O número de pessoas que trabalham como microempreendedores individuais (MEIs) no brasil cresceu 11,4% em 2022, em relação a 2021, para 14,6 milhões, o que significa um aumento de 1,5 milhão de pessoas. Na comparação com 2020, a expansão foi de 31,5%, ou 3,5 milhões a mais. A grande maioria desses empreendedores trabalhava anteriormente no mercado formal e foi demitida pelo empregador, o que indica um perfil de empreendedorismo por necessidade.
A informação faz parte pesquisa Estatísticas de Cadastro de Microempreendedor Individual 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta foi a segunda edição da pesquisa, ainda classificada como estatística experimental, e traz dados sobre a participação dos MEIs no total de pessoas ocupadas, experiência anterior no setor formal, existência ou não de empregados e a distribuição regional desse contingente .
O MEI reúne empreendedores autônomos com faturamento anual de até R$ 81 mil, com no máximo um empregado (com renda de um salário mínimo ou salário mínimo) e com apenas um estabelecimento, entre outros requisitos. Os empresários abrangidos por esta condição pagam uma carga fiscal menor.
Se houve crescimento no número de MEIs em termos absolutos, a relação entre eles e o total de trabalhadores do setor formal diminuiu 19,1% em 2022, ante 19,1% em 2021 e 17,3% em 2020. A queda nesse percentual, porém, pode estar ligada à mudança na metodologia e-social de identificação de relações de trabalho.
“Houve um aumento de 11,4% no número de MEIs entre 2021 e 2022, mas houve uma pequena queda na participação. Este não foi necessariamente um movimento real. Houve uma mudança no e-social na forma como as relações de trabalho são capturadas. O próprio Ministério do Trabalho informou que passou a identificar um número maior de contratos e de certa forma isso pode ter contribuído”, afirma o analista do IBGE Thiego Gonçalves Ferreira, responsável pela pesquisa.
Dois indicadores de investigação apontam para que a maioria dos empreendedores esteja por necessidade, quando a decisão é tomada quando não existem outras alternativas de trabalho. Dos microempreendedores ativos em 2022, 72,1% mantiveram algum tipo de vínculo empregatício formal entre 2009 e 2022.
Ao considerar apenas os MEIs que aderiram em 2022, esse percentual é ainda maior: 80,1% deles eram trabalhadores urbanos que anteriormente possuíam contrato formal de trabalho por tempo indeterminado. Mais da metade (60,7%) dos MEIs filiados em 2022 foram demitidos pelos empregadores, tanto nos casos tradicionais como por justa causa.
“Entre os MEIs filiados em 2022, e que possuíam vínculo empregatício formal anterior, mais da metade foi demitido involuntariamente. […] A maioria dos MEIs é uma espécie de empresário por necessidade, pois o motivo da demissão não partiu deles. A literatura costuma listar empreendedores por necessidade como aqueles que foram demitidos e tiveram que abrir seu próprio negócio”, diz Ferreira.
O MEI é um regime jurídico, criado em 2009, que garante a esses microempreendedores uma menor carga tributária, mas com a empresa cadastrada no CNPJ. Muitas vezes são trabalhadores autônomos, que encontram nessa modalidade uma forma de garantir alguns direitos, como auxílio-doença e aposentadoria, por exemplo.
Parte desses MEIs presta serviços para outras empresas. O fenômeno da chamada pejotização, que é a transformação de um trabalhador em pessoa jurídica (PJ), para prestar serviços a determinada empresa, não é investigado na pesquisa do IBGE.
empréstimo pessoal do banco pan
simulador de empréstimo de caixa aposentado
empréstimo consignado para assalariados
O pós IBGE: Número de MEIs cresce 11,4% em 2022 e maioria empreende por necessidade | O Brasil apareceu primeiro no WOW News.