Criação das Agrobrigadas tem ajudado a prevenir e combater incêndios no Centro-Oeste “Os produtores rurais precisam pensar em investimentos contra o risco de incêndio”. O alerta é de Caroline Nóbrega, diretora geral da Aliança da Terra, organização não governamental que atua na prevenção e combate a incêndios desde 2009. A ONG já treinou e capacitou quase 2 mil pessoas para atuar nessas situações e trabalha com agricultores de Goiás e Mato Grosso para gerenciar brigadas de incêndio no campo. Veja também: O diretor destaca que a prevenção contra incêndios deve ser vista pelos proprietários rurais como uma forma de seguro e que exige investimento prévio. “Os produtores rurais têm seguro agrícola, pagam seguro para seus caminhões, mas ainda não têm a cultura de investir em infraestrutura para diminuir o risco de incêndio. Essa será uma mudança cultural que os produtores terão que começar a enfrentar”, disse Nóbrega ao repórter. Para ela, os investimentos em equipamentos e infraestrutura de materiais de combate a incêndios e na capacitação de pessoas para o combate a incêndios ajudam a reduzir perdas em tempos como estes, quando os focos de calor têm afetado lavouras, fazendas e áreas verdes. “Quem paga seguro de caminhão precisa pensar em investir no risco de incêndio. Não quer dizer que todos os anos haverá incêndios na propriedade, mas é a lógica de investir na estrutura de prevenção e combate para que quando tivermos um ambiente como o deste ano, muito seco, possamos diminuir os danos”, ela disse. Caroline Nóbrega Aliança da Terra / Divulgação Segundo Nóbrega, o treinamento é essencial para o atendimento emergencial a incêndios. Apesar de muitas ligações em julho e agosto para a Brigada Aliança, poucos foram realmente os grandes incêndios que já haviam sido acionados. “Temos trabalhado com monitoramento e resposta rápida. A maioria dos incêndios que combatemos este ano duraram de duas a três horas. Isto significa que conseguimos detectar o incêndio numa fase muito precoce e controlá-lo em poucas horas, com poucos danos e poucas consequências”, afirmou. Parte importante do trabalho, defende ela, acontece antes do incêndio acontecer, com informação, monitoramento e inteligência social. “Não adianta pensar que, depois que o incêndio já estiver instalado, vamos deslocar a equipe que está longe”, disse. Um dos principais itens desta ação é a conscientização para evitar o surgimento de incêndios, sejam eles intencionais ou não. Em agosto, foram realizados um total de 50 combates dentro da área de atuação da Brigada Aliança, totalizando 218 horas e 38 minutos de ação em campo, números maiores e serviços mais complexos a cada ano, destacou Nóbrega. Desde 2021, a ONG atua com equipes permanentes na prevenção, controle e combate a incêndios florestais em 13 Unidades de Conservação de Goiás. O trabalho da Brigada Aliança ajudou a reduzir a área queimada na maioria dos parques goianos em 44% a 98%. Parcerias A Aliança da Terra também atua em parcerias privadas para a criação de “agrobrigadas”. Equipes especializadas são montadas para atuar em regiões rurais específicas, com alta probabilidade de ocorrência de incêndios. Segundo a ONG, são processos de capacitação, engajamento e adaptação de imóveis que garantem maior segurança e evitam prejuízos. Atualmente, a Aliança mantém uma agrobrigada em Pedra Preta (MT), com área de atuação de 400 mil hectares, e outra no Parque Indígena do Xingu, também com 400 mil hectares, nos municípios mato-grossenses de Canarana, Feliz Natal, Gaúcha do Norte, Marcelândia, Nova Ubiratã, Paranatinga, Querência, São Félix do Araguaia e São José do Xingu. “As fazendas já têm estrutura, funcionários, e conseguimos trabalhar na lógica de criar uma estrutura local para podermos trabalhar da forma mais eficiente possível e com menor uso de pessoal e recursos”, disse. Segundo ela, a equipe é pequena, composta por cinco pessoas bem equipadas e qualificadas. “O líder faz a parte estratégica e de coordenação. A equipe está equipada com tecnologia de combate, desde bombas de mochila até drones, mas também informação. Utilizamos imagens de satélite, atualizamos alertas em tempo real, nos comunicamos com a equipe de pesquisa e desenvolvimento”, explica. Brigada Aliança Aliança da Terra / Divulgação O trabalho começa antes do período de queimadas, com reconhecimento e mapeamento de áreas e orientações de prevenção para fazendas, com treinamento de funcionários. “Embora a equipa seja composta por cinco pessoas, a verdade é que quando há uma emergência temos um verdadeiro exército. São fazendas com 20 a 30 funcionários, o que não é raro encontrar no campo. Às vezes todo mundo para as atividades e vai brigar”, disse o diretor. “Mas todos são treinados, com conhecimentos básicos de comportamento em caso de incêndio. Eles sabem o que é uma rota de fuga, uma zona de segurança. Trabalhamos não apenas em um combate mais eficiente, mas em um combate mais seguro”, acrescentou. Segundo o líder da ONG, os resultados das ações das brigadas mostram uma redução de até 97% nas áreas queimadas em relação ao período anterior à implantação e atuação das equipes nas regiões. “A base do nosso trabalho é a informação. Trabalhar com as cicatrizes das áreas queimadas num nível de análise apurado permite avaliar a eficiência da obra e melhorá-la e adaptá-la à realidade local”, acrescenta.
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