As taxas de juro futuras terminaram a sessão com ligeira subida ao longo da curva, num dia marcado pela divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos. Apesar do novo sinal de desaceleração do mercado de trabalho americano, os dirigentes da Reserva Federal (Fed) fizeram declarações no sentido de que o ciclo de flexibilização nos EUA deverá ocorrer de forma gradual, num primeiro momento. Assim, o dólar avançou frente ao real e os juros futuros, principalmente de médio prazo, encerraram o dia com leve alta.
Ao final da sessão, a taxa do contrato de Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2025 oscilou de 10,925% do reajuste anterior para 10,92%; o DI de janeiro de 2026 passou de 11,69% para 11,735%; o DI de janeiro de 2027 passou de 11,69% para 11,695%; e o DI de janeiro de 2029 caiu de 11,835% para 11,805%. O dólar comercial subiu 0,35% e fechou o dia cotado a R$ 5,5900.
O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou hoje que o país criou 142 mil empregos no mês passado, abaixo das expectativas dos analistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de 161 mil empregos. A taxa de desemprego caiu para 4,2% em agosto, face a 4,3% em julho, em linha com as estimativas.
Além do número abaixo do esperado, as revisões de leituras anteriores chamaram a atenção do mercado e contribuíram para um ambiente de aversão ao risco que ganhou força nos mercados globais. O Ministério do Trabalho informou ainda que as vagas criadas em julho foram revistas de 114 mil para 89 mil, e as de junho foram revistas de 206 mil para 118 mil.
As taxas de juro do Tesouro começaram a cair acentuadamente nesta altura e até fizeram com que as taxas locais também caíssem acentuadamente. Contudo, dois altos funcionários do banco central – o presidente do município de Nova Iorque, John Williams, e o membro do Conselho da Fed, Christopher Waller – indicaram uma preferência por um corte de 0,25 pontos na reunião de Setembro.
“As declarações de Williams e Waller sugerem que admitem a possibilidade de terem de acelerar o ritmo em algum momento, mas não agora. Acho que eles têm uma vantagem de 0,25 ponto no início e vão depender dos dados para a sequência. Acho que Waller, ao dizer que prevê uma sequência de cortes, está tentando reduzir a volatilidade do mercado, que atualmente precifica cerca de 0,7 ponto percentual (pp) para as próximas duas decisões. “cortando o falcão”, já diz que deve haver uma continuação, que possivelmente entregará todo o orçamento que está precificado”, pontuou o economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, em postagem nas redes sociais.
Assim, a Quantitas mantém o cenário de um ciclo de cortes de 0,25 pontos por parte da Reserva Federal, “que é a norma da Fed em tempos fora de crise financeira”.
As apostas para um corte de 0,5 p.p. também caíram hoje, segundo dados do CME Group. A probabilidade implícita nos futuros dos Fed Funds caiu de 40% para 31%.
No Brasil, as apostas para um aumento de 0,25 ponto na Selic estão se consolidando, após recentes ruídos de comunicação entre membros do Banco Central.
“Parece que a autoridade monetária finalmente cumpriu seu objetivo em termos de comunicação, já que a curva precifica atualmente um aumento de 0,3 ponto na Selic para a próxima reunião do Copom. Foi um período em que houve muitos discursos e palestras de diretores do Banco Central, mas com mais clareza na comunicação e muita ajuda externa, os participantes do mercado parecem estar convencidos de que o ciclo ascendente começará gradativamente”, aponta o tesoureiro do um banco local.
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