Moradora denuncia mortes de gatos em condomínio de Sorocaba com suspeita de uso de formol: ‘Matança muito grande’

Pelo menos 10 gatos morreram em um lar residencial, localizado na zona norte de Sorocaba (SP). A Prefeitura recebeu denúncia e a Polícia Civil acompanha o caso. Morador relata mortes suspeitas de gatos em Sorocaba (SP); Cinzinha teria sido uma das vítimas Arquivo pessoal Pelo menos 10 gatos morreram nos últimos 30 dias em um dos condomínios do Residencial Carandá, na zona norte de Sorocaba (SP). A denúncia é de um morador local, que acredita que o suspeito usou spray de formol para atacar os animais. A Polícia Civil está acompanhando o caso. Participe do canal g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp Segundo a moradora, Ana Paula Domingues, vários animais ficam no condomínio Araucária. Há registros deles também em Macaúba. Eles não têm casa e são cuidados pelos moradores. Como vivem livremente, alguns dormem em esgotos. Moradores se unem para cuidar de vários gatos que ali estão abandonados. Eles ainda se reúnem para alimentar e castrar os animais. “Nós, os condôminos, pagamos do próprio bolso para fornecer comida para eles”, diz ela. No entanto, os cuidadores notaram que o número de animais havia diminuído e que restavam apenas nove dos mais de 20 que estavam no local. “Cerca de dez a 15 gatos foram mortos. Houve moradores que procuraram gatos perdidos e encontraram outros mortos e carbonizados”, conta. Segundo ela, os gatos mortos foram encontrados nas proximidades. Ela fala sobre sua suspeita pela causa das mortes. “A suspeita é que eles tenham sido mortos com laca de formol, algo químico. Eles estão fazendo assim, quando não estão matando com veneno e botando fogo na mata. É um massacre enorme.” Ela também lembra de casos de animais que foram encontrados mortos no lixo. O morador afirma que o caso já foi denunciado à Polícia Civil e também à Prefeitura de Sorocaba. Moradores ainda cuidam de pelo menos nove gatos de rua em condomínio em Sorocaba (SP) Arquivo pessoal de Cinzinha Um dos gatos mortos foi Cinzinha, que segundo Ana era meiga, sociável e amorosa. “Esse gatinho esperava por mim todos os dias quando eu ia trabalhar. Ele estava me esperando na porta do corredor para que eu pudesse lhe dar comida. Ele veio brincar comigo, mas eu falei para ele: “você não pode andar de ônibus comigo”, e trouxe ele de volta para o condomínio”, conta. “E eles fizeram essa coisa maligna. Fiquei muito chateada, tive muita pena, porque ele era muito querido, um gato muito especial”, lembra ela. Prefeitura e Polícia Civil A Secretaria de Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal (Sema) afirmou ter recebido a denúncia, mas destacou que é necessário que o morador envie um vídeo que identifique o autor dos atos criminosos. “Com esta imagem será possível responsabilizar o autor, conforme estabelece a Lei Municipal nº 9.551/2011, que dispõe sobre a proibição de maus tratos e crueldade contra animais em Sorocaba”. A Polícia Civil de Sorocaba, por meio do delegado Acácio Leite, responsável pelo 8º DP, na zona norte, disse ter recebido a informação e estar acompanhando o caso. Formol nos cabelos Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil não é permitido o uso de formol como alisante de cabelo. Porém, em 2022, segundo o órgão, 35% dos fiscais da Vigilância Sanitária de estados e municípios que participaram de pesquisas institucionais sobre o tema relataram ter constatado o uso irregular de formol em chapinhas. “A adição de formol a estes produtos constitui infração sanitária (adulteração ou falsificação) e crime hediondo, nos termos do artigo 273 do Código Penal.” A exposição constante ao formol pode deixar a boca amarga e causar dores de estômago, náuseas, vômitos, desmaios, feridas na boca, narinas e olhos, além de câncer nas vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios), que pode até levar à morte. Lei prevê reclusão A Lei Federal 14.064, de 2020, que trata de maus tratos a cães e gatos, prevê pena de dois a cinco anos de reclusão, multa e proibição de guarda. Caso o crime resulte na morte do animal, a pena pode ser aumentada em até 1/3. Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista reportagens da TV TEM

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