Ex-governador foi condenado por improbidade administrativa e está inelegível até 2027; defesa vai recorrer O ex-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB) teve sua candidatura a prefeito de Piraí, na zona sul do Rio de Janeiro, contestada pela Justiça Eleitoral. O juiz Kyle Marcos Santos Menezes acatou o pedido de impeachment do Ministério Público (MP), proposto pelo partido Agir e pela coligação que apoia a candidatura de Arthur Tutuca (PRD), concorrente de Pezão nas eleições. O ex-governador foi considerado inelegível, pois teve seus direitos políticos suspensos. Pezão disse que vai recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). “Recebemos a decisão com calma. Recorreremos, demonstrando que não houve prejuízo ao erário e, portanto, não há inelegibilidade. Em todos os demais casos, Pezão foi absolvido com decisão definitiva do Tribunal. Confiamos na Justiça”, disse a campanha. Outras ações No mês passado, o Ministério Público Federal emitiu um alerta à Justiça Eleitoral, alertando o órgão sobre seis situações que impediriam a candidatura de Pezão. Segundo o MPF, o levantamento foi produzido pelo Sisconta Eleitoral 2024, por meio de cruzamento de dados, principalmente sobre problemas eleitorais, como multas. Perante o MPF, o Ministério Público Eleitoral (MPE) também havia pedido à Justiça a impugnação da candidatura do ex-governador do Rio. O procurador alegou que o político não apresenta “condições de elegibilidade”, o que o impediria de concorrer ao cargo. A denúncia à Justiça Eleitoral lembra uma condenação por improbidade administrativa relativa a repasses para Saúde e Educação quando Pezão era governador, o que o tornou inelegível até 2027. O emedebista tenta anular a sentença na Justiça ou, numa estratégia paralela, contestar a eleição por liminar de força. Em seu parecer sobre a inelegibilidade, o promotor Marcelo Airoso Pimentel destaca que cinco juízes já votaram contra os recursos apresentados pela defesa de Pezão, restando apenas dois votos, o que manteria a punição. “Após consulta aos autos da referida ação rescisória, verifica-se que o pedido de tutela antecipada para suspensão dos efeitos da condenação ainda está pendente de apreciação, sendo que, até o momento, cinco desembargadores votaram pelo indeferimento do pedido antecipado, aguardando-o. se permanecerem válidos os votos de mais dois desembargadores, conforme certidão anexa, para que continue válida a decisão que condenou o réu à suspensão de direitos políticos”, diz trecho do documento do MPE. Afastado da política há seis anos, durante os quais passou 13 meses preso, Pezão enfrentou processos da Lava-Jato. Desde então, ele trabalhou apenas discretamente nos bastidores em campanhas de amigos até seu esperado retorno neste ano à cidade natal do ex-governador. Queda em casa Pezão sofreu um acidente doméstico em agosto e estava internado no Hospital Unimed, em Volta Redonda, zona sul do Rio de Janeiro. Segundo Maria Lúcia Cautiero, esposa do ex-governador, ele tropeçou em um objeto na casa onde moram, em Piraí, e machucou o ombro. — Ele caiu enquanto usava meias no quarto, que tem piso de madeira. Com força, ele caiu sobre o ombro e machucou-o — disse Maria Lúcia na época. Para concorrer à prefeitura contra o ex-aliado Arthur Tutuca (PRD), Pezão montou uma coligação com dez partidos, incluindo o PT de Lula. Tutuca agora conta com o apoio do ex-governador Sérgio Cabral, que passou de amigo e mentor político a inimigo de Pezão.
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