A Maratona Olímpica de Paris parece ser uma das maratonas mais difíceis já vistas. E um dos mais bonitos. E o mais democrático. Comentar em ambos os testes será um privilégio. Tive que me disfarçar, sou bom nisso. Quando meu chefe disse que eu seria o comentarista das duas maratonas olímpicas, eu disse “que ótimo”, acompanhado de um sorriso. No fundo, gostaria de ter dado um soco no ar, tirado a camisa mesmo com a certeza do cartão amarelo e corrido para a torcida. Atitudes que não caem bem em ambiente corporativo, me contive. Comemorei lá dentro. Foi um voto de confiança. Em tempos olímpicos, a Globo destaca apenas especialistas em esporte, ex-atletas ou treinadores. Sou comentarista de futebol, nunca fui atleta profissional e muito menos treinador de corrida. Comentei dois São Silvestres, as pessoas se sentiram firmes, mais uma vez recebi um presente. Desta vez é ainda mais desafiador. Maratona olímpica, em novo percurso, vale medalha. Seria ótimo ter Danielzinho Nascimento na corrida, o doping encerrou sua promissora carreira e enterrou na distância as esperanças brasileiras. Mas o evento é muito maior que isso. Foi na maratona que conhecemos o etíope descalço Abebe Bikila, tivemos pena da suíça Gabrielle Andersen chegar torta em 1984, fomos emocionados por Vanderlei Cordeiro de Lima em Atenas. Agora tem partida de despedida dos veteranos Elliud Kipchohe e Kenenisa Bekele, além dos jovens atletas muito velozes, o incrível etíope Tigst Assefa que marcou 2h11min53 em Berlim, tantas atrações. Esta também será a Maratona do Povo. Entre as provas masculina e feminina, 20.024 pessoas que conseguiram se inscrever por meio de um aplicativo olímpico farão o mesmo percurso da maratona olímpica. Percebi então que poderia ter boas informações se conhecesse alguém que iria participar desse evento inédito. Foi quando conheci Leonardo Enrique em um evento. Leonardo Enrique, um dos sortudos brasileiros que correrá a maratona olímpica Arquivo pessoal Diretor da Visa no Brasil, Léo conseguiu conquistar sua vaga em uma competição promovida pela empresa que é tradicional patrocinadora dos Jogos. Ele estava passando por um momento difícil em sua vida. Seu casamento estava desmoronando e, como resultado, ele tinha menos contato com os filhos pequenos. A corrida o ajudou nesse processo, a possibilidade de correr a maratona olímpica se tornou uma forma de superação. Para o filho de seis anos, correr uma maratona olímpica se tornou o desempate do debate “meu pai é melhor que o seu”… Ele escreveu sua história e conquistou a vaga entre milhares de candidatos na competição. Foi o Léo quem me colocou no grupo dos 195 brasileiros sorteados em Paris. Vários se ofereceram para me ajudar com informações sobre a corrida de um ângulo muito específico, de alguém que realmente está correndo. Entre tanta generosidade deste grupo, vale destacar a mensagem que recebi de um brasileiro que mora em Paris e estará na corrida. Maratonista peso pesado, Mariana Martins examinou a corrida de Paris Arquivo Pessoal Mariana Marins é uma forte corredora. Em sua segunda maratona ela já alcançou o índice de Boston. Os 3h23min em Berlim foram mais que suficientes para sua faixa etária abaixo dos 30 anos e o treino para Boston acabou sendo essencial para que ela pudesse estar na maratona olímpica. No app do Olímpico há uma série de desafios de treino que aumentam suas chances no sorteio. Basicamente, quanto mais você treina, maiores são suas chances. E Mariana estava trabalhando muito para se preparar para Boston, então conseguiu sua vaga em Paris. Boston (acima), Berlim, Tóquio, NY, Paris (rota normal)? Qualquer coisa. Maratona olímpica bem mais dura… Reprodução O interessante é que Mari utilizou o percurso olímpico como treino. Ela mapeou tudo, anotou, analisou, comparou elevações. Foi ela quem descobriu essa comparação da elevação com as grandes maratonas. É claro que a maratona olímpica será mais difícil do que as duras maratonas de NY e Boston. Recebi dela muitas informações locais que usarei na transmissão. Sem contar o que o Léo e os sortudos que estarão na maratona do povo estão passando e vão me contar até as transmissões. Aliás, planeje no seu calendário, precisaremos acordar cedo. No sábado, às 3h, terá início a prova masculina e no domingo, no mesmo horário, terá início a prova feminina. Por que tão cedo? Ora, por causa do calor parisiense. No horário local, serão 8h. A Maratona do Povo acontece na noite de sábado, entre as provas masculina e feminina. Não me deixe sozinho, coloque o alarme no meu celular, por favor!
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