agosto 21, 2024
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Incerteza sobre estabilização inflacionária mantém alta de juros sobre a mesa, alerta FGV Ibre | Brasil

Incerteza sobre estabilização inflacionária mantém alta de juros sobre a mesa, alerta FGV Ibre | Brasil
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Embora o ambiente externo tenha dado alguma trégua, depois da forte volatilidade dos mercados no início do mês, o cenário interno ainda é preocupante, alerta o Boletim Macrodo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Isso ocorre porque as chances de estabilização do inflação no médio prazo ainda não são evidentes e a necessidade de Banco Central isso precisa aumentar você tarifas é colocado sobre a mesa.

“Ainda não sabemos se haverá necessidade de subir [os juros]. Mas o risco certamente é mais de aumento do que de possível queda pela frente”, afirma Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro. “Talvez se houvesse um política fiscal mais consistente, sem que a credibilidade das metas inflacionárias seja prejudicada, poderá haver espaço [para reduzir os juros] que perdemos por motivos internos.”

O boletim acrescenta que agosto parece caminhar para um “final feliz”, depois de o índice de volatilidade da bolsa americana (S&P 500) ter atingido no início do mês o seu valor mais elevado em quatro anos. O cenário atual inclui uma melhora na situação inflacionária nos Estados Unidos, uma indicação de que o Federal Reserve (Fedo banco central dos EUA) poderá começar a cortar as taxas de juro no próximo mês.

“A perspectiva de cortes a partir de setembro traz alívio aos ativos dos países emergentes, como bolsas de valores e moedas. Alívio que chega em boa hora”, destaca a edição de agosto do Boletim, lembrando que, após atingir R$ 5,76 no dia 5 de agosto, o câmbio caiu abaixo de R$ 5,5 desde 12 de agosto. . “Tanto fatores externos quanto internos explicam esses movimentos.”

Ao contrário dos EUA, o Brasil vive um período de forte e desemprego em níveis baixos, devido ao mercado de trabalho aquecido, o que contribui para um cenário inflacionário.

Segundo o FGV Ibre, os dados de junho e as projeções para julho reforçam esse quadro. O índice de atividade do Banco Central (IBC-Br) de junho subiu 1,4%, acima das expectativas do mercado. Como resultado, o Boletim Macro reviu a sua previsão de crescimento económico para o segundo trimestre, face ao primeiro, de 0,7% para 0,9%. Para 2024, a projeção de crescimento do PIB passou de 2,2% para 2,3%.

O estudo deste mês destaca que tanto o consumo quanto o investimento das famílias devem ter destaque no segundo trimestre, o que tende a resultar em crescimento significativo da demanda interna.

A taxa de desemprego, por sua vez, continua a cair e atingiu 6,9% em junho, o valor mais baixo desde 2014, um movimento no sentido oposto ao dos EUA. A robustez do mercado de trabalho traduziu-se num crescimento do rendimento nominal de cerca de 10% nos últimos 12 meses, o que resulta em 6% em termos reais, incluindo uma taxa de inflação anual de 4%.

No Boletim, porém, Matos e o economista Armando Castelar Pinheiro afirmam que, diante da forte desvalorização do real, o agravamento do cenário inflacionário está consolidado. O FocoO relatório semanal de expectativas do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (19), mostrou aumento nas expectativas de inflação para 2024. A mediana das projeções dos analistas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 4,20% para 4,22%. Para 2025, houve queda de 3,97% para 3,91%, enquanto para 2026 a projeção permaneceu inalterada, em 3,60%.

“Algo que chama a atenção é que as expectativas de inflação pioraram não só no mercado financeiro. O Banco Central lançou a pesquisa Firmusque visa aumentar as expectativas das empresas em relação à economia. No total, 92 empresas não financeiras reportaram as suas expectativas relativamente ao desempenho da economia e à inflação. As medianas das expectativas de inflação foram consistentemente superiores à mediana correspondente da pesquisa Focus: 4% em 2024, 4% em 2025 e 3,70% em 2026”, escrevem Pinheiro e Matos, no Boletim.

