Embora o debate sobre os principais desafios globais procure discutir possíveis mudanças no futuro, um grupo destaca que as ações precisam começar agora, no presente. Os jovens querem ter a sua voz ouvida e ter a sua agenda de prioridades, que inclui discussões como o combate às alterações climáticas, a inclusão social e o impacto da tecnologia no mercado de trabalho. Na manhã desta quarta-feira, 14, três lideranças que participam desse cenário falaram sobre alguns dos principais temas da transmissão ao vivo promovida por “O Globo”, Valor e rádio CBN. O papel dos projetos que geram diálogo e ações, independente da sua área de atuação, foi um dos destaques de como a coordenação possibilita transformações.
Até o dia 17, a cidade do Rio de Janeiro será sede dos encontros do Youth20 (Y20), grupo de engajamento juvenil do G20, que reúne 19 grandes economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.
O atual presidente do Y20, Marcus Barão, falou sobre sua própria experiência participando de um projeto voltado para jovens em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, quando era adolescente. O Juventude com Propósito, hoje descontinuado, ofereceu rede de apoio, oportunidades de formação e acesso a atividades culturais, disse.
“É muito importante não subestimar o poder das microrrevoluções. Eu, particularmente, comecei a trabalhar com jovens porque fui alcançado por um projeto juvenil em Nova Iguaçu. Sou carioca, mas fui criado em Nova Iguaçu”, disse Barão. “Foi muito interessante porque naquele projeto tomei a decisão de trabalhar com jovens. Hoje, com o G20, mas já trabalhei com jovens do Mercosul, dos países do Brics, com diferentes agências, fundos e programas.”
O presidente do Y20 destaca como acredita que as ações dirigidas aos jovens podem dar frutos na sua integração e no despertar do seu interesse em multiplicar aprendizagens e ações que visem a melhoria da sociedade em que vivem. “Quantas outras vidas também foram transformadas por esse projeto e que, hoje, afetam a vida de outras pessoas? Desde muito cedo aprendi a não menosprezar, pelo contrário, a valorizar e reconhecer que o que é grande, as grandes articulações são um conjunto de muitos pequenos esforços de muitas pessoas que fizeram a diferença na vida das pessoas nos seus territórios, que é onde a vida acontece.”
Rene Silva, representante do F20 (grupo social G20), iniciou sua carreira como comunicador no espaço da favela do Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, onde iniciou aos 11 anos o Voz das Comunidades, que hoje se tornou um comunidade independente de jornais. “Temos muitas iniciativas, muitas pessoas que hoje me inspiram com histórias e provocações porque acho que é necessário que façamos vários tipos de provocações para mostrar como os jovens brasileiros, jovens de todo o mundo estão engajados e participando dessas debates”, destaca. “Fala-se muito em influência digital, com vários nomes, quando, na verdade, temos uma população jovem que tem feito um trabalho muito importante, influenciando e inspirando outras pessoas.”
A necessidade de agir agora, a partir de pensar e refletir sobre o futuro, permeia as discussões. Embora as questões possam ser semelhantes, a pluralidade da juventude no Brasil também é um ponto-chave para o pensamento e as particularidades locais. No Y20, foram estabelecidos cinco temas prioritários durante a presidência brasileira do G20: combate à fome, à pobreza e às desigualdades; fortalece o sistema de governação global; alterações climáticas, transição energética e desenvolvimento sustentável; inclusão e diversidade; e inovação e o futuro do mundo no trabalho.
“Falamos muito sobre ‘o futuro’, mas temos que falar sobre o presente, o agora. Essas agendas que são muito futuristas, cada vez mais os problemas das mudanças climáticas, os problemas que afetam a nossa vida, o nosso dia a dia, estão nos atingindo mais rápido”, afirma Silva. “É preciso que haja um esforço, inclusive não só desses jovens, mas é preciso que haja incentivo do governo estadual, municipal, federal, das empresas, dos empresários, da mídia, com papel fundamental muito importante para dar visibilidade. Essas discussões que estão acontecendo no Y20 são necessárias.”
Falamos muito sobre ‘o futuro’, mas temos que falar sobre o presente”
– René Silva
Entre os dados citados na conversa está o relatório da Unicef que estima 1 bilhão de crianças e adolescentes, quase metade da menor população do mundo, vivendo em países com risco extremamente elevado de sofrer os efeitos da crise climática. Marcele Oliveira, diretora executiva da Perifalab (rede de coletivos independentes de favelas), falou sobre a luta pela construção de espaços verdes nas áreas urbanas, que vão desde hortas comunitárias até a revitalização de praças e a construção de parques.
A zona oeste do Rio tem, entre seus marcos, os registros das temperaturas mais altas da cidade – o que inclui também a sensação térmica que, este ano, ultrapassou os 60°C. Era uma demanda popular a criação de uma área verde na região. No final de 2022, foram iniciadas as obras do Parque Susana Naspolini, em Realengo, entregue em junho deste ano. “Essas soluções que criamos também estão olhando para o que está presente no nosso dia a dia e que precisa de uma reação, de uma resposta urgente”, afirma Oliveira. “Um parque na periferia faz a diferença para esses jovens. Há cinco anos, quando o parque ainda não era uma realidade, ouvíamos de várias frentes que os parques não eram necessários, que eram cuidados de saúde, que a necessidade era de um hospital, era outra coisa”, lembra.
O parque foi criado com tecnologias voltadas à promoção do bem-estar urbano, com medidas que prometem amenizar situações climáticas tanto de calor extremo quanto de chuvas intensas. Uma das apostas foi a plantação de 3.700 árvores, o que deverá amenizar as altas temperaturas tanto no espaço como na sua envolvente. O sistema de captação de água da chuva foi projetado para ajudar a evitar enchentes na região.
“Acho que o papel da juventude é olhar e pensar que não queremos ter que escolher. Ter que escolher em favor, em detrimento, de outra coisa que também quero. Não trocaremos uma melhoria por outra melhoria. Tudo tem que melhorar, tudo tem que avançar junto”, destaca Marcele Oliveira.
Os avanços da tecnologia e como ela pode ser utilizada no dia a dia para gerar autonomia, conhecimento e disseminar repertórios também entraram na discussão. Os participantes falaram sobre o papel da tecnologia na educação, inclusive na sala de aula, a partir de políticas públicas. Também pode ser usado como uma ferramenta para aproximar outras pessoas do seu espaço e conectar quem quer ajudar com quem precisa.
O projeto do G20 no Brasil tem o governo do Rio de Janeiro como estado-sede, o Rio, capital do G20, como cidade-sede, o patrocínio da JBS e a publicação dos jornais “O Globo” e Valor Econômico e rádio CBN.
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