agosto 9, 2024
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Pianista e jazzista nascido em Madureira se destaca no exterior, toca no Rock in Rio e recorda preconceitos que sofreu

Pianista e jazzista nascido em Madureira se destaca no exterior, toca no Rock in Rio e recorda preconceitos que sofreu
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Músico conta como o piano entrou em sua vida e aponta referências musicais para sua sonoridade de jazz urbano Baile charme, samba, Mercadão… São diversas as referências ao tradicional e icônico bairro carioca de Madureira. Mas e se falarmos de um pianista de 36 anos, um talento do jazz, como um grande representante deste lugar? Ele é Jonathan Ferr, um músico que tem ganhado cada vez mais destaque no cenário musical brasileiro e até em eventos importantes no exterior, mas sem deixar de lado sua essência. Nascido no Morro da Congonha, o artista não esconde o orgulho de suas origens: — Apesar de vir de uma família humilde, com quatro irmãos, minha infância foi muito feliz. Ainda adolescente, comecei a frequentar espaços culturais em Madureira. O baile de charme, as rodas de samba… Aos 22 anos vim morar sozinha no centro do Rio. Mas Madureira está em mim e vai comigo para todos os lugares. Está presente em cada nota que toco. Tranquilidade de Rebeca Andrade, ouro nas Olimpíadas, surpreende e vira meme: ‘A pessoa mais calma do mundo’ Globoplay estreia última novela estrelada por Maite Perroni, Lupita de ‘Rebelde’ Jonathan Ferr com mãe e irmãos Arquivo pessoal Interesse por jazz e outros coisas Começaram a tocar piano quando Jonathan ainda tinha 7 anos e assistiam, junto com seus pais, Josué e Sueli, um programa de TV chamado “Pianíssimo”, com o pianista Pedrinho Mattar. Aos 9 anos ganhou seu primeiro teclado e aprendeu a tocar o instrumento de forma autodidata, até convencer seus pais a matriculá-lo em um curso. — Houve um tempo em que eles não tinham mais condições de pagar as aulas. Depois comecei a trabalhar vendendo jornais. Meu professor descobriu e me deu uma bolsa de estudos. Depois, fiz faculdade de música também — conta. As memórias daquela época eram apenas memórias. Como sua família não tinha muitos recursos, ele não tinha histórico de tocar piano quando criança. Músico Jonathan Ferr em ensaio Divulgação / Renan Oliveira Enquanto morava na periferia, sempre foi o “jazzista que andava com os MCs e beatmakers”. Tanto que suas referências jazzísticas se misturam com artistas de destaque de outros gêneros, como os Racionais MC’s. — O meu jazz é diferente, é jazz urbano. Minhas referências são muito urbanas, hip hop, rap, soul, funk, música eletrônica… Não andava com a galera instrumental, achava bobagem — explica. Texto inicial do plug-in Pronto para uso, Jonathan usa esse termo exato quando se refere ao seu trabalho. Tanto que teve que se afirmar diante de alguns olhares distorcidos ao longo de sua carreira: — Sinto que enfrentei um sentimento de desconfiança das pessoas, pensando: “Como assim você toca piano?” E afirmei-me de muitas formas, não só como pianista, mas também através da moda, por exemplo. Não permito que ninguém me diga como sou ou deveria ser. Eu também me emancipei desse lugar masculino, de ter que me comportar de uma forma ou de outra. Sou subversivo para cumprir esses regulamentos. “Se você é músico de jazz, tem que se comportar assim, se vestir assim, falar assim.” Isto não me pertence. Músico Jonathan Ferr em ensaio Divulgação/Renan Oliveira Viver do jazz sempre foi o sonho desse carioca, mesmo quando a falta de dinheiro atrapalhou. — Sou muito bem remunerado pelo que faço hoje e sou grato por isso. Aos 18 anos, não sabia se conseguiria, porque era difícil. Passei três meses trabalhando como operador de telemarketing, mas saí. Aí assumi um compromisso comigo mesmo: mesmo que eu more em um lugar pequeno, coma apenas o suficiente e não tenha dinheiro para muito, não vou desistir disso. É o meu sonho, não fui procurar dinheiro. Também dei aulas de piano até descobrir meu caminho e continuei como estou atualmente — diz ele, que até hoje se emociona quando volta a Madureira, seja em um de seus shows ou mesmo para votar em eleições: — Quem disse isso não poderia não termine? levar o jazz para a periferia ou que isso é só coisa da Zona Sul? Rock in Rio pela 2ª vez “Estar neste festival foi um projeto da minha vida. Quando aconteceu, em 2019, foi incrível! Estar de volta (no espaço Global Village, dia 21 de setembro) tem um sabor diferente. Fazer parte da história numa edição comemorativa… sinto que também estou celebrando a minha existência artística, privilegiada por estar nestes espaços. Pretendo trazer surpresas para esse show. Muita gente não acreditou em mim quando comecei, achavam que eu era “misto”, diziam: “Ou você toca jazz ou toca rap”. Eu precisava me libertar desse binário para afirmar quem eu sou.” Carreira no exterior “Vou representar o Brasil na feira de música Womex, na Inglaterra, em outubro. Quero internacionalizar minha carreira. Já fiz algumas apresentações no exterior e ouvi pessoas dizerem: “Esse tipo de música é feita no Brasil? Droga!”. Inspiração de outra geração “Me emociono quando recebo mensagens de mães dizendo que seus filhos também querem ser pianistas. Me mandam vídeos de crianças tocando piano, dizem que sou uma inspiração. Quero muito . Ser referência, voz que não produz legado não faz sentido.” Saiba mais taboola

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