Você interesse futuro fechou o pregão desta segunda-feira (2) sem direção única, com oexercícios curtos apresentando queda moderada e distante registando um ligeiro aumento. O movimento ocorreu após declarações do presidente de Banco Central, Roberto Campos Netoúltima sexta-feira (30), que sinalizou que um possível ciclo de aperto da Selic seria “gradual”, o que ajudaria a afastar apostas mais agressivas na porção inicial da curva.
Vale destacar que os movimentos hoje foram discretos, pois o feriado nós Estados Unidos limitou grande parte da dinâmica do mercado e retirou liquidez das empresas.
No final do dia, a taxa do contrato de Depósito Interbancário (DI) referente a janeiro de 2025 passou de 11,00% do reajuste anterior para 10,985%; o DI de janeiro de 2026 passou de 11,845% para 11,895%; o DI de janeiro de 2027 passou de 11,925% para 11,98% e o DI de janeiro de 2029 passou de 12,09% para 12,15%.
A liquidez empresarial esteve bastante contida na sessão desta segunda-feira devido ao feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos. No contrato de janeiro de 2025 foram negociados pouco menos de R$ 50 bilhões, enquanto a média diária de um pregão é de aproximadamente R$ 86,4 bilhões.
Mesmo assim, os agentes financeiros ainda permanecem atentos aos sinais recentes do Banco Central, tanto no mercado de câmbio quanto na comunicação das autoridades.
Na última sexta-feira (30), em evento organizado pela XP Investimentos, Campos Neto afirmou que o prêmio na parte curta da curva era incompatível com comunicações recentes do Copom. E que, caso seja necessário retomar um ciclo de aumento dos juros, será gradual.
O mercado entendeu a sinalização como uma menor inclinação do BC em elevar a Selic em 0,5 ponto percentual (pp), aposta que vinha crescendo entre as operadoras nas últimas semanas. Com isso, a ponta curta da curva de juros voltou a apresentar leve queda hoje, ao mesmo tempo em que os agentes veem taxas de juros mais altas no futuro, o que pressiona os vértices intermediário e longo da curva.
Além disso, o intervenção cambial promovida pelo Banco Central gerou certo desconforto entre os participantes do mercado, que viram a medida como uma tentativa da autoridade de desacelerar o dinamismo da moeda.
Neste contexto, o JP Morgan decidiu fechar a recomendação de posição aplicada (que ganha com a queda das taxas) em DI para janeiro de 2026. “Estamos fechando nossa posição aplicada em DI Jan-26, pois as expectativas de inflação parecem estar retomando sua tendência de alta e o real segue fraco, aumentando a pressão sobre o BC para realizar alta em setembro”, afirmam os estrategistas da instituição.
O JP Morgan não considerou que a situação da inflação e da atividade fosse suficiente para um aperto adicional dos juros, o que justificou a aposta na queda dos DIs. Contudo, as expectativas de inflação voltaram a subir, aumentando a preocupação do BC com as expectativas não ancoradas e, ao mesmo tempo, o desempenho recente do real divergiu ainda mais das projeções do colegiado.
“O ruído incessante em torno do fiscal, aliado a uma mudança iminente no Conselho do BC, aumenta os motivos pelos quais o Copom pode se sentir compelido a aumentar a taxa de juros ao tentar reforçar a confiança dos investidores. “, apontam.
Em carta mensal, a Ibiúna Investimentos destaca que o Brasil voltou a um passado não tão distante, onde uma postura fiscal expansionista exige uma postura monetária mais rígida, gerando custos mais elevados para atingir o mesmo equilíbrio de crescimento e inflação no país.
Segundo eles, a relutância das autoridades fiscais em reconhecer esta situação e a postura reativa do Banco Central explicam a pressão sobre a taxa de câmbio e o maior prêmio de risco observado na curva de juros. “Assim, não vemos o Brasil bem posicionado para se beneficiar da mudança de postura do Fed e mantemos posições defensivas nos ativos do país”, escrevem.
Nesse contexto, em renda fixa local, Ibiúna fechou suas posições investidas em juros reais e passou a apostar no aumento dos juros nominais, “além de manter negociações de valores relativos nas curvas de juros reais e implícitas”, afirma a equipe de o gerente.
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