Bolsas de NY sobem em agosto; S&P 500 tem quarto mês seguido de ganhos. Veja maiores altas e baixas | Investimento no Exterior

O índice Dow Jones subiu 0,55% na sessão, para 41.563,08 pontos, encerrando o mês com alta de 1,76%, enquanto o S&P 500 avançou 1,01%, para 5.648,40 pontos, com alta de 2,28% em agosto, registrando quarto mês consecutivo de valorização. E o Nasdaq ganhou 1,13% na sessão, fechando aos 17.713,62 pontos. O índice que concentra ações de tecnologia registrou alta de 0,65% no mês.

Diego Chumah, gerente de ações do fundo de hedge ASAafirma que a variação mensal do S&P 500 não reflete a montanha-russa que foi agosto para os ativos de risco no exterior.

“No início deste mês, dados muito fracos sobre o emprego nos EUA levantaram receios de recessão na maior economia do mundo, um movimento que foi agravado por factores técnicos e, mais tarde, por comentários mais duros do presidente do Banco do Japão”, lembra.

Num período de apenas quatro dias, o S&P 500 caiu 6%, enquanto o Nasdaq caiu 7% e o Topix, um índice de ações japonês, derreteu 20%.

No entanto, após o incidente, novos dados da economia americana dissiparam os receios de uma recessão. “A inflação americana continuou a apresentar tendência de arrefecimento dos preços e Powell fez um discurso mais empenhado em iniciar o ciclo de cortes de juros em setembro”, destaca Chumah.

O presidente do Fed, Jerome Powell, disse numa conferência de imprensa que o Comité Federal de Mercado Aberto (Fomc) se aproxima do momento do corte e que, se a inflação abrandar e o mercado de trabalho arrefecer, um corte nas taxas de juro em Setembro poderá estar em cima da mesa.

“No geral, as bolsas americanas fecharam agosto com nota positiva, um mês que mostra que o mercado não é para quem tem estômago ou coração fraco – como uma montanha-russa”, resume o gestor da bolsa ASA.

As ações da Nvidia subiram hoje 1,5%, recuperando algumas das perdas registadas após a divulgação dos lucros do segundo trimestre. Na sessão de ontem, a ação caiu 6,38%, mas encerrou o mês com alta de 0,49%.

“A Nvidia apresentou números ótimos, acima do que o mercado esperava, mas longe do nível de surpresa que as pessoas estão acostumadas e os receios com a entrega do seu novo chip também levantaram algumas dúvidas na empresa”, pondera Chumah.

A movimentação de investidores do setor de tecnologia para pequenas e médias empresas (small caps), além de setores mais tradicionais da economia, continuou a ocorrer durante o mês. Algo que demonstra isso é a alta do Dow Jones, que nos últimos dias voltou a renovar recordes históricos.

A proximidade e a incerteza causadas pelas eleições presidenciais nos EUA significam que os investidores procuram diversificar ainda mais a sua carteira e procurar opções defensivas. A proximidade do início do ciclo de redução das taxas de juro também incentiva os investidores a preferirem ações cíclicas, que beneficiam de taxas de juro mais baixas.

Veja abaixo as ações que mais subiram e caíram no mês entre as 100 maiores empresas do S&P 500:

Starbucks lidera os ganhos do mês, com alta de 22%, após mudança de CEO, que havia sido criticada por investidores. O executivo será substituído pelo CEO da rede de restaurantes Chipotle, Brian Niccols, a partir do dia 9 de setembro. A notícia foi bem recebida pelos investidores e as ações da Starbucks dispararam com a notícia.

O papel é seguido no ranking pela Eli Lilly, fabricante dos medicamentos para emagrecer Mounjaro e Zepbound, que avançou 19,5%. Ambos receberam feedback positivo relacionado à prevenção de doenças.

Não admira, lembre-se Bruno Klien, analista da WHGA Eli Lilly reportou resultados bem acima das expectativas dos analistas, aumentando sua orientação de receita para o ano justamente por causa do aumento nas vendas de medicamentos para obesidade.

Ações do Walmart, que estão entre os 5 ativos que mais valorizaram no mêsbeneficiou de resultados empresariais que mostraram um crescimento de receitas mais forte do que o esperado no trimestre, principalmente devido à melhoria na categoria de bens domésticos, brinquedos e vestuário.

“O resultado foi surpreendente dados os dados econômicos mais negativos que haviam sido divulgados nas semanas anteriores, levando alguns investidores a venderem por medo de a empresa confirmar o cenário mais negativo que os dados mostravam”, explica Klien, do WHG.

No caso da Netflix, considere Guilherme Novello, analista da WHGnotícias positivas sobre o andamento das vendas de publicidade na plataforma, aliadas aos sólidos resultados divulgados em julho, contribuíram para o bom desempenho das ações no mês. Outro ponto que jogou a favor da empresa foi seu perfil mais defensivo dentro do setor de tecnologiadiz.

Entre as maiores quedas em agosto estava a fabricante de carros elétricos de Elon Musk, Tesla, com uma queda de quase 8%. O Boeingque vive uma crise após acidentes com seus aviões, também está na lista, com queda de cerca de 9%.

De acordo com Leonardo Garcia, analista da WHGA crise na Boeing foi agravada pelas preocupações com uma greve dos trabalhadores da empresa, o que prejudicaria ainda mais o ritmo de produção e entrega de aeronaves, principal indicador de desempenho da empresa no momento.