O primeiro passo para o acesso a direitos como educação e saúde, registro de nascimento em cartório de crianças de até cinco anos avançou entre os Censos Demográficos de 2010 e 2022, mas o país ainda tem 114.221 pessoas nessa faixa etária sem documentação junto ao Estado . Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a cobertura do registro de nascimento em cartório aumentou de 97,3% das crianças dessa faixa etária em 2010 para 99,3% em 2022.
Em números absolutos, 15.231.425 das 15.345.646 crianças de até cinco anos que viviam no Brasil em 2022 estavam registradas em cartório. A diferença é de 114.221 crianças. Desse grupo, 18,1% não sabiam se eram cadastrados e 9% eram indígenas apenas com Registro Administrativo de Nascimento Indígena (RANI), primeiro registro dessa população feito pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Houve também uma parcela de 4,9% sem declaração, ou seja, cuja família preferiu não informar.
“Comparativamente a 2010, melhorámos a cobertura dos registos de nascimento, sobretudo na categoria de crianças menores de 1 ano. E isso é excelente porque quanto mais cedo for feito o cadastramento, mais garantidos ficam os direitos da criança. […] Quando falamos sobre isso, falamos da vida de cada criança, da importância de ter seus direitos adquiridos e do pleno exercício da cidadania”, afirma o analista do IBGE José Eduardo Trindade, responsável por publicidade, que classifica os números como “bons”.
As informações são do estudo “Registros de nascimento: resultados do universo”, outra publicação baseada em dados do Censo Demográfico 2022. Entre as crianças menores de um ano, a taxa de cobertura passou de 93,8% no Censo 2010 para 98,3% no Censo 2022. Na faixa de dois a cinco anos, o percentual passou de 98,2% para 99,5%, respectivamente.
O nascimento de uma criança deve ser registrado em cartório, processo geralmente seguido pela emissão de certidão de nascimento. Mesmo em caso de dano ou perda do certificado, é possível solicitar a segunda via do documento graças ao seu registro.
Os direitos dos cidadãos, como o acesso à saúde e à educação, são garantidos através desta identificação legal. A matrícula em uma escola ou a participação em uma campanha de vacinação, por exemplo, depende do documento.
Um dos objetivos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas (ONU) é alcançar o registo legal universal para crianças menores de cinco anos de idade até 2030. O texto da meta 16.9 afirma “Até 2030, fornecer identidade legal para todos, incluindo registo de nascimento” e faz parte do objectivo mais amplo de “Paz, Justiça e Instituições Fortes”.
“De acordo com os critérios das Nações Unidas, estamos no caminho certo. Estamos bem e estamos quase nos aproximando de 100% dessa universalização. […] Ainda há trabalho a ser feito, pontos específicos para trabalhar, mas estamos confiantes que chegaremos a 100% ou o mais próximo possível”, afirma Trindade.
Como referência para a meta, o indicador é a proporção de crianças até aos quatro anos de idade com registo de nascimento. Com base no Censo, o percentual de cobertura passou de 97,1% em 2010 para 99,2% em 2022.
Campanhas publicitárias e políticas públicas – como maternidades e cartórios interligados e a possibilidade de registrar uma criança sem o nome do pai ajudam a explicar o aumento da cobertura do registro de nascimento em cartório, segundo o analista do IBGE.
“Temos campanhas publicitárias [para o registro de nascimentos] de diferentes atores. E o que observamos […] São essas políticas públicas que, somadas ao [Estatuto da Criança e do Adolescente] NOJENTO. São unidades interligadas: sair da maternidade já cadastrado foi um grande salto. [E também] a mãe mais nova pode registrar o filho sem necessariamente ter o nome do pai, que poderá registrar o nome posteriormente. Isso ajuda a registrar os nascimentos cada vez mais cedo”, observa Trindade.
Na avaliação dele, o principal obstáculo que permanece para a universalização dos registros infantis nos cartórios é a baixa capilaridade dos cartórios dos municípios maiores, como os localizados especialmente na região Norte.
“Nos municípios maiores as distâncias são grandes para chegar aos cartórios. Isso dificulta os registros. É uma questão estrutural, que o Brasil vem trabalhando, mas precisa melhorar cada vez mais. É preciso ter mais cartórios e dar mais acesso à população”, argumenta o analista do IBGE.
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