Líder pela primeira vez no setor elétrico e quarto no ranking geral de Valor Inovação Brasil, a Energisa busca inovar desde sua fundação, em 1905, no interior de Minas Gerais, afirma o presidente do grupo, Ricardo Botelho. A trajetória da organização, nacional e familiar, segundo ele, demonstra isso. O primeiro negócio foi a construção de uma hidrelétrica para fornecer energia elétrica a uma empresa têxtil da região, ponto de partida para o desenvolvimento de novas operações. Em 1925, fez parte de um movimento pioneiro: foi uma das primeiras empresas do mundo a oferecer participação nos lucros aos funcionários. Com o tempo, passou a atuar em distribuição, transmissão, geração distribuída e hoje está também na área de gás natural. “O grupo busca constantemente antecipar movimentos e envolver todos nesta cultura de inovação, que é uma forma de ser mais eficiente e prestar um melhor atendimento”, afirma Botelho.
Os efeitos das mudanças climáticas estão no topo da agenda das empresas do setor elétrico, principalmente depois dos incidentes ocorridos em São Paulo no final de 2023, quando fortes chuvas interromperam o fornecimento de energia, e no Rio Grande do Sul, com o catástrofe que inundou o Estado este ano. Mas a Energisa começou a dar atenção ao assunto há mais de uma década. Em 2011, a cidade de Nova Friburgo (RJ), parte de sua área de concessão, foi atingida por um temporal que soterrou bairros e deixou mais de 35 mil desabrigados. Os carros da concessionária que estavam na garagem da sede ficaram alagados. “Tivemos que fazer um comboio de veículos de outras áreas de concessão, usamos helicópteros”, lembra Botelho.
Após o esforço para restaurar a energia o mais rápido possível, a empresa concentrou-se no que seria necessário fazer para melhorar a resiliência e a restauração dos sistemas. Os funcionários foram enviados para os Estados Unidos, onde o furacão Katrina, no final dos anos 2000, mudou paradigmas nas operações de rede. Para melhorar os processos, a Energisa envolveu todas as áreas da empresa, treinou toda a equipe das unidades, com simulações de contingência, e iniciou o desenvolvimento de uma plataforma com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para estar mais bem preparada para os efeitos climáticos.
O NetClima começou a operar em 2015 e desde então tem passado por melhorias contínuas, com a criação de alertas antecipados sobre os efeitos da chuva, vento e sol nas áreas de concessão. “Na tempestade de São Paulo, em novembro [de 2023], em menos de 24 horas não havia ninguém sem luz na nossa zona”, afirma. O esforço será criar regulamentos que possam abordar os impactos que as alterações climáticas trarão ao sector, tais como a necessidade de resiliência da rede. Outro ponto de atenção são os investimentos, que, em alguns casos, precisam ser feitos de forma mais rápida.
Fortalecer a cultura de inovação diária é um objetivo constantemente perseguido e envolve os colaboradores no desenvolvimento de produtos e soluções que possam ser utilizados no dia a dia. Uma das ferramentas utilizadas para esse fim é a plataforma E-nova, criada em 2013, que atua no incentivo ao empreendedorismo, permitindo que as pessoas desenvolvam novos produtos, verifiquem sua viabilidade e melhorem-nos. Na central de ideias, tudo funciona como uma rede social, onde você pode acessar propostas, curtir, comentar, marcar amigos e acompanhar seu progresso. Há também um sistema de gamificação na plataforma que gera um ranking automático dos colaboradores, com base em suas interações. Mais de duas mil ideias são adicionadas à plataforma ao longo do ano. As propostas passam por um fluxo de avaliação e, se aprovadas, são testadas e implementadas no grupo Energisa, com apoio da equipe do programa E-nova. À medida que a ideia avança no processo, os proponentes são reconhecidos com moedas virtuais que podem ser trocadas por produtos, vouchers ou experiências na loja virtual da E-nova.
A iniciativa resultou em inovações utilizadas na linha de frente da Energisa. Um exemplo: em relação à questão do roubo de transformadores e reguladores de tensão, principalmente em áreas de difícil acesso, que impacta financeiramente a base patrimonial da distribuidora e dificulta a restauração da rede, os funcionários pensaram em criar uma blindagem para que o dispositivo corrija o ativo na postagem. O protótipo evoluiu para uma versão industrial e o primeiro lote já está em fase de testes em outras unidades do grupo.
Outra ideia que evoluiu foi desenvolvida para otimizar a rotina de trabalho de uma das equipes de campo. Ao serem chamadas para resolver um problema, as equipes precisam identificar o tipo de cabo de rede para avaliar qual equipe está qualificada para realizar o serviço. Isso varia dependendo da existência ou não de reforço de aço na parte interna do cabo. Muitas vezes isso era feito de forma visual e a velocidade da tarefa dependia da equipe mobilizada. Um dos funcionários da empresa imaginou que em vez de colocar a escada, subir próximo à rede e realizar a tarefa de identificação, poderia ser utilizado um ímã preso ao poste de manobra para identificar se o cabo possuía reforço de aço. Atualmente, a ideia está em fase de prototipagem no Senai e a equipe da Energisa planeja a produção para padronizar rapidamente o uso do produto internamente e a comercialização no mercado.
A incorporação de uma cultura inovadora pressupõe também o desenvolvimento de novas competências e o reforço da atuação nas novas tecnologias. Atualmente, 69 pessoas atuam na área de inovação da Energisa, quase o dobro das 35 de 2020. O motivo do aumento foi a inauguração, no primeiro semestre de 2021, em plena pandemia, do Digital Labs, primeiro centro de inteligência artificial do país. . o setor elétrico, criado para acelerar a transformação digital. Para reforçar a equipe dedicada à área, foi lançado um programa de formação de profissionais com potencial para carreira em dados, em parceria com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Foram treinados 30 cientistas de dados, que concluíram um curso de um semestre. Além de capacitar pessoas, trabalhamos para reforçar a cultura em favor da inteligência artificial.
No ano passado, foi realizada uma nova iniciativa na área, com o lançamento de um desafio interno para promover o intraempreendedorismo, que incentivou a formação de equipes de colaboradores para resolver problemas utilizando inteligência artificial. Foram inscritas 51 equipes, que apresentaram 51 problemas. Após análise das propostas do Digital Labs e da PUC-Rio, 12 equipes passaram para uma fase de avaliação de ideias com um painel de diretores e gerentes da Energisa. Sete equipes foram selecionadas e tiveram 12 semanas para executar seu plano de negócios. Também foram oferecidas mentorias: técnicas, envolvendo design de produto, ciência de dados, gestão de produto e engenharia de dados; e acadêmica, com professores da PUC-Rio. Os vencedores foram avaliados pela liderança da Energisa. “As cinco soluções apresentadas que receberam sinal verde dos executivos para serem desenvolvidas estão em andamento”, afirma Botelho.
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