Às vésperas da reabertura do estádio, o ge relembra o dia, há 40 anos, em que o mascote rubro-negro desfilou pelo campo, enlouquecendo a torcida Em 1984, o Sport levou um Leão de verdade para o meio da Ilha do Retiro. A torcida do Sport conta os dias para retornar à Ilha do Retiro, mas em 1984, há 40 anos, mais uma reabertura do estádio fez os Rubro-Negros enfrentarem uma surpresa inusitada. Ninguém ligou para o empate monótono e sem gols contra o São Paulo, válido pela Taça Heleno Nunes. O motivo estava no próprio campo. Imponente – e, por que não, barulhento? “Roaaarrrrrrrrrrr!” – Houve um rugido, um grito, que todo o estádio comemorou. Parecia um gol” Fotógrafo tira foto cara a cara com o leão Charles na reabertura do estádio Sport Camila Sousa/ge Dentro de uma jaula rebocada, um leão de 150 quilos e cerca de dois metros de altura desfilava pelo gramado – carregando aqueles presentes eles enlouqueceram. Entre eles, Dona Maria José, torcedora símbolo do clube, segundo recortes de jornais da época, a Ilha do Retiro reabriu ao público com capacidade ampliada para 65 mil pessoas (!!!) – embora, segundo o jornal. No livro do pesquisador Carlos Celso Cordeiro, 8.071 pessoas assistiram ao jogo. Mas a questão natural permanece: como é que um animal daqueles foi parar no estádio. Durante cerca de dois meses, o ge olhou os bastidores, ouviu os envolvidos, e agora? resgata essa história, um leão de verdade foi levado à Ilha do Retiro para a reabertura do estádio Reprodução TV Globo Ricardo Pinto, o mentor O pai da ideia, no mínimo excêntrico, tinha nome: Ricardo Pinto Na época. diretor da Rádio Clube – que anos depois. se tornaria Jovem Pan -, o jornalista recebeu sugestão do colega de profissão, Jayme Cisneiros, para pensar em alguma iniciativa para promover o duelo. Afinal, aquele domingo, 13 de maio de 1984, marcou não só a reabertura da casa rubro-negra, fechada para reformas há dois anos, mas também os 79 anos do clube pernambucano. Edição do jornal Diário de Pernambuco publica foto de Charles na Ilha do Retiro Camila Sousa/ge-Sou um homem de comunicação e sempre temos que criar alguma coisa-ele admite. E por que um leão? A partir daí, entra em cena Ruy Guimarães, genro de Ricardo Pinto e guardião do leão. Na verdade, o criador do Príncipe Charles, nomeado pelo advogado em homenagem ao monarca inglês. – O leão foi importado numa caixa de sapatos por uma empresa especializada e com todos os guias adequados à época, empresa especializada na importação de animais silvestres para circos – diz Pinto. Leão Charles, de coleira, no terreno da mansão de Ruy Guimarães Jota Júnior Apaixonado por animais exóticos, Ruy, aliás, não criou apenas o “Rei da Selva” onde morava, na mansão da Rua São Francisco , 141, em Olinda. Além do leão, havia a leoa Diana – também batizada em homenagem ao membro da realeza britânica –, cachorros e até uma cobra sucuri. Mas Charles foi o único a ultrapassar os muros da mansão. Literalmente, mesmo quando uma vez pulou as cercas de sua casa num dia de chuva e caminhou, “sem nenhum acidente no caminho, a não ser uma galinha que levou um chute”, até o Alto da Sé, um dos principais pontos turísticos da cidade. . cidade. Leão que era símbolo do Esporte chegou a fugir de casa, em Olinda – As reações foram variadas. Mas o meu sogro foi imediatamente avisado e subiu, mandou o Charles entrar no carro, o Charles entrou e voltou para casa – resgatou o Ricardo Pinto. Um episódio que mandou mensagens: o leão estava crescendo rápido demais. O criador de animais Ruy Guimarães e o leão Charles, em mansão em Olinda Camila Sousa/ge “Com 150 kg em pé, poucos homens conseguiam sustentá-lo, embora meu sogro o fizesse com muita familiaridade. A preocupação da família era por causa da idade dele, pois ele não conseguia mais segurar o abraço de Charles, que o abraçava com muita frequência”, conta. – E a intenção de fazer isso como um símbolo dos torcedores do Sport também foi uma necessidade para evitar um risco maior. Foi o casamento perfeito – resumiu. Depois de muito convencimento, Ruy Guimarães aceitou ceder o mascote rubro-negro (em carne e osso) para a Ilha do Retiro. O presente foi assinado, em nome do Rádio Clube, para tornar a reabertura do estádio um dia inesquecível. Para a família do advogado, alívio. Matéria publicada no jornal sobre a “invasão” de Charles no Alto da Sé, em Olinda Camila Sousa/ge – Para mim a sensação foi de alívio, né? No sentido de que estamos muito preocupados com qualquer acidente que possa acontecer com ele. Nunca imaginamos que o leão chegaria a esse tamanho. No começo ele era um bichinho, mas depois… – narra Ruy Guimarães Filho. No caminho de Olinda para o Campo Rubro-Negro, no bairro Paysandu, centro do Recife, um trailer-gaiola de circo foi alugado por Ruy Sr. para o desfile dos torcedores. A atmosfera era verdadeiramente festiva. “Vou te contar com toda sinceridade: fiquei muito emocionada, sabe? Fiquei assustado com a presença do leão, mas é a reação do público. . clube”, diz Arsênio Meira, presidente do Sport na época. Casarão em Olinda, onde viveram Ruy Guimarães e Charles, o leão da Ilha do Retiro Thiago Ribeiro/ge – A entrada do leão nunca sai da nossa cabeça. Uma coisa