setembro 18, 2024
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Nunes Marques atende governo e Eletrobras e prorroga mais uma vez o prazo da conciliação | Política

Nunes Marques atende governo e Eletrobras e prorroga mais uma vez o prazo da conciliação | Política
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Ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), estendido nesta quarta-feira (18) por mais 90 dias a negociação da participação da União na Eletrobras. O ministro atendeu a um pedido conjunto do governo federal e da empresa por mais tempo. Esta é a terceira vez que o ministro prorroga o prazo de conciliação. Por isso, desta vez, o ministro também determinou que as partes comprovem o compromisso com a resolução das questões, o andamento das negociações e os ajustes, ainda que parciais, firmados.

Na terça-feira (17), a Advocacia-Geral da União (AGU) e os advogados da Eletrobras solicitaram a prorrogação do prazo. O argumento para a prorrogação foi a “complexidade” dos termos do acordo. “Não basta simplesmente chegar a um consenso superficial; É fundamental que todas as questões, mesmo as mais técnicas e polêmicas, sejam cuidadosamente examinadas, discutidas e delimitadas no acordo a ser posteriormente entregue a este Supremo”, diz trecho da petição anexa aos autos.

No seu despacho, Nunes Marques afirmou que o A nova prorrogação visa “promover a segurança jurídica e o interesse público”.

Em comunicado hoje ao mercado, o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, Eduardo Haiama, afirmou que a empresa “manterá o mercado informado sobre o assunto, especialmente sobre os termos detalhados de uma possível conciliação entre as partes”. E reiterou que as deliberações sobre conciliação serão submetidas à aprovação dos órgãos de governança da empresa.

Em outro comunicado enviado em 31 de julho pela Eletrobras aos acionistas, a empresa informou que as negociações em andamento tratam de três temas: a participação do Sindicato no Conselho de Administração e no Conselho Fiscal da Empresa, o adiantamento de recursos devido à Conta de Desenvolvimento Energia , e a alienação pela Eletrobras de sua participação acionária na Eletronuclear, com o consequente arquivamento do projeto de construção da Usina Nuclear Angra 3, de responsabilidade da estatal.

Em julho de 2024, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse ao Valor que o acordo envolvia a transferência, ao governo, das ações da Eletrobras no complexo nuclear de Angra e o adiantamento de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Na visão do governo, ao assumir Angra, a ideia de quebra de contrato poderia ser descartada e haveria espaço para a retomada do poder de influência sobre a empresa, que foi privatizada.

A principal novidade do acordo seria a inclusão de Angra. O projeto, segundo Silveira, é um problema para a Eletrobras, principalmente no que diz respeito ao compromisso de construção de Angra 3. Nesse sentido, deixar de atuar no setor nuclear também seria do interesse da empresa. O ministro preferiu não antecipar as condições em que estas duas operações seriam realizadas.

A União e a Eletrobras tentam chegar a um acordo por meio da Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF) desde dezembro de 2023. As negociações são confidenciais – nem mesmo a mic curiae do processo – terceiros que aderem ao processo para fornecer subsídios a o juiz – participar das negociações. Partidos políticos como PDT e Partido Novo já foram aceitos como amicus pelo relator, Nunes Marques.

Procurada, a Eletrobras respondeu que não comenta o assunto, por ser confidencial.

Ministro Nunes Marques, do STF — Foto: Carlos Moura/SCO/STF

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