O Supremo Tribunal Federal começou a ouvir, nesta segunda-feira, os depoimentos das testemunhas de defesa na ação contra os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, e do ex-delegado da Polícia Civil de Rio Rivaldo Barbosa, suspeito de dificultar as investigações criminais.
No total, 85 nomes foram apresentados ao Tribunal pelos advogados dos cinco arguidos. As 29 testemunhas do deputado federal Chiquinho Brazão são as primeiras a serem ouvidas – os depoimentos ocorrerão até esta sexta-feira.
A lista inclui autoridades e nomes importantes da política carioca, como o prefeito Eduardo Paes, os deputados federais Washington Luiz Cardoso e Otoni de Paula, além de vereadores, delegados e procuradores.
Veja os principais nomes:
Em 2018, ano do ataque a Marielle, o atual prefeito do Rio disputou o cargo de governador do estado, mas perdeu a disputa para Wilson Witzel.
A defesa de Chiquinho informou à CBN que Paes não atendeu ao pedido para comparecer como testemunha no caso.
Vereador da cidade do Rio de Janeiro, em 2018, foi presidente da Câmara Municipal.
Segundo a defesa do réu, Jorge Felippe rejeitou o convite para ser ouvido.
Em 2018, também atuou como vereador do Rio e atualmente é vice-presidente do Tribunal de Contas Municipal.
Promotoras Letícia Petriz e Simone Sibilio
Os dois integravam a força-tarefa do MP que investigou as mortes de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Eles ingressaram no caso em setembro de 2018, mas optaram por sair em julho de 2021.
Os procuradores saíram por insatisfação com a “interferência externa”. Na época, não foi especificado qual teria sido a interferência.
Foi ele quem iniciou a investigação do caso Marielle, indicado pelo então chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, no dia seguinte ao crime – em março de 2018. Lages é apontado no relatório da Polícia Federal como responsável pelo dolo aproveitamento indevido do andamento das investigações, protegendo os autores do crime.
Sob seu comando, a Delegacia de Homicídios prendeu, em 2019, o ex-sargento da PM Ronnie Lessa, que confessou ter matado Marielle Franco. O relatório final entregue por Lages, ainda no mesmo ano, apontou um “crime de ódio”.
Ele assumiu a Delegacia de Homicídios da capital após a saída de Giniton Lages, em março de 2019, onde permaneceu até setembro de 2020.
Rosa foi citada pelo bombeiro Maxwell Corrêa, conhecido como Suel, durante conversa com a esposa na audiência. O juiz responsável autorizou Aline Siqueira e Suel a conversarem por 15 minutos antes da audiência. Suel é apontado pelas investigações como o responsável por monitorar Marielle dias antes do assassinato. Ao saber pela esposa que Rivaldo Barbosa havia sido preso, o ex-bombeiro perguntou: “E o delegado Daniel Rosa?” Ao saber que o deputado não havia sido preso, voltou a perguntar: “Ele fugiu, né?” Após citar Daniel Rosa, o juiz decidiu encerrar a conversa.
Daniel Rosa não foi incluído no relatório da Polícia Federal que apoiou as prisões dos supostos autores do crime.
Os deputados federais Reimont e Otoni de Paula, além dos vereadores Willian Coelho, Renato Moura, Alexandre Isquierdo e Rosa Fernandes também foram chamados para defender Chiquinho Brazão. Todos dividiram o mandato na Câmara Municipal do Rio em 2018, ao lado do próprio Chiquinho.
Segundo a defesa do réu, Reimont já indeferiu o pedido de audiência.
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