O procurador-geral da Venezuela anunciou na segunda-feira uma investigação criminal contra opositores do presidente Nicolás Maduro por apelar às forças armadas do país para que deixem de apoiar o seu líder e parem de reprimir os manifestantes.
A Associated Press informou que o procurador-geral Tarek William Saab emitiu uma declaração sobre a investigação ligada a um apelo por escrito do candidato presidencial Edmundo González e da líder da oposição María Corina Machado. O apelo, enviado horas antes de Saab anunciar a investigação, tratava de Maduro e dos manifestantes que protestaram em defesa dos seus votos expressos durante as eleições de 28 de julho.
Numa publicação no X, Saab acusou a dupla de anunciar falsamente “um vencedor das eleições presidenciais diferente daquele proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral, único órgão habilitado para o fazer”.
Saab também disse que González e Machado incitaram abertamente “policiais e militares a desobedecerem às leis”.
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Segundo Saab, o recurso de González e Machado mostra que eles cometeram diversos crimes como usurpação de funções, divulgação de informações falsas para causar medo e conspiração.
Os dois suspeitos pediram aos líderes das forças de segurança que reconsiderassem a sua lealdade a Maduro.
“Apelamos à consciência dos militares e da polícia para que apoiem o povo e as suas famílias”, escreveram González e Machado. “Vencemos estas eleições sem dúvida. Foi uma avalanche eleitoral.”
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“Agora cabe a todos nós respeitar a voz do povo”, acrescentaram.
O Conselho Nacional Eleitoral, controlado por Maduro, entregou a vitória ao presidente em exercício com uma suposta margem de 51%, em comparação com o apoio de 44% da oposição. Eles ainda não apresentaram contagens de votos para provar que Maduro venceu a disputa.
As pesquisas pré-eleitorais (que são ilegais no país) indicaram que o candidato da oposição González recebeu o dobro de votos que Maduro. A oposição também afirma ter recolhido registos de mais de 80% das 30.000 assembleias de voto em toda a Venezuela que mostram que derrotou Maduro.
Os Estados Unidos finalmente reconheceram González como vencedor após alegarem ter revisado a ata.
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No sábado, Maduro anunciou que o seu governo prendeu 2.000 opositores e, num comício em Caracas, prometeu prender mais e mandá-los para a prisão. A revolta que se seguiu aos resultados eleitorais também custou a vida a pelo menos 11 pessoas, segundo o Foro Penal, um grupo de direitos humanos com sede em Caracas, informou a AP.
González e Machado apelaram aos venezuelanos com familiares que servem nas forças de segurança para que exortem os seus entes queridos a não obedecerem a ordens ilegais e a não atacarem os manifestantes. A dupla disse que ofereceria “garantias” aos soldados que respeitassem a Constituição, embora tenham prometido que não haveria impunidade para aqueles que estão por trás dos abusos e que seguem ordens ilegais.
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González é ex-diplomata e o governo proibiu Machado de concorrer ao cargo. Ambos estão escondidos e disseram temer serem presos ou mortos. Maduro ameaçou prender González e Machado.
Fox News Digital Peter Aitken e a Associated Press contribuíram para este relatório.
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