Capitão do Brasil Sub-20 fala pela primeira vez sobre as poucas oportunidades no clube catalão e revela a conversa antes de partir para o Bétis: “Uma das primeiras vezes…” O habitual sorriso fácil não impediu Vitor Roque de dar respostas firmes. Capitão da seleção sub-20 que venceu o México na noite de quinta-feira, o camisa 9 sabia que os microfones à sua frente queriam ouvir mais do Barcelona do que do jogo de São Januário. E ele não fugiu do assunto. Vitor Roque admite frustração com tratamento no Barcelona: “Achei que seria diferente” Emprestado ao Bétis após meses de poucas oportunidades e muitas dúvidas na Catalunha, o ex-jogador do Athletico-PR admitiu sua frustração. Não só porque jogou tão pouco (16 jogos, apenas dois como titular), mas principalmente pela forma como viveu estes oito meses no Barcelona. — Foi um pouco complicado para mim. Tive algumas oportunidades, mas não da maneira que pensei que seria. Eu tenho a cabeça limpa. Agora estou focado no Bétis e agradeço sempre a Deus pela oportunidade de mais uma vez vestir a camisa da Seleção aqui. “Acho que (foi complicado) no geral. Achei que seria diferente, tanto no tratamento, na forma como joguei, quanto na gestão conversando comigo. Mas passou, estou feliz por ter a oportunidade no Betis e voltar a vestir a camisa da Seleção”, confidenciou Roque. + Veja como foi a vitória do Brasil sub-20 em amistoso com o México Vitor Roque foi titular e capitão da seleção brasileira sub-20 no amistoso com o México Brasil Staff Imagens/CBF Seja com Xavi ou mais recentemente com Hansi Flick, o jovem O jovem de 19 anos, que deixou o Brasil como uma joia e foi convocado pela equipe principal, ficou de fora dos planos. A diferença da realidade que Vitor Roque garante enfrentou bem graças à ajuda psicológica fora do clube: — Sempre fiz terapia, sempre fiz com um treinador mental. Sempre me ajudou, desde os 16 anos também passei por alguns obstáculos. Isso sempre me ajudou. Hoje procuro fazer também, tem me ajudado muito na hora de passar por vários obstáculos. Vitor Roque disse que recebeu a atenção que esperava ter recebido quando não foi aproveitado na saída. O Barcelona, por sua vez, está no passado, e o foco está no Bétis, que tem opção de compra por 25 milhões de euros ao final da temporada 2024/25. Vitor Roque foi titular e capitão da seleção brasileira sub-20 no amistoso com o México Brasil Staff Imagens/CBF — Quando saí, disse que sim. Uma das primeiras vezes… tentei entender por que tantas coisas estavam acontecendo, que não são relevantes para falarmos aqui. Receberam-me muito bem, estou muito feliz por estar lá e ter a oportunidade de jogar no Bétis. Faltando poucos dias para o Betis, eles já haviam jogado 33 minutos em campo contra o Real Madrid no último fim de semana. Um recomeço para quem trocou a desconfiança em Espanha pelo prestígio da braçadeira de capitão na Seleção Sub-20. Campeão sul-americano em 2023 sob o comando de Ramon, Vitor Roque entra em campo novamente no domingo, contra o México, às 18h30 (horário de Brasília), em São Januário. Brasil 2 x 0 México | Melhores momentos | Amistoso internacional Sub-20 Confira abaixo outros trechos da entrevista de Vitor Roque: Retorno à seleção Sub-20 — Estou muito feliz. É sempre um prazer vestir a camisa da seleção, seja ela sub-20 ou sênior. Claro que o sonho de todos é estar no comando, mas é o processo, e sempre respeitei o processo e respeito isso. É sempre um prazer estar aqui e fico feliz por ter a oportunidade de vestir a camisa da Seleção. Você está pensando em voltar para Barcelona? — Hoje estou pensando no Betis, só no Betis. Espero fazer uma excelente temporada lá. Estou focado aí e, se Deus quiser e as coisas correrem bem, continuo trabalhando muito e com humildade, as coisas vão acontecer naturalmente. Vitor Roque, apresentando o elenco da temporada do Barcelona aos torcedores Eric Alonso/Getty Images Por que não deu certo no Barça? — Foi a realização de um sonho, só de estar ali. Eu não culpo ninguém. Talvez eu tenha que me culpar por não fazer as coisas bem. Mas agora estou feliz no Betis, o que é o mais importante. Dificuldades na Europa – penso que é muito difícil. Saí muito jovem e fui direto para um grande clube. Às vezes você não vê o que tem dentro, a forma como as pessoas te tratam. Às vezes minha cabeça não está bem, tento trabalhar o máximo possível meu psicológico. Mas às vezes é difícil, é difícil. Às vezes os próprios jornalistas não entendem, apenas falam sobre isso no terreno. Se não estiver tudo bem, eles sempre vão julgar, e não veem o entorno por causa disso, entendeu? Mas agora estou com a cabeça limpa, isso é o mais importante. Vitor Roque chega ao Betis emprestado pelo Barcelona. Comparações com Endrick e Estêvão – isso já falei. A torcida brasileira sempre tenta criar uma rivalidade entre mim, o Endrick e agora o Estêvão… Mas sempre mantenho a calma. É um cara com quem sempre converso, sempre depois dos jogos. Estou feliz que ele esteja crescendo, estando na seleção. O Estêvão está chegando agora, vai para o Chelsea, falo muito. Estou tranquilo, estou feliz e desejo sempre o melhor para eles.
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