A CBN entrevista o coordenador de Relações Institucionais do Centro de Direitos Humanos e Cidadania Imigrante, Paulo Illes. Em conversa com os âncoras Tatiana Vasconcellos e Fernando Andrade, o ex-Coordenador Geral de Política Migratória do Departamento de Migração do Ministério da Justiça fala sobre a nova determinação do governo federal, que restringe a entrada de imigrantes isentos de visto no Brasil.
A decisão ocorre em meio alegações de que o país tem sido usado como rota para organizações criminosas traficarem pessoas. Relatório da Polícia Federal mostra que a maioria dos que buscam refúgio utiliza o Brasil como rota de trânsito para países como Estados Unidos e Canadá.
A partir de agora, qualquer pessoa que solicite asilo terá de provar que está a ser perseguida no seu país de origem. Contudo, Paulo Illes alerta para a dificuldade de fornecer esta prova.
Atualmente, 488 imigrantes já estão retidos no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, sem visto para entrar no Brasil. Para o entrevistado, a medida poderia agravar esta situação:
“O Brasil fez grandes avanços na legislação de imigração. A nossa lei (de 2017) tem como um dos seus princípios fundamentais a não criminalização da migração. Existe até o risco de aumentar o número de pessoas não admitidas no aeroporto. As pessoas não se declaram refugiados quando saem do seu país (…).Não sei qual cálculo o governo federal fez sobre o impacto dessa medida, que foi repentina. O relatório da Defensoria Pública, divulgado há poucos dias, mostra que, desde 2015, o órgão e organizações monitoram essa situação dentro do aeroporto de Guarulhos.”
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Para o especialista, a determinação do tribunal tem conteúdo político.
“Acredito que, quando se trata desse tipo de decisão, apesar de haver uma investigação da Polícia Federal que aponta indícios ou casos de tráfico de pessoas, esta é uma resposta muito mais política do que qualquer outra coisa”, afirma.
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A decisão do Ministério da Justiça, caso não haja plano de contingência, poderá esbarrar em questões delicadas. Illes enfatiza que os imigrantes que saem do seu país em busca de melhores condições de vida não devem ser criminalizados por causa dos criminosos.
“Há uma mobilização para que o governo mostre que não vai além da Lei Migratória 13.445, que permite a admissão de pessoas em situação de vulnerabilidade e que realmente precisam solicitar refúgio no Brasil. crime de tráfico, prisão de traficantes de drogas, identificação de coiotes. Não podemos criminalizar todos estes imigrantes que saem do seu país em busca de melhores condições de vida por causa de criminosos. O Brasil também poderia investir muito mais no incentivo à permanência desses imigrantes aqui no país. , ele diz.
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