.
Regionalmente, o Centro-Oeste registrou a maior variação positiva, com 32,8%, seguido pelo Norte (22,5%), Nordeste (20%) e Sudeste (7,3%). Apenas o Sul indicou queda de 1,6% nas unidades vendidas.
O Centro-Oeste também liderou quando o estudo focou no desempenho do VGV, com crescimento de 45,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O percentual confirma o boom do mercado imobiliário da região, especialmente em Goiânia, capital goiana. Norte e Sul registraram quedas de 4,3% e 12,9%, respectivamente.
Contrariando os bons resultados de vendas, o volume de lançamentos de novos produtos no ano teve uma redução significativa, segundo o estudo Brain. Por regiões, apenas o Nordeste apresentou variação positiva em relação ao primeiro semestre de 2023, com aumento de 32,1%. Todos os demais registraram taxas negativas. Para Tadeu Araújo, um dos motivos seria a definição de novas diretrizes incluídas na revisão dos planos diretores de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
“Os lançamentos foram retidos por conta desse debate, mas devem ser retomados com força no segundo semestre”, avalia, acrescentando que, em geral, o segundo semestre é sempre mais forte que o primeiro, tanto em termos de vendas e lançamentos, em todas as categorias de imóveis.
A MPD Engenharia é uma das incorporadoras com previsão de lançamento novamente neste semestre, uma delas na região de Alphagran (São Paulo). A Diretora Geral de Incorporação e Vendas da empresa, Débora Bertini, avalia que a expectativa positiva mostra o aumento da confiança dos clientes na economia e a possível entrada de mais investidores estrangeiros no mercado nacional. “Com o dólar forte, o preço dos imóveis no país para os compradores internacionais fica mais atrativo”, destaca. A MPD registou um aumento de 28% nas vendas dos seus produtos no primeiro semestre do ano.
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No Rio, a Sig Engenharia bateu recorde de vendas no período: R$ 40 milhões, aumento de 60% em relação ao primeiro semestre de 2023. A empresa adiou os lançamentos para o segundo semestre e agora planeja lançar seis projetos —quatro deles no Ipanema, Zona Sul do Rio. “A alta valorização dos imóveis de alto padrão no Rio se deve à escassez de oferta. A ideia é atender a demanda por produtos sofisticados nos bairros nobres da cidade”, comentou o presidente da Sig, Schalom Grimberg.
A previsão de novos lançamentos por parte das incorporadoras levou a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) a aumentar sua projeção de crescimento para 2024 para 3%. A entidade já havia aumentado a previsão anterior em março: de 1,3% para 2,3%.
Para o presidente da entidade, Renato Correia, o lançamento de novos empreendimentos e a oferta de serviços, principalmente no segmento de alto padrão, criam uma expectativa positiva para a compra de insumos e matérias-primas, além de gerar empregos. “A queda dos juros e a estabilização da inflação são os principais fatores para o panorama otimista dos empresários da construção”, destaca.
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