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Com a abertura de spreads (aumento da diferença entre as taxas de remuneração) entre títulos brasileiros e dos Estados Unidos (EUA), o potencial de atração de capital estrangeiro para a renda fixa local deverá impulsionar o mercado interno.
Mas não de forma uniforme e casada.
O risco de contração econômica sob o novo aperto da Selic tende a distanciar os cenários dos investidores para a renda fixa privada e pública nos próximos meses.
Para os especialistas ouvidos pelo Investimento em valoros títulos públicos permanecem imbatíveis. Com baixo risco, alta liquidez e taxas mais elevadas no curto e médio prazo, enquanto as incertezas fiscais não são resolvidas, os títulos públicos Tesouro Direto eles não têm concorrentes dignos no mercado de capitais.
Já o mercado de crédito privado deverá permanecer forte do ponto de vista da procura, mas requer maior atenção aos riscos. A alta Selic – que, segundo o cenário dos investidores, poderá subir até 12% ao ano no início de 2025 – poderá deteriorar os resultados das empresas e comprometer a sua capacidade de pagamento de dívidas. Em última análise, isso afetará as ações em bolsa, principalmente as de empresas com alto endividamento.
“As empresas que captam dinheiro no mercado de capitais precisam ter rentabilidade suficiente para pagar esses juros da dívida, financiar as próprias operações e ainda gerar lucros para os acionistas. Portanto, esse gargalo deverá diminuir agora. Isso traz mais alertas para os riscos de inadimplência“, pondera Willian Andradechefe de investimentos e sócio fundador da Ativo Kaya.
Mas isso não significa que o renda variável está completamente fora de questão.
O analista na Empiricus Research Matheus Spiess acredita que, mesmo com o aperto do mercado de crédito, os investidores podem recorrer ao mercado de ações, que não faz parte da carteira tradicional de ativos que se beneficiam da redução das taxas de juros.
“O movimento de hoje não é o de um ciclo típico de política monetária. As taxas de juros estão subindo no Brasil principalmente por razões de recuperação da credibilidade do BC e com o objetivo de expectativas âncora de investidores do que controlar a inflação atual”, pondera Spiess.
Mas Alexandre Mathiasestrategista-chefe de corretagem Monte Bravoresume: Embora a renda variável receba fluxos de estrangeiros, a renda fixa nacional continua a ter a melhor relação entre risco e retorno. “A incerteza fiscal continua a manter alto o risco do Brasil, o que limita um impulso mais forte nos ativos locais.”
O que investir em renda fixa agora?
Entre títulos públicos, especialistas evite prefixos no curto prazo. Esses ativos tendem a apresentar alta volatilidade, enquanto a duração e a intensidade do ciclo de aperto monetário no Brasil permanecem incertas.
“Por um lado, há aspectos internos, como o nível de atividade mais forte, dúvidas sobre o cumprimento das metas fiscais e expectativas inflacionárias não ancoradas pressionando o BC para um ciclo de aperto mais forte. benigno, com o Fed [Federal Reserve, banco central americano] começando a reduzir as taxas de juros nos EUA”, considera Marcelo Andradechefe da área de soluções de investimentos da SulAmérica Investimentos.
Mas Rodrigo SgavioliChefe de Alocação XP Investimentosreitera que as taxas fixas não devem ser completamente ignoradas neste cenário, uma vez que continuam a ter prémios elevados. A questão é que sua participação deve ser limitada para reduzir o risco de o Copom subir os juros mais do que o esperado pelo mercado.
No atual cenário contratado pelo mercado financeiro para a Selic, a taxa básica de juros deverá subir 0,5 ponto percentual mais duas vezes, nas reuniões de novembro e dezembro, e depois fechar este miniciclo com alta de 0,25 ponto percentual em janeiro .
Com este horizonte, O chefe de alocação da XP informa que as carteiras de investimentos possuem entre 90% e 50% das carteiras alocadas em renda fixa, de acordo com o perfil do investidor. Do seguinte modo:
- Para os mais conservadoresO ideal é ter cerca de 90% dos investimentos em renda fixa, sendo 67% em títulos que seguem o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), como Tesouro Selic ou CDBs. O restante (23%) da carteira de renda fixa deverá estar concentrado em títulos indexados à inflação.
- No caso dos moderadosa carteira deve ser composta por 67,5% de ativos de renda fixa, 35% em títulos que acompanham o CDI, 25% indexados à inflação e 7,5% em taxas pré-fixadas.
- Os mais ousados podem destinar 50% para renda fixa, com maior concentração (em torno de 30%) em títulos indexados ao IPCA. Do restante, Sgavioli recomenda 15% de papéis que acompanham o CDI e 5% de papéis prefixados.
