A decisão impacta praticamente a vida dos brasileiros de duas maneiras: o custo dos empréstimos sobe e as aplicações financeiras de renda fixa ficam mais atrativas Quanto rendem os investimentos em poupança, Tesouro Direto e CDBs após a alta da Selic? Ontem à noite, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 10,75% ao ano. Essa decisão impacta praticamente a vida dos brasileiros de duas maneiras: os empréstimos ficam mais caros e as aplicações financeiras de renda fixa devem entregar retornos substanciais aos investidores. LEIA TAMBÉM Selic sobe 0,25 ponto, a 10,75% ao ano, e ritmo das próximas altas permanece aberto Veja o que fazer com seus investimentos após a alta da Selic O movimento afeta especialmente as taxas de juros dos títulos de renda fixa que acompanham o CDI ( como CDBs, LCAs e LCIs) e Selic (Tesouro Selic), que é a taxa básica de juros da economia brasileira. Além disso, taxas neste nível também afetam a caderneta de poupança, embora em menor grau. A caderneta deixa de ter rendimento de subida linear depois que a Selic fica acima de 8,5%. Abaixo deste nível, o retorno da poupança é de 70% da taxa. Quando os juros ultrapassam 8,5% (podem ser 8,51% ou 20%), a remuneração da poupança fica limitada a 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais a variação da Taxa Referencial (TR), regra conhecida como “antiga regra da poupança”. Porém, é bom saber que, com juros acima dos dois dígitos, a TR deixa de ter rentabilidade zero e deve agregar algum rendimento à poupança. Apesar disso, outros investimentos em renda fixa continuam rendendo mais que a caderneta de poupança. Mas quanto isso renderá? Considerando a expectativa de juros que está embutido nos contratos futuros, da Selic a 11,85% daqui a um ano, ao aplicar R$ 1.000 em um CDB com remuneração de 103% do CDI, o resgate seria de R$ 1.099,80, já considerando o imposto de renda descontos. Ou seja, uma rentabilidade líquida de 9,98% em um ano No Tesouro Selic, após o intervalo de um ano, após a cobrança do Imposto de Renda de 17,5% para esse intervalo, o resgate seria de R$ 1.096,30, um retorno de 9,63% em 12 meses. Numa LCA ou LCI que pague 93% do CDI, como esses títulos são isentos de Imposto de Renda, o saque seria maior, de R$ 1.108,99, ou seja, uma rentabilidade de 10,9%. Por fim, na poupança, a saída seria de R$ 1.070,20, considerando a TR esperada neste período, em torno de 0,85% ao ano. Embora possa parecer pequena, a diferença é grande no longo prazo. Quanto maior o tempo de aplicação, menos vantajosa será a poupança. Veja abaixo as simulações, feitas por Rafael Haddad, planejador financeiro do C6 Bank. Investimento de R$ 1 mil após 1 ano “Os títulos pós-fixados, ou seja, aqueles atrelados ao CDI, continuam sendo os mais atrativos em todos os prazos. Isso é reflexo da expectativa de que teremos juros mais elevados no futuro”, explica Rafael. Mas, na corrida por maiores retornos, os produtos mais populares entre os investidores hoje são os títulos isentos de Imposto de Renda: LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas. “E as pessoas têm procurado isso através do investimento direto nesses títulos e através do investimento em fundos de investimento.” Investimento de R$ 1.000 após 5 anos Muitos títulos de renda fixa estão sujeitos à tributação do Imposto de Renda conforme tabela regressiva. Para saques entre 361 e 720 dias, a taxa é de 17,50% da remuneração. Após dois anos, a alíquota cai para 15%. Nas últimas semanas, as expectativas de inflação mais elevada em 2024 e 2025 vêm crescendo entre os investidores. Esse cenário leva a um aumento nas estimativas de juros, o que também se reflete na curva da taxa futura do DI. Esse movimento é reflexo das incertezas no cenário fiscal do país, que ocasionaram a “desancoragem” das projeções para esses indicadores. Além disso, o governo anunciou a nomeação de Gabriel Galípolo para o cargo de presidente do BC no lugar de Roberto Campos Neto, cujo mandato termina no final deste ano. E os investidores ainda mostram que precisam estar convencidos de que a independência da autoridade monetária será mantida mesmo com um nome ligado ao Planalto à frente da autoridade. “O diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos deve aumentar nos próximos meses, já que o banco central americano lá está baixando os juros e aqui nós estamos aumentando. Isso torna a taxa brasileira mais atrativa em relação à taxa externa e deve favorecer o câmbio”, afirma o planejador financeiro do C6 Bank. Texto inicial do plugin de Renda Fixa Mais Lido Getty Images
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