25 anos após o termo ter sido cunhado pelo escritor Rubem Alves, o maior especialista em escuta do Brasil, Thomas Brieu, lança “Escutatória” pela H1 Editora Thomas Brieu Divulgação Por que ouvir mais e melhor? Para obter bem-estar? Tempo? Foco? Noivado? Cooperação? Influência? Liberdade? A resposta é: um pouco de tudo. Thomas Brieu, o maior especialista em escuta do Brasil e autor do recém-lançado “Escutatória” (H1 Editora), define a escuta como uma habilidade integral: “Escutar, para mim, envolve a preocupação de ouvir mais e melhor. Mas vai muito além disso: não escuto apenas com os ouvidos, escuto com todo o corpo, com abertura, curiosidade e atenção plena – uma postura multidimensional.” Brieu sabe do que está falando. Há pelo menos uma década é o especialista mais requisitado do país para falar sobre Listening nas empresas. Seu livro ganha vida exatamente 25 anos após a criação da palavra Escutatória pelo escritor Rubem Alves. Em 1999, Alves escreveu em “O amor que ilumina a lua”: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi um curso de audição anunciado. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir.” Ex-agente secreto ensina como transformar o comum com escolhas inteligentes Autores revelam o poder oculto por trás de palestras inesquecíveis Aí vem o primeiro insight: ninguém nasce naturalmente bom em ouvir. Precisamos aceitar que somos limitados, como alerta Brieu: “A humildade é o começo. A partir daí, você pode se tornar um ouvinte extraordinário.” Aceitar que somos limitados é o primeiro passo. “Isso não é bom nem ruim, mas precisamos aceitar, com humildade e vulnerabilidade, que não somos bons ouvintes, pois nosso hardware está completamente desatualizado com as demandas de escuta aceleradas do mundo moderno. Então, com essa humildade, conseguimos desenvolver estratégias para ouvir mais e melhor”, garante. Ouvir genuinamente o outro é uma “Habilidade de Poder”, uma habilidade multidimensional que envolve o corpo, a mente e, acima de tudo, o coração. Numa época acelerada, em que todos querem falar e ser ouvidos, ouvir verdadeiramente tornou-se um bem raro, afirma Brieu, que propõe que ouvir bem é essencial para melhorar o bem-estar e também para ganhar tempo, foco, envolvimento, cooperação , influência e até liberdade. “Escutar é uma atitude de abertura, curiosidade e atenção plena. Um radar que você precisa sintonizar se quiser sobreviver – e vencer – no caos que é o mundo moderno.” Crise de Ouvir Vivemos tempos barulhentos, onde todos falam e ninguém escuta. “Estamos em uma crise de escuta. Todos querem ser ouvidos, mas poucos sabem ouvir”, diagnostica Brieu. Não se trata de crítica por crítica, mas de análise de um problema que afeta os negócios, os relacionamentos e a própria estrutura da sociedade. “Entramos na Economia da Atenção, onde os consumidores sofrem com a falta de atenção, empatia e curiosidade”, afirma Brieu, ligando os pontos: “Empatia, escuta, atenção, interesse e curiosidade são a mesma coisa. Se você não sabe ouvir, você não tem nenhum deles.” Resumindo: se você não ouvir, você perderá tudo – oportunidades, conexões e até respostas que você não sabia que precisava. O Superpoder das Perguntas No livro, fica claro que as perguntas são muito mais poderosas do que as respostas prontas. Num mundo onde todos pensam que têm a resposta, saber perguntar é o verdadeiro superpoder. “Quem se destaca é quem sabe fazer as perguntas certas. Perguntas que abrem portas, que criam conexões, que mudam o jogo.” Além das perguntas, o autor lembra que é preciso dominar a arte de pausar: “Pausar antes de responder é fundamental. Essa pausa é o que separa os amadores dos profissionais. Ao inspirar, você mostra que está presente, que as palavras da outra pessoa realmente impactaram você.” No trabalho, ouvir com atenção plena é o que fará a diferença entre uma conversa comum e uma negociação transformadora. Testes de escuta: o detalhe que muda tudo “A verdadeira prova de que você ouviu alguém é mostrar que o que essa pessoa disse tocou você.” Brieu reforça que as evidências não se limitam a repetir o que foi dito. “É internalizar, refletir, responder com autenticidade. Reconhecer o que é verdadeiro e justo no que outra pessoa diz é o que cria uma conexão genuína.” Quando todos pensam que têm as respostas, Brieu lembra-nos que a solução raramente está na cabeça de uma só pessoa. “É a escuta que catalisa a inteligência coletiva, que nos permite encontrar soluções que nunca encontraríamos sozinhos.” A verdadeira inovação vem de quem sabe ouvir, uma linguagem que consegue capturar e libertar. “E o caminho para a libertação começa com a escuta. Desenvolver um repertório de perguntas, emoções, palavras, é isso que permite que a comunicação flua e que verdadeiras conexões sejam feitas.” Como estrategista de comunicação com 30 anos de experiência, posso dizer que Thomas Brieu não vende um conceito. Oferece uma arma secreta para quem quer se destacar em um mundo onde todos acreditam que sabem tudo. “Ouvir é a nova arte que todos precisamos aprender e valorizar. Não se trata apenas de eficiência. É sobre a humanidade. E no final das contas, isso é o que realmente importa.” Eu não poderia concordar mais. Mais lido
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