O Rubro-negro sofreu 26 gols em partidas oficiais sob o comando de Tite, sendo 17 em bolas aéreas. Uma vitória com boa vantagem de gols hoje, no Maracanã, contra o Bolívar, às 21h30, no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores, pode deixar o Flamengo com um pé nas quartas de final —até porque o jogo de volta, na próxima semana, serão mais de 3,6 mil metros acima do nível do mar, em La Paz, na Bolívia, e o time rubro-negro tem histórico negativo em altitude. Para isso, além de contar com os atributos ofensivos da equipe, o técnico Tite e sua comissão técnica precisarão resolver um problema defensivo que tem sido o calcanhar de Aquiles dos Rubro-Negros nesta temporada: a bola aérea. Dos 26 gols sofridos pela equipe em partidas oficiais sob o comando do técnico, 17 vieram desse tipo de jogo (veja quais no final da matéria). Índice de 65,3%. Para se ter uma ideia, nos últimos três jogos o Flamengo foi vazado três vezes. Tudo a partir de uma bola cruzada na sua área. — O gol vem de rebote, de bola devolvida, não de cabeçada de bola parada — explicou Tite após o empate com o Palmeiras, no último domingo. O gol de Luighi, que aproveitou rebote de Rony após cruzamento de Rômulo na entrada da área, deixou visível um problema recorrente do Flamengo: o ajuste na linha de impedimento. Na jogada, Viña demorou para sair depois que a defesa desviou escanteio e deixou o camisa 10 do Palmeiras em posição de cabecear. Na partida anterior, também contra o Alviverde, mas pela Copa do Brasil, Varela foi quem parou e permitiu o gol. Nas duas situações, o Flamengo se posicionou para cobrar escanteios com 11 jogadores dentro da própria área. E o Palmeiras conseguiu segurar o rebote três vezes até serem marcados dois gols. — A regra de funcionamento do Flamengo neste caso é que quem estiver mais próximo corra para pressionar o homem com a bola, para não deixar o cruzamento sair limpo, enquanto os demais jogadores saem da área para criar a linha de impedimento. Mas alguns jogadores hesitaram e demoraram a sair — explica o analista de desempenho Bruno Pet. Embora o Flamengo tenha pontos fortes defensivos claros e inegáveis, como a boa pressão exercida no campo de ataque, a equipe também demonstra dificuldade em determinadas jogadas. A principal delas é o cruzamento pelas laterais com a bola rolando. Por exemplo: dos 17 gols sofridos pelo time em bolas aéreas, nove vieram pela direita —outros cinco pela esquerda, e três na entrada da área. Destes, quatro tiveram a bola rolando e, em todos eles, os rubro-negros não conseguiram exercer a pressão necessária sobre o dono da bola. Erro de posicionamento Além disso, outro ponto de atenção do Flamengo é o posicionamento na cobrança de escanteios. Contra o São Paulo, Calleri fez o gol da vitória ao aparecer sozinho entre Léo Pereira e David Luiz. — O Flamengo utiliza marcação mista, em que a maioria dos jogadores marca em zonas e os demais fazem bloqueios individuais. O São Paulo fez um movimento básico, mas aumentou a distância entre os dois zagueiros do Flamengo, o que não pode acontecer porque senão haveria espaço para a bola passar por cima da cabeça do atacante e parar em um ponto muito distante. na frente do jogador que está atrás — analisa Bruno Pet. Para resolver esses problemas, o Flamengo deverá contar com o mesmo quarteto defensivo que enfrentou o Palmeiras no domingo. A única mudança em relação ao time sorteado deverá ser Luiz Araújo substituindo Cebolinha, que passou por uma cirurgia ontem e dificilmente voltará a jogar em 2024. Os gols que o Flamengo sofreu na bola aérea: 2 a 1 x Atlético-GO: Cruzamento no pela direita, Viña não pressionou o dono da bola e Luiz Fernando bateu Ayrton Lucas, que estava na direita, e subiu nas costas do camisa 6 para cabecear. 2×1 x São Paulo: Cruzamento da direita, Allan não pressionou o dono da bola e Ferreirinha aproveitou o espaço entre Varela e Luiz Araújo para cabecear. 1×2 x Bolívar: Cruzamento da direita (Bruno Sávio driblou Viña) e cruzou para Chico da Costa cabecear entre Fabrício Bruno e Wesley. 0x2 x Botafogo: Escanteio da esquerda, Savarino cobrou da entrada da área para Luiz Henrique marcar sozinho no escanteio de Rossi. 1×1 x Bragantino: Escanteio da direita, Pedro Henrique apareceu entre Léo Pereira e Igor Jesus para cabecear. 0x1 x Palestino: Escanteio da esquerda, defesa afasta e Corneio, sozinho na entrada da área, chuta. 6×1 x Vasco: “Latereio” cobrado pela direita, a bola correu dentro da área até Vegetti chutar de dentro da área. 2×1 x Grêmio: Escanteio da esquerda, Kannemann desviou na primeira trave e Edenilson completou na segunda. 1×2 x Juventude: Cruzamento da direita, Lucas Barbosa cabeceou na primeira bola. 1×2 x Juventude: Escanteio da direita, erraram na primeira trave e Mandaca completou na segunda trave. 4×2 x Atlético-MG: Scarpa cruzou da esquerda e Hulk aproveitou o espaço deixado por David Luiz, que tentou se adiantar, para marcar. 1×2 x Fortaleza: Escanteio da esquerda e Wesley raspou de primeira para marcar contra. 2×1 x Criciúma: Trauco cobrou falta na entrada da área, Alano cabeceou para o meio e Rodrigo (zagueiro) aproveitou o rebote após finalizar sozinho para marcar, quase de pênalti. 2×1 x Vitória: Zé Hugo lançou contra-ataque pela direita, Allan demorou para chegar e o atacante encontrou Everaldo, que ainda dominou dentro da área e marcou. 0x1 x São Paulo: Escanteio pela direita, Calleri subiu entre Léo Pereira e David Luiz para marcar. 0x1 x Palmeiras: Caio Paulista cruzou na entrada da área, Pedro saiu enquanto Ayrton Lucas ficou, e Vitor Reis apareceu entre os dois para marcar. 1×1 x Palmeiras: Rômulo cruzou na entrada da área, Viña demorou para sair e Rony apareceu para cabecear. Rossi defendeu e Luighi marcou no rebote.
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