O fraturamento hidráulicotambém conhecido como fraturamento hidráulicoé um método de extração de petróleo e gás natural (gás de xisto) no subsolo através de técnicas de perfuração. O tema ganhou destaque após o debate presidencial em Estados Unidos entre Kamala Harris e Donald Trump última terça-feira (10).
Trump acusou Kamala de ser contra o fraturamento hidráulico — posição que havia sido adotada pela vice-presidente dos Estados Unidos durante sua campanha presidencial em 2019. A candidata agora se posiciona a favor do método, inclusive durante o debate, e reiterou, por meio de sua campanha, que não iria proibir o método. método. maneira de extrair petróleo e gás natural.
A técnica de fracking, por sua vez, difere da extração convencional de petróleo e gás, conforme explicado ao Valor o pesquisador e doutor em geografia Alessandro Donaire de Santana. “Na prática, o fracking é a técnica utilizada para extrair petróleo e gás não convencional. São chamados de não convencionais porque são formados em rochas de baixa permeabilidade e são mais difíceis de extrair, exigindo esta técnica específica. , está contido em rochas altamente permeáveis e, como resultado, é mais facilmente extraído.”
Segundo Santana, o processo de fracking é dividido em etapas. “Primeiro, é feita a perfuração vertical profunda até chegar à rocha que contém petróleo ou gás. Mais vinte poços horizontais podem ser perfurados a partir deste poço vertical. são bombeados para dentro da rocha em alta pressão, o que causa a ruptura (ou “fratura”) da rocha, criando fissuras que permitem que o óleo ou gás flua através do tubo até a superfície, onde é coletado.
O fracking é um dos temas de grande relevância na política norte-americana, especialmente na Pensilvâniao segundo maior produtor de gás natural do país e local onde o debate teve lugar. O Estado é um ponto chave de conquista para ambas as campanhas, pois é um dos Estados decisivos.
Como parte da sua campanha, Kamala tem sido a favor da extração de petróleo e gases naturais. O vice-presidente também comemorou que o maior aumento na produção de petróleo norte-americana da história ocorreu durante o mandato do presidente Donald Trump. Joe Bidenatual presidente dos Estados Unidos.
Mesmo assim, A posição de Kamala vai contra as políticas ambientais da administração Biden. O presidente sancionou, há dois anos, o Lei de Redução da Inflação (IRA)um projeto que foi estimado em fornecer US$ 370 bilhões em apoio a redução de emissões de gases.
As acusações sobre o fim do fracking têm sido uma tática republicana contra os políticos democratas. Em 2020, os co-apoiadores de Trump alegaram que Biden, natural de Scranton, Pensilvânia, pretendia “proibir” ou acabar com a perfuração doméstica de gás. Essa não era a posição oficial do presidente.
Fracking levou os EUA ao topo da produção
O fracking foi criado na década de 1940. Contudo, o método ganhou mais destaque após a subida dos preços do petróleo em 1990, o que levou a uma maior procura de gás natural e ao desenvolvimento de técnicas de perfuração mais actuais.
A adoção do fracking permitiu que os Estados Unidos deixassem de depender das exportações de outros países para adquirir essas commodities. Segundo informações do “The Wall Street Journal”, em 2009, os EUA ocupavam o terceiro lugar na produção mundial de petróleo, atrás da Arábia Saudita e da Rússia.
Em 2019, uma década depois, os americanos lideraram, e ainda lideramundo na produção de petróleo e gás natural, tendo mais que dobrou a quantidade de petróleo bruto que bombeia, aumentando ao mesmo tempo a produção de gás em cerca de dois terços.
Segundo o jornal, o motivo disso é o fracking. Ainda assim, apesar da sua importância geopolítica para os Estados Unidos, a prática da perfuração não é consenso entre os políticos e eleitores norte-americanos, em parte devido aos danos ambientais que este método traz.
Danos ambientais causados pelo fracking
Um dos principais pontos negativos do fracking é a danos ambientais que a técnica pode causar. “Parte da água utilizada no processo volta à superfície repleta de produtos químicos e partículas, enquanto a outra parte permanece no subsolo”, destaca Santana.
O pesquisador explica que, se as águas superficiais não estiverem em local de contenção adequado, pode haver vazamento e, consequentemente, contaminação do solo e dos mananciais. Há também preocupação com a água que permanece no subsolo, pois pode haver contaminação de aquíferos subterrâneos.
“Quando você fratura a rocha, ela pode ter uma série de elementos que acompanham o gás. Até elementos radioativos. Mas isso também pode acontecer em uma usina de urânio ou em uma usina atômica, não é exclusividade do fracking”, destaca. Daniel Pasinprofessor do Instituto Brasileiro de Petróleo – IBP (UNIBP) e do Departamento de Geologia Aplicada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
O uso de água para fracking na Pensilvânia, por exemplo, aumentou de 2 a 7 milhões de galões de água por poço em 2008 para 14 a 39 milhões em 2019.
Em 2010, o documentário “Gaslândia”, que tem uma postura crítica sobre o fracking, registrou uma torneira de cozinha cuspindo chamas Forte Lupton, Colorado. A obra, recomendada para Óscargerou uma série de vídeos semelhantes postados online.
Tais eventos têm sido associados ao fracking, que pode perfurar bolsas de gás anteriormente desconhecidas localizadas perto de aquíferos, permitindo que o gás metano permeie a água do poço em concentrações superiores às normais.
“Você pode ter metano migrando para essas áreas. Além disso, há locais onde o fraturamento libera partículas radioativas em formações subterrâneas ou mesmo próximas à superfície, como um lago, por exemplo”, explica Pasin.
Já foram registradas ocorrências como vazamentos em tubulações, rompimento de lagoas de decantação e lançamentos ilegais em rios e córregos. A fraturação também produz vibrações que podem ser detectadas por instrumentos sísmicos e podem gerar até terremotos leves de magnitude 4,0 ou superior.
*Estagiários sob supervisão de Diogo Max
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