Monte Bravo calcula que, mesmo com alto risco tributário, carteiras diversificadas de renda fixa tendem a proporcionar ganhos de 111,3% do CDI nos próximos 12 meses.
Para o executivo da SulAmérica, o NTN-B (artigos conhecidos como Tesouro IPCA+) são os melhores ativos da classe de renda fixa atualmentepois apresentam taxas acima de 6,3% em praticamente todos os prazos.
Mas os especialistas divergem quanto à atribuição a obrigações que acompanham a inflação.
Para Lucas Almeidaparceiro de AVG CapitalEsses ativos são interessantes para estratégias de longo prazo, pois permitem ganhos tanto pela remuneração atrelada ao IPCA quanto pela marcação a mercado em um cenário de queda dos juros.
Sgavioli explica que, apesar de adequados para o longo prazo, os títulos indexados ao IPCA podem não se adequar ao perfil de alguns investidores. Portanto, dados os prémios historicamente elevados, a recomendação tem sido concentrar-se em obrigações com maturidades mais curtas.
“Muita gente pode não conseguir carregar até o vencimento e, por serem títulos mais voláteis e poderem ter marcas negativas na carteira, podem causar desconforto ao investidor. ‘susto’, sugerimos exposição a vencimentos mais curtos e intermediários em renda fixa atrelada ao IPCA”, argumenta o chefe de alocação da XP.
Já em mercado privado de renda fixaele entende que não há tantas oportunidades, porque você spreads os créditos são muito apertados.
Na prática, isto significa que a diferença entre a taxa de rentabilidade de um título de dívida privada e a de um título de dívida pública comparável (prazos e índices iguais ou semelhantes) não corresponde ao risco adicional que este ativo corporativo representa.
“Atualmente, existem empresas com classificações de crédito AAA [que oferecem risco baixíssimo de calote, portanto, são consideradas as melhores pagadoras do mercado] com uma demanda tão forte por seus títulos de dívida que conseguem negociar preços, a ponto de emitir títulos de dívida com rendimento de DI+1%”, explica o executivo da Kaya.
De acordo com Sgavioli, Os títulos de crédito privado, além de rendimentos mais baixos, também apresentam vencimentos mais longos, que não acomodam objetivos de curto prazo.
Existem oportunidades em renda variável?
Os investidores estrangeiros devem preferir a renda fixa no curto prazo, segundo especialistas, o que não significa que não haja oportunidade de destinar para renda variável. Neste caso, para além do possível impacto das quedas das taxas de juro nos EUA, estes activos que comportam mais risco poderão, em médio e longo prazo, para garantir eventual alívio das tensões em torno da política fiscal e acomodação de mercado à nova gestão do BC
Neste segmento, a corretora Monte Bravo sugere alocar em fundos multimercados agora mesmouma vez que esses veículos podem estar expostos a juros e tendem a apresentar desempenho superior ao da renda fixa em cenários como o atual, em que os ciclos de política monetária começam a decolar.
Já em açõesO raciocínio é que, em sua maioria, as empresas na bolsa são baratas. Portanto, a tendência a médio prazo é que o mercado accionista saia da estagnação, à medida que as taxas de juro americanas mais baixas desencadeiam o apetite estrangeiro.
“Para uma empresa competir com uma Selic alta ela precisa entregar um retorno de pelo menos 15% ao ano. Então a Selic alta deverá ter um impacto inicial de puxar a bolsa para baixo, mas a recuperação será mais rápida, principalmente entre grandes bancos e o exportadoresque são empresas com faturamento dolarizado e mais atreladas às movimentações do mercado externo”, avalia o sócio-fundador da gestora Kaya.
Spiess, da Empiricus, é mais enfático e argumenta que, com a diferença entre as taxas de juros dos EUA e do Brasil, os ativos de risco domésticos tendem a ter um trimestre positivo.
“Primeiro porque removemos a narrativa de recessão no exterior, o que evita a recessão aqui também. Em segundo lugar, se a Selic está subindo agora, precisa cair amanhã. as taxas dos contratos futuros de juros com vencimento no longo prazo caem. Isto beneficia o ações de empresas cíclicas nacionais“, resume.
Mas o executivo da SulAmérica acredita que, embora os valores de mercado das empresas sejam historicamente baixos, a relação entre risco e retorno no mercado de ações ainda não é atrativa para aumentar a posição em renda variável agora.
“Com o aumento da taxa Selic, os custos financeiros das empresas aumentarão, o que poderá impactar empresas mais cíclicas e que dependem do fluxo de consumo e financiamento”, pondera.
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