O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveiraafirmou nesta quarta-feira (28) que saudou a escolha de Gustavo Pimenta para presidir a mineradora Vale. Crítico de Eduardo Bartolomeo, o ministro disse aos jornalistas que “estava muito ansioso [por esta decisão] porque a Vale foi um acéfalo.”
Desde o início do ano, o governo era criticado por rumores sobre tentativas de intervenção na escolha do novo presidente da mineradora brasileira. Chegou-se mesmo a sugerir que o nome de Guido Mantega, antigo ministro das Finanças, fosse defendido.
Para Silveira, a escolha de Pimenta, que atuou como vice-presidente executivo de Finanças e Relações da empresa, demonstra que a decisão foi tomada de forma independente. “A escolha do seu CFO para liderá-lo demonstra inequivocamente a transparência e a lealdade do Brasil em retornar ao diálogo”, disse ele, ao chegar para a abertura do “Diálogo G20-Transições Energéticas”. “Isso demonstra o que pensamos do governo do presidente Lula”, disse o ministro, rejeitando a ideia de que houve tentativa de intervenção na decisão empresarial e defendendo que a “empresa decidiu [a escolha do CEO] dentro da sua governação”.
O ministro reafirmou sua posição crítica ao modelo societário, em que a empresa tem seu capital disperso na Bolsa, mas reconhece que é preciso “conviver com o status quo, com a realidade”, de que tanto a Vale quanto a Eletrobras “estão empresas com esta natureza.”
“Cabe ao Ministro de Minas e Energia do Brasil tratá-los com o máximo respeito pela governança”, destacou o titular do Ministério de Minas e Energia.
Silveira, que é político mineiro, lembrou que uma das expectativas com a mudança de comando da Vale está relacionada à reparação das tragédias relacionadas ao rompimento de barragens de rejeitos de mineração nas cidades mineiras de Marina e Brumadinho. “Espero que o atual presidente, por ser mineiro, tenha sensibilidade humana para entender as necessidades de resolução do acordo de Mariana”, afirmou
O ministro disse esperar que Pimenta “tenha sensibilidade para entender que a Vale é uma empresa que tem transversalidade internacional”, e que os brasileiros a vejam como “uma referência no setor mineral no Brasil e, portanto, tem obrigações sociais muito relevantes para com o nação brasileira.”
“Seremos sempre rigorosos na cobrança dos interesses do povo brasileiro em relação ao setor mineral”, reforçou Silveira.
Na visão do ministro, a mineração “é um setor estratégico para o Brasil” e que “não há transição energética sem falar de minerais críticos”. “A Vale é uma grande detentora dos direitos [de exploração] de nióbio, níquel, cobre”, disse. “O que queremos do setor mineral brasileiro é que ele seja seguro, para que não aconteça o que aconteceu em Marina e Brumadinho, e que seja sustentável”, acrescentou.
Sobre a expectativa do governo de aumento dos investimentos no setor siderúrgico, Silveira disse que é “realista”, pois sabe que “mais de 90% do minério extraído no Brasil vai para Omã ou para o Golfo do México para sua primeira fase de industrialização , ‘briquetização’”, porque o gás natural brasileiro, utilizado nesse processo, não tem preço “competitivo”.
“Também não podemos exigir que uma empresa faça algo no Brasil que não seja economicamente viável”, admitiu Silveira. “Não temos uma visão de estadista, temos uma visão de desenvolvimento.”
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O pós-ministro diz que com novo CEO, Vale não é mais uma empresa ‘acéfala’ | O Brasil apareceu primeiro no WOW News.