Comissão de Constituição e Justiça aprovou proposta que torna essas obras de “utilidade pública” A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (15/8), por 37 votos a 13, proposta que permite o corte de árvores em áreas de proteção permanente (APPs) para reter água para irrigação e matar a sede dos animais. Leia mais Conheça a história de Silvio Santos como agricultor O agricultor que divide seu tempo entre a lavoura e o motociclismo O Código Florestal hoje proíbe a prática e só permite a derrubada de vegetação nativa em APPs se for uma obra de “utilidade pública”, de atividades de interesse social ou de baixo impacto ambiental. O projecto altera esta proibição ao incluir estas obras de água como “serviços públicos”. Além da CCJ, o projeto já foi aprovado nas comissões de Agricultura — onde o projeto original foi substituído por um substituto — e na comissão de Meio Ambiente. Agora, a proposta seguirá para análise dos senadores, a menos que seja aprovado recurso para que também possa ser votado pelo plenário da Câmara, segundo a “Agência Câmara”. O texto aprovado exige que as obras de irrigação e de abeberamento de animais sigam as leis e regulamentos sobre recursos hídricos, segundo a “Agência Câmara”. “O substitutivo conferiu ao projeto maior adequação à legislação pertinente”, observou o Coronel Fernanda. Críticas Organizações ligadas ao meio ambiente criticaram a aprovação, segundo a “Agência Brasil”. “A medida simboliza um retrocesso significativo na proteção ambiental no Brasil ao facilitar o desmatamento em APPs e, assim, colocar sob ameaça a segurança hídrica e alimentar e a biodiversidade do país. Além disso, aumenta a vulnerabilidade do país a eventos climáticos extremos, que se tornam mais comuns a cada ano”, afirmou, em nota, o Observatório do Código Florestal, que reúne 45 entidades ligadas às questões ambientais. Saiba mais taboola A nota pública afirma que o projeto prioriza os interesses econômicos privados em detrimento do interesse público “de um bem comum vital – a água”. Para o observatório, as APPs garantem a qualidade e a quantidade da água que abastece as cidades e comunidades rurais, além da sustentabilidade da produção agrícola e da redução dos efeitos de eventos climáticos extremos. “Tais evidências são exaustivamente comprovadas por estudos científicos e análises técnicas da sociedade civil organizada”, acrescenta a nota.
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