Depois de um período prolongado beneficiando da queda preço do trigo, o fabricante de macarrão e biscoitos M. Dias Brancoproprietário da marca Piraquê, Adria e Vitarella, sentiu os efeitos da reversão dos preços dos cereais e, principalmente, da volatilidade cambial, neste segundo trimestre.
Além disso, o crescimento mais rápido nas vendas de farinha e farelo causou um efeito mix desfavorável no preço médio consolidado, uma vez que esta categoria possui valor inferior em relação a itens como biscoitos e massas.
Com isso, a receita líquida caiu 7,7%, para R$ 2,6 bilhões, com preço médio de R$ 5,19 o quilo, 0,27 ponto percentual inferior ao mesmo período do ano anterior. Com isso, o lucro líquido caiu 12,8%, para R$ 190 milhões. O volume aumentou 11,6%, totalizando 507 mil toneladas vendidas.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) totalizou R$ 336,8 milhões no período, queda de 10,6% na comparação anual. A margem Ebitda foi de 12,8%, queda de 0,4 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.
Em resposta, a empresa implementou uma nova tabela de preços a partir de junho, “mas os efeitos ainda não foram sentidos no preço”, afirma Fabio Cefaly, diretor financeiro e de relações com investidores da M. Dias Branco. Neste mês, o preço médio do quilo da empresa foi de R$ 5,5. “A partir de agora, o câmbio volátil será o principal ponto de atenção”, avalia o executivo, que não vê dificuldades do lado da demanda.
Na dinâmica do mercado, a M. Dias ganhou participação em volume e valor em massas e farinhas. Nos biscoitos, categoria de alto valor agregado e que tem maior representatividade no faturamento da empresa, houve pequena perda de participação tanto em volume quanto em valor. “Fizemos um ajuste de preços, mas os concorrentes demoraram a recuperar, o que gerou perda de volume”, afirma o diretor financeiro.
Para recuperar o bom desempenho, a empresa investe no avanço Piraque, que, segundo Cefaly, ainda tem muito potencial de crescimento tanto nas regiões Sul quanto Nordeste, além de ter um preço médio mais elevado. Nas massas, o ramen não frito que a empresa lançou em junho também é uma aposta da empresa para recuperar o preço médio.
Somado a isso, a fabricante cearense de massas e biscoitos também quer melhorar a execução nos pontos de venda (PDV), com o projeto “Loja Perfeita”. Isto traduz-se num aumento do número de POS, garantindo a melhor execução do sortido e um aumento do número de produtos disponíveis.
Outra prioridade da empresa é revisitar a estrutura de despesas e replanejar projetos. “Trabalhamos muito entre junho e julho para readequar a estrutura de despesas para 2024”, afirma Cefaly. No primeiro semestre do ano, as despesas administrativas e comerciais totalizaram R$ 1,13 bilhão, cerca de 24% da receita líquida.
O nível de alavancagem da companhia, medido pela relação entre dívida líquida e EBITDA, manteve-se estável em 0,1x pelo terceiro trimestre consecutivo. A empresa encerrou o trimestre com R$ 2,5 bilhões em caixa.
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