“Esses choques externos corroboraram a necessidade de a autoridade monetária se manifestar, destacando fatores de risco externos, como a desaceleração da economia mundial, e também internos, que amplificam [pressões inflacionárias]”, argumenta Matos. “Tudo sugere que teremos uma inflação maior e mais persistente.”

O Boletim lembra que, apesar da atividade aquecida, a má notícia é que, após um ciclo de queda, a taxa básica de juros Selic estacionou em 10,5%. “E tudo indica que não voltaremos tão cedo a um ciclo descendente, com risco muito elevado de ter que aumentar os juros em setembro”, alerta o texto.

O economista José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do FGV Ibre, argumenta que são claros os sinais de que o Copom promoverá um aumento da Selic, provavelmente em 50 pontos-base, na reunião do próximo mês.

“O BC arriscará sua reputação se optar por não alterar a Selic, a menos, é claro, que haja uma reviravolta importante no cenário atual. Dada a possibilidade de que a provável flexibilização monetária nos EUA traga algum alívio às pressões inflacionárias internas, via câmbio, é bem possível que o BC decida elevar a Selic sem se comprometer com novos aumentos, deixando os próximos passos condicionados aos acontecimentos. não só da flexibilização da política monetária nos EUA, mas também das nossas próprias questões fiscais”, diz Senna, na parte de política monetária do Boletim.

Na secção sobre atividade económica, o Boletim destaca ainda que no segundo trimestre de 2024 a economia superou as expectativas e resistiu ao impacto da tragédia no Rio Grande do Sul.

Embora o desastre tenha causado danos significativos, o seu impacto foi menor do que o esperado, destaca o FGV Ibre.

“Os efeitos do desastre gaúcho acabaram sendo totalmente compensados ​​pelo resultado positivo do segundo trimestre. No início de junho reduzimos a projeção de 2024 para 2% e agora, com todos os dados, revisamos para 2,3%.”

Para o segundo trimestre, a projeção é de crescimento de 2,9% da economia brasileira, em relação ao primeiro, com contribuição de 2,7 pontos percentuais (pp) para o PIB cíclico – o mais sensível às oscilações da política monetária – e 0,2 ponto de PIB exógeno – menos influenciado pelos juros.

Com dados sobre a aceleração da indústria manufatureira em Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), o FGV Ibre elevou a projeção de que o setor crescerá 1,1% no segundo trimestre, ante o segundo, para 2,1%. E de 2,5% na variação anual para 4%. Por outro lado, as estimativas do indústria extractiva passaram de -4% para -6,3% no segundo trimestre, em relação ao anterior, e de 1,5% para 1%, na variação anual.

A projeção para o serviços passou de 0,3% para 0,5% no segundo trimestre, em relação ao primeiro, e de 2,5% para 2,7% em relação ao mesmo trimestre de 2023.

Outra revisão realizada pelo FGV Ibre foi a projeção de consumo internoque passou de 0,2% para 0,6%, em termos trimestrais, e de 3,4% para 3,9%, em termos anuais.

“A atividade é mais forte do que o esperado. Mas não existe almoço grátis em economia. Atividade mais forte não é inflação se houver um contexto de ociosidade, de capacidade de aumentar a produção sem ser inflacionário. Mas este não é o nosso caso”, afirma Matos.

Na parte sobre inflação, o Boletim afirma que a expectativa para agosto é de desaceleração, com possibilidade de deflaçãoà medida que a pressão dos preços administrados diminui. Mas alerta: “Mesmo assim, fatores como o aquecimento do mercado de trabalho e a volatilidade cambial sugerem que a inflação poderá encerrar o ano na casa dos 4,2%”, diz o texto, destacando a resistência da inflação em ceder.

“Temos que utilizar todos os elementos à disposição do BC. [Contudo]Ainda há dúvidas de que a autoridade monetária fará o que for necessário para trazer a inflação para a meta”, afirma Matos. “Por que as pessoas acreditam que em 2027 a inflação será de 3,5% e não de 3%? Até o próximo ano, as projeções dão conta de possíveis choques e não se trata tanto de falta de credibilidade. Mas para 2027 não faz sentido [pensar em inflação acima da meta] se não [um problema de falta de] credibilidade.”

— Foto: Karolina Grabowska/Pexels

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