setembro 9, 2024
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Três ações brasileiras estão entre as que mais geraram valor no mundo nos últimos 25 anos | Investimento no Exterior

Três ações brasileiras estão entre as que mais geraram valor no mundo nos últimos 25 anos | Investimento no Exterior
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Gerar valor para investidores ao longo de duas décadas e meio é uma indicação de resiliência para quem investe em ações de longo prazo, mesmo que isso não garanta resultados futuros. Para mostrar ao investidor essas opções, o Grupo de Consultoria de Boston (BCG) listado, a pedido do Investimento em valorpara o 25 ações que mais geraram valor nesta janela de tempo ao redor do mundo.

De 1999 até o ano passado, entre as 200 maiores empresas listadas em bolsa há pelo menos 25 anos, a que mais gerou valor aos acionistas foi a mineradora australiana Fortescue, com rentabilidade média de 46% ao ano. O indicador não leva em conta apenas o apreciação de papel. Chamado TSR (em português, retorno total ao acionista), considera também a distribuição de dividendos da empresa.

A empresa australiana, que vem investindo em projeto de hidrogênio verde no Brasil, está seguida pela empresa americana de bebidas energéticas Monster Beverage, com TSR de 32% ao ano. Em terceiro lugar está a gigante Apple, com indicador de 29% ao ano durante este longo período. Três empresas brasileiras da velha economia também estão na lista: o OKem 6º lugar, com ganhos de 26% ao ano, Petrobrásem 13º, com TSR de 22% ao ano e, por último, Itaú, em 20º, com TSR de 20% ao ano.

As empresas que mais geraram valor em 25 anos

Classificação Empresa País Setor Retorno (TSR) entre 1999-2023 (em % ao ano)
Fortescue Austrália Mineração 46%
Bebida Monstruosa EUA Consumo não durável 32%
Lixo EUA Hardware de tecnologia 29%
Banco HDFC Índia Bancos 27%
Banco ICICI Índia Bancos 26%
OK Brasil Mineração 26%
Varejo rápido Japão Moda e luxo 25%
Comida da tarde no sofá Canadá Varejo 25%
Indústrias Confiáveis Índia Produtos químicos 24%
10º Cobre do Sul EUA Mineração 23%
11º Pesquisa de Lam EUA Hardware de tecnologia 22%
12º Larsen e Toubro Índia Construção 22%
13º Petrobrás Brasil Petróleo e gás 22%
14º Novo nórdico Dinamarca Grande empresa farmacêutica 21%
15º UnitedHealth EUA Serviços de saúde 21%
16º Farmacêutica Regeneron EUA Farmacêutico de grande capacidade 21%
17º Amfenol EUA Componentes eletrônicos 21%
18º ASML Holanda Hardware de tecnologia 21%
19º Hermés Internacional França Moda e luxo 21%
20º Itaú Unibanco Brasil Bancos 20%
21º Infosys Índia Software e serviços de TI 20%
22º Adobe EUA Software e serviços de TI 20%
23º CSL Austrália Farmacêutico de grande capacidade 20%
24º Ciências de Gileade EUA Farmacêutico de grande capacidade 19%
25º O’Reilly Automotive EUA Varejo 19%

O boom da Chinaque durou uma década, entre 2000 e 2010, é uma das razões pelas quais estoques de commodities estão na listanesta janela de tempo, de acordo com Mathieu Racheter, diretor de estratégia de ações do banco suíço Julius Bäer. Já A razão pela qual muitas empresas de tecnologia não estão na lista é que em 2000 a bolha da Internet estouroue algumas ações do setor só regressaram aos níveis de preços anteriores sete anos depois. Além disso, muitas empresas têm vida útil mais curta, considere Lucas Garrido, diretor executivo e sócio da Grupo de Consultoria de Boston (BCG).

Chama a atenção para o fato de que, das 25 empresas que mais geraram valor entre 1999 e 2023, dez estão nos EUA e três na Europaum argumento para diversificar no exterior. Isto ocorre porque os mercados desenvolvidos estão geralmente mais expostos a novos setores da economia, especialmente à tecnologia. Mas É possível, como mostra o ranking, que algumas ações de mercados em desenvolvimento se destaquem. “É por isso, a seleção de ações é mais importante do que seguir o índice de mercado nos países emergentes”, diz Racheter sobre Julius Bäer.

A pesquisa mostra como, Num quarto de século, os ganhos vieram dos sectores da velha economia, como o petróleo, a mineração, o retalho e a banca, e foram para a nova economia, que são as empresas tecnológicas em geral..

