agosto 30, 2024
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A Marvel quase faliu nos anos 1990, e isso influencia o MCU até hoje

A Marvel quase faliu nos anos 1990, e isso influencia o MCU até hoje
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Fundada em 1939 com o nome Timely Comics e assumindo o nome Marvel Comics desde 1961, a empresa é atualmente uma das principais subsidiárias da Disney e sinônimo de um grande império do entretenimento. No entanto, más decisões e problemas de gestão quase causaram desapareceu completamente durante a década de 1990.

Embora tenha passado por algumas crises no passado, a empresa acabou sendo vítima das próprias ambições e de um mercado de colecionadores inflacionado, do qual tirou grande proveito. Porém, a explosão da bolha dos quadrinhos, aliada às compras de diversas empresas a valores inflacionados, fez com que ele tivesse que lidar com uma dívida que quase não conseguia pagar.

Como a Marvel quase faliu na década de 1990?

Os problemas da Marvel começaram na década de 1980 e, curiosamente, foram causados ​​por uma onda de interesse pelos quadrinhos. Porém, não veio necessariamente de fãs interessados ​​em descobrir novas histórias e personagens, mas sim de especuladores que os viam como uma forma de ganhar dinheiro fácil.

Colecionar levou a uma verdadeira explosão nas vendas de quadrinhos

Parte disso se deveu ao colecionismo: nas condições certas, uma revista histórica das décadas de 1950 ou 1960 até hoje pode ganhar muito dinheiro no mundo do colecionismo. Sabendo disso, a editora – como muitos de seus concorrentes, incluindo a DC – começou a lançar vários “edições número 1” em tiragens muito generosas.

Os especuladores começaram a comprá-los em grandes quantidades, dando a impressão errada de que o mercado de quadrinhos estava muito aquecido. Quando a realidade bateu à porta e muitas pessoas descobriram que suas edições não valiam nada, muitas lojas especializadas fecharam e a própria Marvel corria risco de morte.

O estouro da bolha e os maus investimentos foram quase a ruína da editora

Com ações vendidas em bolsa desde 1991, a empresa viu suas ações passarem de US$ 35,75 para apenas US$ 2,37 três anos depois e teve que lidar com uma dívida que ultrapassava US$ 600 milhões. Isto gerou uma série de dúvidas sobre o futuro da empresa, com vários investidores pressionando para que ela fosse liquidada ou vendida.

Curiosamente, entre os que alertaram que o mundo dos quadrinhos estava em risco estava Neil Gaiman, na época dedicado a Sandman. Em 1993, ele afirmou que os editores vendiam “bolhas e tulipas” ao público, que comprava histórias não porque estivesse interessado nelas, mas porque acreditava que poderia lucrar com elas no futuro.

A empresa lutou para sobreviver

Enquanto todo o mercado de quadrinhos foi abalado pelo estouro da bolha, a Marvel foi prejudicada ainda mais graças a um investidor conhecido como Ron Perelman. Em 1989, ele gastou US$ 82,5 milhões na compra da editora New World Pictures e usou o dinheiro que ela ganhava na época para financiar uma expansão agressiva.

Nem mesmo os maiores heróis da Marvel conseguiram salvar a empresa
Nem mesmo os maiores heróis da Marvel conseguiram salvar a empresa

Ele gastou aproximadamente US$ 700 milhões adquirindo peças da fabricante de brinquedos ToyBiz, comprou fabricantes de cartões colecionáveis ​​como Leer, investiu em adesivos da Panini e na distribuidora Heroes World. À medida que o interesse pelos quadrinhos diminuía, Perelman não conseguia mais sustentar sua estratégia, que se baseava no aumento dos preços e no aumento constante das vendas.

Para tentar reverter a situação, Perelmen fundou a Marvel Studios em 1995 com a intenção de levar alguns de seus principais personagens para a tela do cinema. Devido à resistência de muitos acionistas, ele declarou a falência da empresao que lhe permitiu reorganizar as suas atividades sem necessidade de autorização externa.

Isso desencadeou uma disputa entre ele e o investidor Carl Icahn, que durou dois anos e resultou na saída de ambos. Quem “ganhou” foram dois investidores da ToyBiz, com quem a Marvel se fundiu desde então: Isaac Perlmutter e Avi Arad. Eles decidiram eleger Joseph Calamari como o novo CEO, que tomou algumas ações que ainda hoje ressoam.

As consequências afetam a Marvel até hoje

Incapaz de produzir filmes e animações por conta própria e precisando de muito dinheiro, a empresa passou a licenciar seus principais heróis para empresas como Universal, Fox e Sony. É por esta razão, aliás, que até hoje a empresa japonesa consegue produzir sozinha filmes como Venom e Kraven.

Somente em 2003 é que a ideia da empresa formar um estúdio próprio começou a ganhar força, e isso só foi possível graças a um acordo com a Merrill Lynch, assinado em 2005. Em troca de US$ 525 milhões, a editora apostou seu futuro de propriedades como Thor e Capitão América — embora arriscada, a ação se mostrou correta e resultou em um grande império cinematográfico.

Ao mesmo tempo, a empresa teve que respeitar acordos anteriores e teve que lidar com diversas limitações na construção de seu Universo Cinematográfico Marvel (MCU). Foi só com o tempo – e com a influência da Disney – que ela conseguiu trazer para as telas suas próprias grandes versões do Homem-Aranha e, mais recentemente, de Deadpool e Wolverine.

Este “processo de recuperação” continua até hoje e ajuda a explicar por que Só agora ela está investindo em filmes do Quarteto Fantástico e em vilões como Doctor Doom. Embora isso possa ter tornado a cronologia do MCU muito diferente daquela dos quadrinhos, a situação não o impediu de construir um negócio de bilhões de dólares que permanece forte apesar de alguns tropeços recentes.

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