O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, saiu em defesa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e afirmou que ele é “responsável pela estabilidade das instituições republicanas” e “agiu dentro dos limites da lei”.
Na terça-feira (13), o jornal “Folha de S.Paulo” começou a publicar uma série de reportagens mostrando que o gabinete de Moraes no STF solicitou, por meio de mensagens e sem formalização, que a Assessoria Especial de Combate à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral ( TSE) para produzir reportagens que embasem decisões na investigação de “fake news”, denunciadas por ele no Supremo.
“O ministro Alexandre de Moraes é um grande democrata, responsável pela estabilidade das instituições republicanas, teve um papel muito importante na história do próprio país. E ele agiu, na minha opinião, do ponto de vista formal, dentro dos limites da lei”, disse Lewandowski durante encontro no Rio.
O ministro da Justiça, que já ocupou cargo no STF, destacou que o mecanismo de “provas emprestadas”, quando provas colhidas em determinado processo são utilizadas em outro, está previsto na legislação processual penal e civil e não é algo “ incomum” na justiça brasileira.
“É claro que essas provas emprestadas e utilizadas em outros processos estarão sujeitas à contradição e, quando for o caso, também ao escrutínio do Ministério Público. Tenho certeza de que o ministro Alexandre de Moraes está ciente disso e seguindo as normas do processo penal brasileiro”, afirmou.
O ministro concedeu nesta sexta-feira a Ordem do Mérito do Ministério da Justiça e Segurança Pública ao jornalista Jânio de Freitas, com o título de Comandante. A homenagem é destinada a pessoas e instituições que tenham prestado importantes serviços nas áreas de justiça e segurança pública no país.
A cerimônia foi realizada na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com a presença do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Após a homenagem, Lewandowski e Mercadante anunciaram a intenção de criar um fundo nacional de segurança pública, que poderia ser liderado pelo BNDES e fornecido por empresas privadas.
“Precisamos encontrar outras fontes de recursos além do orçamento público, que hoje tem restrições importantes. Assim como o Fundo Amazônia, podemos criar novas formas de captação de recursos voltadas à melhoria da segurança pública”, disse Mercadante
O presidente do banco de desenvolvimento disse que a instituição também está a trabalhar numa linha de crédito para os Estados reestruturarem o sistema prisional. Segundo Mercadante, a instituição está em contato com ministros do STF, da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU) para apresentar as propostas até o início de outubro.
O BNDES e o MJSP são parceiros do programa AMAS (Amazônia, Segurança e Soberania), que recebe recursos do Fundo Amazônia, administrado pelo banco de desenvolvimento. Segundo Lewandowski, a secretaria já está executando a primeira parcela, de R$ 318 milhões, destinada a fortalecer a segurança pública na região amazônica, por meio do combate aos crimes ambientais.
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