Na pesquisa mais recente, que compila dados dos últimos cinco anos (2019 a 2023) as empresas da nova economia brilham como nunca antes: a grande maioria tem, de alguma forma, alguma ligação com o setor de tecnologia. Em O primeiro lugar vai para Nvidia, com rentabilidade de 71,7% ao ano, seguido por Teslaque apesar de ser uma empresa do setor automobilístico, é considerada uma empresa de tecnologia, com ganhos de 62,1% ao ano.

Neste período mais curto de análise, as empresas brasileiras perdem muito destaque. O OK sofreu com a desaceleração da economia chinesa e gerou um TSR de 18% ao ano, no períodoenquanto Itaú foi afetada pelas taxas de juros mais baixas durante o período pandêmico e pela crescente concorrência das fintechs, gerando um TSR de 8% ao anodestaques Eduardo Carlier, co-diretor de gestão Gestão de patrimônio da Azimut. A única empresa brasileira a aparecer entre as 25 com melhores retornos é Petrobras, com ganhos de 35,8% ao ano, em 20º lugar.

A boa posição da petrolífera brasileira no ranking recente se deve aos ganhos de eficiência alcançados nos últimos anos. Hoje, Petrobras pode ser considerada uma das empresas mais eficientes do setor no mundoestados Luiz Carvalho, analista sênior no banco suíço UBS. A conquista se deve em grande parte a um processo de venda de ativos realizado entre 2016 e 2022 para resolver sua dívida após um período que Carvalho define como ‘destruição de valor’ da empresa (2010 a 2015). A maturidade da exploração do pré-sal também ajudou a empresa. “A Petrobras renasceu das cinzas. Hoje, se o barril de petróleo cair para US$ 40 (está em torno de US$ 70), e a empresa decidir reduzir investimentos, ela sobreviverá. A geração de valor da empresa ao longo dos anos, destaca o analista, foi resultado tanto do aumento do preço das ações quanto da distribuição de dividendos.

Além da Petrobras, outras empresas também estão resilientes ao compõem o ranking tanto nos 25 anos quanto nos últimos cinco anos. Entre eles estão, além de Lixoo Novo nórdico (14º lugar), ASML (18º lugar), Hermes (19º lugar) e Pesquisa de Lam (11º lugar), todos com TSR entre 21% e 22% ao ano durante um período de 25 anos.

Em comum, estas empresas oferecem produtos ou serviços praticamente únicos em mercados em crescimento.. Este é o caso Apple iPhone e medicamentos que tratam a obesidade da Novo Nordisk. Já o Lam Research e ASML atuam no mesmo segmento: fornecer componentes para a indústria de chipscuja demanda cresceu impulsionada pela IA, mas anteriormente era impulsionada por jogos eletrônicos e também pela ascensão das criptomoedas. Finalmente, Hermés é uma marca de luxo com mais de 100 anos famosa pelas suas bolsas. De acordo com o ranking da agência Kantar, É o mais valioso do segmento, perdendo apenas para a Louis Vuitton.

Como investir nos próximos vencedores

O facto de uma empresa sobreviver a muitos ciclos económicos e continuar a dominar o seu segmento dá uma boa ideia de que pode continuar a gerar valor nos próximos anos, na visão de Garrido, do BCG.

Para investir nas empresas internacionais citadas no ranking, existem tanto certificados de ações de empresas americanas, mas que são negociados na B3 (os chamados Brazilian Depositary Receipts, o BDRs), ou mesmo fundos de índice (o Fundo Negociado em Bolsa, ETFs) de ações estrangeiras, também negociadas na bolsa de valores brasileira. Para investidores um pouco mais sofisticados, também é possível investir nesses títulos diretamente no exterior, por meio de contas em plataformas de investimento internacionais, como Avenue e Nomad.

Mas uma questão permanece no ar: num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, como encontrar geradores de valor para as próximas décadas num setor em constante mudança? Para Garrido, a maneira mais fácil é através de fundos de índice, ETFs. “Em um fundo passivo é possível investir em diversas empresas de tecnologia. Com o tempo, a cesta de títulos elimina automaticamente os perdedores, enquanto os vencedores ficam com uma parcela maior da carteira.”

Racheter, de Julius Bäer, dá outra recomendação aos investidores que queiram encontrar as ações que mais valor geram no futuro: não serão necessariamente elas que pagarão dividendos. Contudo, “apostar apenas na valorização das ações é mais arriscado. Mas não existe almoço grátis.”

Procurando empresas que possam gerar valor de dois dígitos por ano no longo prazo? É melhor então focar em empresas com médio e baixo valor de mercadofinaliza o diretor de estratégia e análise de ações da Julius Bäer. “Empresas que já são gigantes não encontrarão mais tanto espaço para crescer”.

pódio da lista de classificação de estrelas do ranking — Foto: Getty Images

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