inacreditável. Uma coisa meio arriscada, mas foi espetacular. Pouco me lembro da partida, mas a festa em si nunca sai da minha cabeça – acrescenta o jornalista Marcelo Cavalcante, que há 40 anos assistiu, in loco, Charles reinar na Ilha. – Eu tinha 14 anos. Pela primeira vez vim a um jogo do Sport não para ver o Sport mas para ver o leão. Todos ficaram eufóricos – reitera Walter Revoredo, engenheiro rubro-negro e, curiosamente, hoje responsável por cuidar das obras do estádio, que passa por grandes reformas. Leão está solto na Ilha, diz “comerciante” da Rádio Clube para reabertura da Ilha Hemeroteca Digital Recorte de jornal da época reflete doação do Leão Charles ao Esporte Hemeroteca Digital Mas e depois? Charles passou dois meses morando em uma jaula na sede da Ilha do Retiro. Ele ficava próximo à área da piscina e obviamente atraía curiosos de todos os lugares – alguns, por exemplo, passeando pelo estádio só para ver o animal de perto. Ele mudou o panorama da vida do clube. Muita gente foi ver o leão durante a manhã e a tarde” Fotógrafo tira foto cara a cara com o leão Charles na reabertura do estádio do Sport Camila Sousa/ge Paralelamente ao crescente entusiasmo dos torcedores, principalmente das crianças, temem o mandato do Sport também aumentou, atingindo seu ápice quando atletas da equipe de remo do clube, na calada da noite, tiraram o animal da jaula para passear. Jogadores da seleção profissional de futebol, como País e Mariano, também apoiaram. uma rotina diária de ver o Charles, revela Arsênio – Eles até foram passear com aquela coleira, eu não fui vê-lo, mesmo sabendo da minha responsabilidade. Vou ser eu” Chegou a hora do presidente se posicionar, pois está calado “propositadamente” desde a chegada do animal para não provocar brigas políticas. , ouvindo o vice-presidente Júlio Campos, Galdino Correia, outra figura presente no clube, e Miguel Meira, irmão de Arsênio. “Se alguém tem que ser chato, serei eu, certo? É o trabalho do presidente. E eles se opuseram peremptoriamente e apoiaram minha ideia. Embora, nesses dois meses, nada tenha acontecido. Nenhum órgão governamental apareceu. Eu até esperava que chegassem alguns, mas não”, afirma. O motivo: o Brasil ainda estava engatinhando em termos de legislação ambiental e só em 1989, com o surgimento do Ibama, é que a importação e exportação de animais nativos e exóticos foram regulamentadas, explica Iran Vasconcelos, gerente do setor de manejo e fauna unidade do CPRH. – Temos uma lei de 1967 que dá proteção parcial à fauna silvestre, mas em relação aos animais silvestres não tínhamos. Então era muito comum ver pessoas em Pernambuco que tinham uma coleção de animais exóticos. + Clique aqui para acompanhar o novo canal do ge Sport no WhatsApp + Veja mais notícias do Sport no ge Mesmo assim, o fato é que a ideia de Arsênio Meira desagradou muitos outros, como o conselheiro Fernando Samico. Foi um grande defensor do animal e foi responsável por apoiá-lo, junto com outros conselheiros, durante os dois meses em que morou na sede da Ilha do Retiro. A decisão, de qualquer forma, foi tomada. Funcionários de confiança do presidente Arsênio Meira tomaram conta da situação, levando Charles de volta à Rua São Francisco, 141, em Olinda. Charles, o “integrante avançado” de Guimarães “O esporte tem clima de festa”, narra o jornal Diário de Pernambuco Camila Sousa/ge Recebido com comemoração por Ruy Guimarães, o felino morou pouco tempo na mansão: meses depois, ele morreu após atacar uma pessoa envenenada por um rato que invadiu o terreno. Sem o ente querido, o advogado quis importar outro leão, mas acabou convencido pela família. A presença física de Charles, porém, permaneceu intacta dentro da família Guimarães – até hoje, aliás, onde mora em um apartamento na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, e influencia a nova geração. Após sua morte, o leão ficou congelado por dois anos em um freezer da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) até ser taxidermizado – técnica de preservação do formato da pele, planos e tamanho dos animais – por profissionais da área. instituição. Diana, tigrada, vivia livremente nas terras de Ruy Guimarães – até brincando com a cadela da família Camila Sousa/ge – Ela ainda fez a família, que tinha a maioria de torcedores do Náutico, apoiar o Sport na próxima geração… Meu pai -sogro eu apenas apoiei o time. E olha, confesso que aqui na nossa privacidade: sou torcedor do Santa Cruz. Mas meus filhos são todos torcedores do Sport. Os netos são todos rubro-negros, o que é uma prova de que essa convivência foi feliz – define Ricardo Pinto. Aguardando o grande reencontro com a torcida, a Ilha do Retiro não poderá mais receber visitas de craques como Charles, obviamente. Os rubro-negros agora terão que pendurar o animal de bronze em frente à sede, ou até mesmo posar para fotos com o repaginado mascote Leo. Uma coisa é certa: a Ilha do Retiro nunca deixará, de fato e de direito, de ser o lar de todos os leões. Ilha do Retiro ganha novos refletores de LED Igor Cysneiros/Sport Club do Recife Ouça o podcast Embolada Assista: tudo sobre Esporte no ge, Globo e sportv
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