Há uma evolução na conscientização das empresas brasileiras sobre a importância da diversidade das equipes e a necessidade de desenvolver ações que promovam a inclusão. Apesar disso, as desigualdades raciais e de género no mundo empresarial permanecem em níveis elevados. Mulheres, negros, pessoas com deficiência e LGBTQI+ continuam com baixa representatividade, principalmente em cargos de liderança, segundo o “Perfil Social, Racial e de Gênero das 1.100 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas”, que será lançado hoje na a conferência Ethos 360º, em São Paulo, do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.
A atenção ao tema tem crescido: 54,3% dos principais líderes executivos consideraram, em 2010, que a participação de negros no conselho de administração estava abaixo do que deveria ser, ante 86% no ano passado. Em relação às mulheres, os percentuais passaram de 55,2% para 66,7% no mesmo período. No entanto, as políticas afirmativas que acompanharam este aumento da percepção da desigualdade reflectem-se agora num afunilamento hierárquico: a diversidade é maior nos cargos de nível inicial do que nos cargos executivos.
Para ampliar o alcance da diversidade é preciso agir de forma intencional, incorporando as iniciativas à visão estratégica da empresa e também ao seu compromisso com a aceleração de processos, afirma Ana Lucia Melo, vice-diretora do Instituto Ethos. “Isso envolve também compreender esse tema de forma interseccional – a diversidade de gênero, raça, orientação sexual e idade, entre outros, pode ser desenvolvida de forma mais integrada, a fim de garantir que a sociedade brasileira possa ser melhor refletida nas maiores empresas no mundo. mundo. o país”, diz ela.
Mais do que desconforto com a situação atual, é preciso ação e ritmo”
– Ana Lúcia Melo
A igualdade de gênero, segundo a pesquisa, concentra a maior parte das práticas e ações: 78,2% das empresas participantes desenvolvem iniciativas nesse campo e 51,6% delas têm metas para aumentar a representatividade feminina em cargos de liderança. Isto reflecte-se no aumento da presença de mulheres nos conselhos de administração, que passou de 11% em 2015 para 18,6% em 2023.
A baixa representação feminina na gestão de topo é, segundo o estudo, um problema global. O Global Gender Gap Report 2024, publicado pelo Fórum Económico Mundial, aponta com base em dados do Linkedin que embora as mulheres estejam perto de ocupar quase metade dos cargos de entrada, a sua presença à frente das empresas é inferior a 25%, um fenômeno conhecido como “passo quebrado”, que impede o desenvolvimento da carreira.
Quando a interseccionalidade entra em jogo, as limitações do progresso tornam-se mais evidentes. Entre as empresas que desenvolvem políticas ou ações afirmativas desde as contratações, apenas 7,4% estabelecem metas para aumentar a presença de mulheres negras em cargos executivos.
“As empresas estão agindo na perspectiva de ‘classificar’ a diversidade, tentando primeiro combater a desigualdade de gênero e depois combater outras disparidades”, afirma Caio Magri, CEO do Ethos. “Abordar a disparidade em fases resulta em políticas e práticas isoladas com pouca alavancagem para mudanças no cenário atual.”
“O empresariado brasileiro está ciente das mudanças sociais que estão ocorrendo e que a agenda de DE&I, mais do que uma onda passageira, pode ser efetivamente incorporada pelas empresas”, afirma Ana Lucia Melo. “É claro que, para isso, mais do que desconforto com a situação atual, são necessários ação e ritmo, para que o discurso pró-equidade não caia em descrédito.”
O estudo realizado pelo Instituto Ethos, entre 4 de setembro de 2023 e 31 de março de 2024, em parceria com o IPEC – Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, envolveu um universo de 1.100 empresas, sendo as mil maiores empresas e as cem principais instituições financeiras instituições no Brasil, segundo dados de ranking Valor 1000 (2022) – 131 participaram.
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