Banda entregou show que os fãs esperaram por 23 anos no festival. O Sunset Stage virou uma estufa de maconha e um enorme baseado inflável voou sobre o público. Leia a análise do g1. Planet Hemp canta ‘Legalize Já’ no Palco Sunset “É permitido fumar a bordo”, alertou o rapper BNegão antes de abrir o show do Planet Hemp no Rock in Rio neste domingo (15) com “Fazendo a Cabeça”, música do auge do grupo. O cenário do Sunset Stage imitava uma estufa de maconha e um enorme baseado inflável era jogado de um lado para o outro na plateia. Desde o álbum “Usuário” (1995), a banda que revelou BNegão e Marcelo D2 sempre esteve associada à defesa da legalização da maconha – em 1997, os integrantes foram presos após um show em Brasília, acusados de apoiar o uso da substância. O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow. Público passa por bico gigante durante show do Planet Hemp com Pitty no Rock in Rio Stephanie Rodrigues/g1 Mas, além do debate sobre as drogas (ou mesmo dentro dele), o repertório também vocifera contra um sistema que oprime e tenta silenciar negros e pessoas pobres. “Eles moram em seus condomínios, malditos Minions, fazendo armas com as mãos. Tem coisa mais cafona, rico roubando em nome do Deus cristão?”, rimou D2 na letra de ‘Taca Fogo’, faixa incluída no álbum “Jardineiros”, de 2022. Lançado após um hiato de 22 anos , o álbum atualizou a agenda sonora e a política do Planet Hemp. Incluía referências ao trap (o aspecto mais arrastado do rap, popular entre a geração Z) e debates sobre um Brasil polarizado. O discurso no palco também foi reciclado para incluir uma questão ambiental urgente. “Vários filhos da puta… botando fogo no Brasil inteiro. Foda-se…, e não quem está atiçando o fogo, mas quem ateia o fogo. Só um barão do agronegócio, só um falso pastor gigante”, disse BNegão para uma multidão inflamada. “Não quero saber do pedestre que está provocando o incêndio, quero saber quem mandou e quem pagou. Quem é o culpado?” e quem é o culpado?” A baiana Pitty foi convidada ao palco para cantar seu clássico “Admirável Chip Novo”. Uma versão da música com Planet Hemp foi gravada para um projeto comemorativo aos 20 anos do álbum homônimo, lançado pela cantora em 2003. Pitty também cantou os sucessos dos anos 2000 “Máscara” e “Teto de Vidro”, também em dueto com D2 em “Maintenha o Repeito”, da Planet. Incluída apenas nos minutos finais da apresentação, sua presença foi tímida. para mais. Planet Hemp e Pitty no Rock in Rio 2024. Miguel Folco/g1 Erro corrigido Ainda assim, o show do Planet Hemp neste domingo serviu para corrigir um erro histórico no Rock in Rio. Logo após a banda lançar “A Invasão do Sagaz Homem Fumaça”, em 2000, sua ausência no programa Rock in Rio de 2001 foi sentida e criticada pelo público. Foi uma edição problemática. Seis bandas brasileiras (Skank, O Rappa, Raimundos, Cidade Negra, Jota Quest e Charlie Brown Jr.) boicotaram o festival em protesto contra o tratamento dado aos artistas nacionais. Sem eles e sem a formação do Planeta, o Rock in Rio acabou não conseguindo refletir o estado das coisas na música que era produzida no país na época. Pelo menos no que diz respeito ao grupo de D2 e BNegão, a questão foi resolvida em 2024. Ainda aceso, o Planet Hemp finalmente entregou o show que os fãs esperavam há 23 anos. Planet Hemp se apresenta no Rock in Rio Miguel Folco/g1
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