O Senado aprovou nesta quarta-feira (14), por 70 votos a 2, o projeto de lei sobre renegociação da dívida do estado. O texto permite que entidades reduzam o índice que corrige dívidas com o governo federal por meio de determinados tipos de investimentos. A proposta segue para a Câmara dos Deputados.
A deliberação foi marcada por uma tentativa do Ministério da Fazenda de aproveitar a matéria para alterar o cálculo da Receita Corrente Líquida (RCL), que acabou bloqueada pela Casa Civil e expôs falhas de comunicação dentro do próprio governo.
Segundo fontes ouvidas por Valoro Tesouro teria solicitado a inclusão sem antes informar o Palácio do Planalto. Por isso, a Casa Civil solicitou a sua retirada. Outra fonte envolvida nas negociações disse que surgiram ruídos no departamento chefiado por Rui Costa, que pediu para avaliar melhor este item. No Senado, a avaliação é que a mudança pode ser feita em outra situação, por estar fora do escopo do projeto.
A alteração proposta pela manhã pelo relator da proposta, Davi Alcolumbre (União-AP)excluiu alguns tipos de receitas do conceito RCL, como concessões e royalties. A mudança entraria em vigor a partir de 2028 e ocorreria de forma gradual. Na prática, isso ajudaria a reduzir as despesas mínimas obrigatórias com saúde e o volume de alterações parlamentares ao Orçamento — despesas indexadas precisamente pelo volume da RCL.
A proposta já foi defendida por membros do Tesouro. O piso da saúde é um dos principais itens que pressionam o orçamento da União, pois seu modelo de correção anual é superior quando comparado a outras despesas.
Concluídas as negociações em torno do RCL, o próprio projecto de renegociação da dívida do Estado sofreu alterações até momentos antes da sua conclusão.
As dívidas são atualizadas pela inflação mais juros de 4% ao ano. O texto abre diversas possibilidades de redução desse indexador. E foi nesta secção que se centraram as negociações.
A medida beneficia principalmente São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, que têm passivos superiores a R$ 700 bilhões. Por isso, parlamentares de outros estados solicitaram ajustes no texto.
Os senadores aprovaram, por exemplo, uma emenda do senador Marcelo Castro (MDB-PI) que possibilita aumentar o desconto de juros sobre o valor devido por meio de aplicação no Fundo de Equalização Federativa, que atenderá todos os Estados, mesmo aqueles sem passivo, com recursos das entidades mais endividadas.
Com a mudança, o desconto para aplicações no fundo de ações pode chegar a até dois pontos percentuais. O restante poderá ser deduzido através da federalização de bens e investimentos em infraestrutura, saúde e educação no próprio Estado.
Foi definido que 80% dos recursos serão distribuídos segundo os critérios do Fundo de Participação do Estado (FPE) e 20% com base no cálculo da relação dívida e receita do Estado.
Além da redução de estoques por meio da federalização de bens, o texto aprovado prevê a utilização de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR), criado na reforma tributária. O texto permite que Estados endividados tentem reduzir o valor devido à União utilizando parte ou todo o fluxo de recebíveis do fundo, criado para compensar entidades por perdas de arrecadação na migração para o novo sistema tributário.
O fundo será financiado por meio de investimentos da União e os valores serão atualizados de acordo com a inflação (IPCA). Serão R$ 8 bilhões em 2029; R$ 16 bilhões em 2030; R$ 24 bilhões em 2031; R$ 32 bilhões em 2032; R$ 40 bilhões em 2033; mais R$ 2 bilhões por ano, de 2034 a 2042; e R$ 60 bilhões por ano a partir de 2043.
No mesmo dia, o Senado aprovou uma PEC que reabre o prazo de 25 anos para os municípios parcelarem dívidas previdenciárias. O impacto estimado será de pelo menos R$ 1,5 bilhão em 2024, chegando a R$ 2 bilhões em 2027.
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O pós Senado aprova renegociação da dívida dos Estados com a União | A política apareceu primeiro no WOW News.