Wendell Belarmino está com o cachorro há dois anos e contou como ele fez parte da conquista de sábado: “Foi muito importante para minha recuperação mental e psicológica” “Indescritível”, declara Wendell após conquistar a medalha de prata na natação Liberdade. Um dos símbolos da França. E também o que o cão-guia Ink trouxe ao medalhista paralímpico Wendell Belarmino neste ciclo até Paris. E logo após conquistar a prata nos 50m livres S11, para atletas com deficiência visual quase total ou total, foi ao companheiro de toda a vida que o nadador brasileiro dedicou sua conquista. + Veja o quadro de medalhas das Paraolimpíadas Paris 2024 + Confira a agenda das Paraolimpíadas + Paraolimpíadas 2024: entenda as classes de cada modalidade + O que é capacitismo? Entenda como não cair nessa armadilha nas Paraolimpíadas Paris 2024 O nadador paralímpico Wendell Berlarmino com seu cão-guia Ink Arquivo pessoal – Ink, meu cão-guia. Além de guia, me ajudou em tudo e foi muito importante para minha recuperação mental e psicológica. Ele me deu outra motivação. Ele é um dos maiores personagens desta medalha. O bicho de pelúcia (mascote das Paraolimpíadas) não continuará sendo um brinquedo para ele. Estou com muitas saudades dele e mal posso esperar para voltar e abraçá-lo – disse Belarmino. + Por que o Brasil é uma potência paraolímpica? + Acompanhe o canal de esportes olímpicos e paralímpicos do ge no Whatsapp + Veja os favoritos e candidatos ao pódio no Brasil O nadador paralímpico Wendell Berlarmino com seu cão-guia Ink Ale Cabral/CPB O nadador recebeu seu cão-guia em 2022, após edital de participação aberto pelo Brasileiro Comitê Paralímpico (CPB), em parceria com o Instituto Federal Catarinense (IFC) e a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, por meio da Secretaria Nacional do Esporte de Alto Rendimento (SNEAR). Ink tem 5 anos e meio e se formou em Balneário Camboriú (SC). Os cães-guia auxiliam as pessoas com deficiência visual em diversas tarefas do dia a dia, como parar em semáforos, desviar de obstáculos e encontrar portas de estabelecimentos, entre outras habilidades. Um animal qualificado como cão-guia trabalha em média oito anos antes de se aposentar. O nadador paralímpico Wendell Berlarmino com seu cão-guia Ink no aeroporto Arquivo pessoal Belarmino e Ink, nesses dois anos de convivência, tornaram-se inseparáveis. E o cão-guia é o preferido dos nadadores. Segundo a família do atleta, o cachorro só precisa aprender a dirigir, como já faz isso no ônibus e no avião da equipe do Praia Clube, em Uberlândia, onde Belarmino treina. – Uma das conquistas mais importantes que mudaram minha vida está aqui na foto (Tinta). Agradeço a todos e a tudo que trabalhou nos últimos anos e continua trabalhando hoje para que deficientes visuais como eu possam ter direito a um cão-guia com toda a legislação que nos permite ter uma vida independente ao lado deles – escreveu Belarmino em sua conta no Instagram em uma foto com seu cão-guia. O nadador paraolímpico Wendell Berlarmino com cão-guia Ink Arquivo pessoal Belarmino sofreu uma grave lesão no ombro após as Paraolimpíadas de Tóquio. E ele teve que passar por um procedimento para retirar o líquido da medula espinhal e replicá-lo no local da lesão para que a célula pudesse se regenerar. Depois, teve problemas com o treinador e deixou Brasília, onde treinou. Em Uberlândia, ele demorou para se recuperar, passou mal, engordou e enfrentou problemas de saúde mental. Então, tudo graças à família, aos amigos e ao cão-guia que esteve ao seu lado até ganhar a prata em Paris. – Estou muito feliz. É como se eu tivesse vencido a prova. Há 3 anos eu nem pensava em estar aqui, e estar aqui, subir ao pódio novamente, depois de um ciclo tão turbulento para mim, é sensacional. Agradeço a todos, principalmente à minha família, que me acolheu e investiu tempo e dinheiro em mim – finalizou Belarmino. Prata para Wendell Belarmino Wendell Belarmino conquista medalha de prata nos 50m livres nas Paraolimpíadas Na última prova com brasileiros no dia da natação, Wendell Belarmino conquistou a medalha de prata nos 50m livres S11. E foi uma medalha compartilhada. Wendell e o chinês Dongdong Hua acertaram o aro com o mesmo tempo, 26,11, e ambos ganharam a prata. O japonês Keiichi Kimura conquistou o ouro com o tempo de 25,98. – Acho que esse chinês deve ter um pesadelo comigo, estamos sempre próximos, agora estamos empatados – brincou, rindo. O nadador ficou cego por causa de glaucoma congênito. Nas Paraolimpíadas de Tóquio, Belarmino conquistou medalhas de ouro, prata e bronze. Wendell Belarmino conquista medalha de prata nos 50m livre S11 (deficiência visual) Silvio Ávila/CPB
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