setembro 13, 2024
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Africanos que moram no Paraná fazem sucesso nas redes sociais com vídeos educativos e bem-humorados sobre diferenças culturais: ‘Desmistificar estereótipos’

Africanos que moram no Paraná fazem sucesso nas redes sociais com vídeos educativos e bem-humorados sobre diferenças culturais: ‘Desmistificar estereótipos’
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Um casal de gémeos nigerianos juntou-se a um amigo de São Tomé e Príncipe para criar conteúdos na internet. O Trio mora em Ponta Grossa há 13 anos e também atua em nichos relacionados às suas próprias culturas. Africanos que moram no Brasil fazem sucesso com vídeos educativos e humorísticos sobre as diferenças Três africanos que moram no Brasil há treze anos estão fazendo sucesso nas redes sociais com vídeos educativos e humorísticos em que apontam diferenças culturais e explicam tradições de suas próprias origens, buscando, segundo eles, “desmistificar estereótipos”. Siga o canal g1 PR no WhatsApp Siga o canal g1 PR no Telegram Os gêmeos Temitope Jane Aransiola e Temidayo James Aransiola são da Nigéria e Genifá Teixeira é de São Tomé e Príncipe. Expõem opiniões pessoais sobre as condições e costumes africanos, como no post “Pobreza ou modo de vida?”. Eles falam sobre curiosidades do cotidiano, receitas e diferenças entre as línguas do continente africano, além de relatarem o que mais os “chocou” por aqui, como na série “Coisas que ninguém conta quando você vem ao Brasil”. Veja os exemplos acima. “Percebemos que muitas pessoas ainda têm uma visão superficial e ultrapassada de África. Nosso objetivo? Desmistificar estes estereótipos e trazer as nossas experiências autênticas para que todos possam ver África e os africanos com novos olhos”, relatam na página. o que imaginavam: após uma pausa de dois anos nas postagens, voltaram a produzir conteúdo para redes sociais este ano, e o número de seguidores passou de quase 5 mil para cerca de 100 mil no Instagram, entre maio e junho “Aí percebemos, na verdade, que as pessoas estão procurando por essas informações. As pessoas querem conhecer a cultura africana – e, para nós, isso foi algo muito gratificante”, afirma James. Como tudo começou Os três têm 32 anos e se mudaram em 2011 para Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, para estudar na Universidade Estadual da cidade (UEPG) por meio de um programa do governo. Eles se conheceram ainda na graduação e, após terminarem os estudos, abriram um salão de beleza especializado em tranças afro. Surgiu então a ideia de investir na venda de apliques de cabelo com estilo praiano. prints – e, com isso, começaram a gravar vídeos para a internet durante a pandemia. As produções pararam após o fim do isolamento e foram retomadas em 2024 – quando começaram a viralizar, o escolhido para o projeto é “Temini”, um iorubá. palavra que, para eles, traz a ideia de “minha cultura que compartilho com vocês”. Leia também: VÍDEO: Guarda municipal entra em casa em chamas após ouvir uivos e salva cachorro de incêndio no Paraná Luto: Motorista de ambulância morre após bater em caminhão acidentado na rodovia paranaense O que se sabe sobre a África Em entrevista ao g1, africanos disseram que tiveram o ideia de começar a criar conteúdo depois de ver como sua própria cultura é entendida no Brasil. “Sempre foi a ideia de partilhar, porque como estrangeiros – sobretudo de países africanos – acredito que, no primeiro ano, ficámos muito chocados com certas questões ou declarações feitas sobre os locais de onde viemos. Sempre tive essa ideia de que temos que passar [conhecimento]. Porque o conhecimento que as pessoas têm é muito limitado e muito errado”, afirma Genifá. James acrescenta, destacando que usaram como lema para o mês de maio, quando se comemora o Dia Mundial de África, dedicarem-se à retomada da página que estava parada há quase dois anos. “Sempre tivemos essa ideia de compartilhar, em todos os sentidos, para acabar com os estereótipos, os preconceitos, porque gostemos ou não, preconceito é ignorância. Se você não sabe alguma coisa, é fácil criar um conceito ou alimentar-se de um conceito que não é correto”, destaca o nigeriano. ‘Preconceito é ignorância’, dizem africanos que vivem no Brasil Interação entre culturas E, para o trio, o engajamento nas redes sociais é ainda mais importante que o número de seguidores, principalmente pela troca de experiências e interações com quem se interessa por seu cultura “Aprendemos algumas coisas que também não sabíamos… Realidades que conhecemos. vívido. aí e que você nem imagina que são compartilhados por outras pessoas aqui no Brasil”, destaca Jane. Temitope Jane Aransiola e Temidayo James Aransiola são da Nigéria e Genifá Teixeira é de São Tomé e Príncipe Reprodução/Redes Sociais Conteúdos diversos Os conteúdos são diversos na página dos africanos falam sobre manifestações culturais, personalidades do continente de origem, diferenças e semelhanças entre países de onde vieram, experiências pelas quais passaram no Brasil, costumes brasileiros que acabaram adotando, entre outros temas. vídeos, Genifá, Jane e James também convidam amigos – brasileiros e de outros países africanos – para travar “batalhas linguísticas” e debater como cada cultura lida com determinados temas. James, que tem mestrado e doutorado em Economia, diz que essa é sua preferência. conteúdos que geram polêmica, como apropriação cultural e religião, por exemplo Jane, formada em Jornalismo, diz que gosta de variedade, mas tende a produzir muito conteúdo relacionado à linguística, tema no qual se especializou em seu mestrado e . doutorado. Para Genifa, formada em Administração, temas “mais leves”, como ela classifica, são seus preferidos: “Comédia, linguagens, rotinas…”, exemplifica. O conteúdo é diversificado na página dos africanos Reprodução/Redes Sociais Identificação racial e oportunidade de negócios O que começou como diversão e gentileza virou negócio para o grupo de amigos. Jane e Genifá contam que decidiram abrir um salão de beleza especializado em cabelos afro em Ponta Grossa após perceberem um nicho de mercado e um estigma em relação ao estilo. “Com o passar do tempo, percebemos que muitas meninas, adolescentes, tinham dificuldade em aceitar o próprio cabelo, ainda mais achando que eram feios. Acho que o gatilho foi quando fomos a um evento realizado por uma comunidade quilombola e vimos que isso realmente acontece, porque quando chegamos e ganhamos tranças de graça, eles ficaram com tanta vergonha do cabelo que mal deixaram a gente mexer nele”, diz Genifá. “Lembro que esse evento foi o pontapé inicial, ouvindo tantas pessoas com cabelos crespos e cacheados sobre sua dificuldade em saber cuidar dos cabelos. A maioria endireitou”, completa Jane. Surgiu então a ideia de vender biquínis com estampas étnicas online e, com eles, produzir conteúdo sobre a própria cultura. O salão funciona até hoje, mas o negócio de biquínis foi deixado de lado para que o trio pudesse se dedicar ao site. A vida no Brasil Africanos que moram no Brasil há 13 anos nos contam o que mais gostam no país O trio diz que está no Brasil há tanto tempo que se considera “tecnicamente brasileiro”. Para eles, a receptividade, a diversidade e as relações interpessoais entre o povo brasileiro são os pontos preferidos do país. Sem perspectivas de voltarem a viver nos seus países de origem, os gémeos nigerianos e a são-tomense só querem poder visitar mais as suas famílias – que ficaram do outro lado do Oceano Atlântico, mas entenderam que o coração do trio está parcialmente brasileiro. Vídeos mais assistidos no g1 PR: Leia mais notícias da região no g1 Campos Gerais e Sul

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